(Depois da independência) 1980, 1981, 1983, 1984. // 1985, exp.
José Cabral, Martins Pereira e Sérgio Santimano (fotos), Música Tradicional em Moçambique, Coord. Paulo Soares, Maputo, 1980.
Rogério, "Momentos", Lisboa, 1981.
Moira Forjaz , MUIPITI, ILHA DE MOÇAMBIQUE, Lisboa, 1983.
Moira Forjaz and Susan Maiselas (photographs by), Images of a revolution: mural art in Mozambique, text by Albie Sachs, Harare, 1983.
Moira Forjaz (pictures by), Black Gold: The Mozambican Miner, Proletarian and Peasant, by Ruth First, New York/Brighton, 1983.
Colect. (Ricardo Rangel, Kok Nam, Daniel Maquinasse, Moira Forjaz, João Manuel Costa (Funcho), etc), Moçambique A Terra e os Homens, Maputo (1982), 1984.
(revisto em 31 VIII)
Música Tradicional em Moçambique
1980, Maputo, Ministério da Educação e Cultura. (Na contracapa: "1980-1990 Década da vitória sobre o subdesenvolvimento")
Coord. Paulo Soares. Fotografias: José Cabral, Martins Pereira, Sérgio Santimano. Desenhos de Martins Pereira, Roque, Valentim Macie. Desenho da capa: Malangatana. Capa e arranjo gráfico: Júlio Navarro. Ed. Gabinete de organização do Festival da Canção e da Música Tradicional. Produção: Direcção Nacional de Cultura - Serviço Nacional de Museus e Antiguidades. Imprensa Nacional/Tipog. Académica / Tipog. Globo. ilust pb, 70 p., 14,3x21cm.
No Sumário, tx Paulo Soares, John Marney, Martinho Lutero e Martins Pereira, Maria da Luz Duarte
Numa publicação de âmbito etnográfico em edição pobre mas graficamente muito cuidada, dois novos fotógrafos em início de carreira, José Cabral e Sérgio Santimano. A par da imprensa, então oficial, existiu um importante campo de oportunidades de iniciativa estatal. Existirão certamente outras publicações de idêntica tipologia.
ver (para dados posteriores) Cabral: kulungwana, artafrica
Santimano: site , artafrica
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MOMENTOS, Fotografias por Rogério (Rogério Pereira)
1981, Lisboa, Ed. Fundação Calouste Gulbenkian. Catálogo de exposição (Junho/Julho 1981). Textos de Rogério. (Auto)biografia. Ilust. pb, 1000 ex., 23,8 x 22 cm, não pag. (Fotografias não datadas e sem legendas)
Uma exposição lisboeta em 1981, que foi à data incompreendida ou rejeitada em alguns meios que vieram a ser influentes ao longo da década (*), mas cujas imagens ganham uma crescente importância factual e intensidade emocional, ilustrando um percurso muito activo e reconhecidamente inquieto entre a África do Sul, a Swazilândia e Moçambique, desde 1968 - com contactos internacionais que terão alargado horizontes e estabelecido pontes para lá do fotojornalismo possível em L.M.. Entre a angústia própria e a vontade de denúncia, o itinerário quis-se identificado com a Concerned Photography, ou Fotografia Consciente, e procurou passar da informação impressa para a exposição. É necessariamente um "link" a ter em conta, entre o fotojornalismo de publicação regular nos jornais e outras ambições fotográficas, que terá aberto as relações entre os fotógrafos de L.M./Maputo e os dos países do Sul, antes e depois da independência. É com ele que Ricardo Rangel terá feito uma primeira exposição de grupo, em 1973, no Núcleo de Arte. Regressado a Portugal em 1979, por dificuldade de adaptação à disciplina da nova ordem política, é significativo que tenha sido recordado no 1º PhotoFesta, 2002, a par da homenagem a Daniel Maquinase.
foto (sem legenda) no catálogo da F. Gulbenkian e no Jornal de Letras nº 10, 1981
Rogério ou Rogério Pereira (Rogério Cabrera Marques Pereira): 1942,Lisboa / 1987, Setúbal?, vítima de cancro.
Fotografou desde 1966, em Lourenço Marques. Trabalhou no Sunday Times, Johannesburg, 1968. Colaboração na Drum (1969, 73). Presente em exposições colectivas em Johannesburg e Cape town desde 1969 e 1972 (refere "Images of Man", promovida pelo "International Fund for concerned photography").
1977/79 professor no Centro de Estudos Culturais em Maputo; fotógrafo da Direcção Nacional de Cultura
Até 1979, publica e expõe em Moçambique. Regressou a Portugal
1973 Exp. no Núcleo de Arte, L.M., com Ricardo Rangel e Basil Breakey. (ver bio de Rangel, da autoria de António Sopa, in worldpressphoto: "His first exhibitions in Mozambique date from this period: in Lourenço Marques, jointly with the photographers Basil Breakey and Rogério Pereira on one occasion, and in Beira.") Sobre Basil Breakey, fotógrafo de jazz de Cape Town, aqui, é autor de "Beyond the Blues, Township Jazz in the 60s and 70s".
