Não sei o que aconteceu, ou a quem se deve a mudança, mas este ano o Prémio BES vale a deslocação. Pode ter sido a saída do gheto nacional com o alargamento ao espaço lusófono que trouxe uma lufada de ar fresco, pode ter sido a renovação do júri, ou só a vontade de corrigir os dislates anteriores, o certo é que a confusão mediocremente instalada se dissipou. Agora, o prémio de fotografia acertou com vários caminhos possíveis da incerteza indisciplinada e exploratória do que pode ser fotografia (há outros caminhos para além dos documentais...), e todos os nomeados têm suficiente mérito (ou quase) para o terem sido - tratando-se embora sempre mais de revelação do que de consagração. Depois, as produções com que se candidatam são, nos casos em que conhecia os itinerários, mais interessantes do que os trabalhos anteriormente vistos, ao contrário das produções desiquilibradas das edições anteriores, que afundavam sem remédio os pobres candidatos.
Carlos Lobo (Portugal), Kiluanji Kia Henda (Angola), Manuela Marques (Portugal/emigração/França), Mário Macilau (Moçambique) e Mauro Restiffe (Brasil), no Museu Berardo / CCB. Por uma vez parece haver um projecto estratégico, uma ideia sustentada de internacionalização, uma oportunidade para intervir no mercado das trocas, etc. Esperemos que não tenha sido apenas um episódio ocasional.
Kiluanji Kia Henda
Manuela Marques
e mais...
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