Fundação Gulbenkian, inauguração dia 13
design de montagem: Mariano Piçarra
Obras de 53 fotógrafos, incluindo 16 vídeos, em dois pisos da sede da Fundação. Oriundos de 23 países, com larga representação dos países do Norte de África, da África do Sul e também do país anfitrião, o Mali. 10 mulheres. Sem a presença de autores da países lusófonos, ao contrário do que sucedeu em várias das anteriores edições (em 1994, com Ricardo Rangel; Sérgio Santimano e "Cabo Delgado" em 1998; em 2003 com a colectiva moçambicana de produção suíça "Iluminando Vidas"; com "Niassa - Terra Incógnita" de Sérgio Santimano nos 7ºs Encontros, em 2007 - e o catálogo dos 8ºs Encontros, em 2009, prestou homenagem a R. Rangel, no ano da sua morte). Serão dificuldades específicas de atravessar fronteiras interiores de África (algumas económicas, que não têm encontrado resposta na cooperação lusófona), que em limitada parte se compensam na mostra do BES PHOTO, agora aberto a nomeações africanas, e em especial na exposição individual do moçambicano Mauro Pinto, a inaugurar sábado dia 14 na galeria Influx.
Saïdou Dicko, "World Mosaic" / "Mosaïque monde", 2005-2009 - é uma das presenças fortes desta edição (como já fora em 2007), com painéis de polaroids de pequeno formato sempre preenchidos por sombras.
Saïdou Dicko (1979, Burkina Faso / Paris)
Zak Ové (Londres, Trinidad e Tobago/ Grã Bretanha, St Martin's School of Art...), "Transfigura", à esquerda: http://www.zak-ove.co.uk/
A importância, a vitalidade, a capacidade de intervenção da fotografia feita por africanos confirma-se na exposição "Fronteiras", a abrir dentro de dias no âmbito do programa "Próximo Futuro" criado pela Fundação Gulbenkian. Foi a exposição central dos últimos Encontros de Bamako (2009) e terá sido uma mostra particularmente bem sucedida na história do festival. A condição pan-africana da bienal de fotografia - e eficácia desta para abordar muitos dos temas da actualidade, sob a plralidade de sentidos do tema Fronteiras - demonstra-se bem numa edição que continuou a contar com a capacidade de iniciativa e com os meios da Cooperação Francesa mas em que o Mali e o seu governo assumiram uma maior responsabilidade.
Criados em 1994, os Encontros têm vindo quase desde o início a fazer circular por vários países partes significativas dos seus programas, e desempenharam um papel central na revelação e depois na afirmação internacional da fotografia africana e de muitos dos seus autores. A Portugal chegam pela primeira vez, e nas magníficas condições que são proporcionadas pela FCG, mas convirá saber que não é garantido que continuem a ser vistos por cá. Em Espanha (que foi o país convidado em 2005, seguida pela Finlândia em 2007 - e essa fórmula de programação foi abandonada em 2009), os Encontros têm-se mostrado em Barcelona e em Tenerife (aí na Casa de Africa).
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Jeanne MERCIER 2006 , Les Rencontres Africaines de la Photographie, Bamako 2005. Maitrise, Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales (EHESS)
http://www.lhivic.org/travaux/master/06mercier.pdf (2,2 MB)
Jennifer Bajorek and Erin Haney, 2010, Eye on Bamako: Conversations on the African Photography Biennial - www.arts.cornell.edu/sochum/pdfs/Eye_on_Bamako.pdf
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