1974 refere individual na galeria Lhoyase em L.M., entre outras no exterior.
1975 Exp. na Casa Amarela com Rangel, Kok Nam, B. Breakey, Peter Sinclair e outros. / 1978, "A Criança", colectiva da Organização Nacional de Jornalistas.
"Adamastor - algumas imagens em Cape Town" (1970-73), individual, Casa de Bocage, Setúbal, Abril 1980 (ver Fotojornal?, Anuário? pp 16-17)
1ºs Encontros de Fotografia, Coimbra, Maio 1980 ("Quatro olhares sobre Coimbra", com Carlos Valente, Manuel Magalhães e Paulo Nozolino). Ver Nova Imagem, nº 2, Julho 1981ver retrato de Ricardo Rangel por Rogério (1994)
Nova Imagem, nº 1, Junho, Lisboa 1980, pág. 60-73 (director Pedro Foyos Lisboa). Portfolio (Moçambique, dd 1968, Swazilândia, Cape Town, Joanesburgo, 16 fotos). "Um fotógrafo dentro da razão", por Victor Dimas.
"O fotógrafo tem de estar dentro da razão" (Nova Imagem nº 1)
Nova Imagem nº 11, Maio 1981, pág. 20, "'Momentos' de Rogério na Gulbenkian" (refere datas de 28 Maio a 21 Junho, certam. adiadas)
1981, cat. "Fotografia", ed. ArteOpinião
1982, cat. "Fotografia Portuguesa 1970-1980", ed. José Reis
1983, Anuário Português de Fotografia. (foto nº 100)
Exp. de homenagem no PhotoFesta de 2002, Maputo (ver programa, pp. 10-11). "There was a homage to Rogerio (Pereira), a remarkable photographer who worked in Johannesburg in the sixties and seventies, then Mozambique and, until his death in 1987, Portugal, experimenting with extreme tonal contrasts, grain, double exposures and light effects, all in the documentary idiom." in arthrob) O espólio de Rogério encontra-se em Maputo.
(*) refiro-me à crítica de António Sena, "Foto-filantropia", no Jornal de Letras nº 10, 7 de Julho 1981, pág. 29: a rejeição das imagens, da exposição e do catálogo de alguém que, diz-se, não deixa " de ser apenas um fotógrafo bem intencionado".
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MUIPITI, ILHA DE MOÇAMBIQUE, Fotografias de Moira Forjaz. Texto de Amélia Muge.
1983, Lisboa. Col. "Presenças da Imagem", Imprensa Nacional - Casa da Moeda, Maio. PB, 5000 ex., não pag., 28 x 19 cm.
Nota da autora; "História da ilha", por Luís Filipe Pereira. Retrato e Biografia de Moira Forjaz (n. Zimbabwe: Matabele (Bulawayo), 1942; [graduated in Graphic Arts at Johannesburg School of Arts and Design;] fotojornalista desde 1964; membro e dirigente da Ass. Moçambicana de Fotografia, desde 1980). Nota técnica.
publicada na sequência de uma exposição da M.F. em Roma (1979, “Ilha de Moçambique”, Libreria Paese Nuove), certamente no circuito da cooperação italiana, e por ocasião da exp. "Ilha de Moçambique" abaixo referida*, antecedendo a visita oficial de Samora Machel a Portugal, em Outubro de 1983. A edição, da iniciativa da IN-CM, não foi directamente acompanhada pela fotógrafa, então a viver em Maputo desde 1975 (e até 1986).
Luís Filipe Pereira, autor do breve prefácio "História da Ilha", foi um dos representantes de Moçambique na Comissão Organizadora da exp. apresentada na F. Gulbenkian*; animador da Associação dos Amigos da Ilha de Moçambique (AAIM), fundada em 1983, era em 2001 professor de História na Universidade Eduardo Mondlane, do Maputo.
As fotografias da Ilha de Moçambique foram depois expostas na Galeria 44, em Portimão, 1987?, com a edição de um cartaz.
(ver de Rui Knopfli, A Ilha de Próspero, 1972, Lourenço Marques, e Ilha de Moçambique, cat.* da exp. "A Ilha de Moçambique em perigo de desaparecimento. Uma perspectiva histórica - Um olhar para o futuro". Comissário A. Viana de Lima. Ed. Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 1983)
1983, Images of a revolution: mural art in Mozambique. Text by Albie Sachs; photographs by Moira Forjaz and Susan Maiselas. Harare: Zimbabwe Publishing House. [88]pp. chiefly illus. (color). / existe ed. em português, Moçambique (catálogo Memória de África) : SACHS, Albie Imagens de uma revolução / Albie Sachs. - Maputo : Partido Frelimo, 1984. - Pag. var.. - Corresponde a: reportagem fotográfica (fotos côr) sobre os murais de Maputo. Cota: R.ct. 19|CIDAC
["The murals of Maputo flowed from the hands of many painters, some amateur volunteers, a few, skilled professionals, like Malagantana and Mankeu. Following independence in 1975, these murals began appearing on walls of Maputo buildings. Although not planned projects, people's art of this sort is encouraged by the FRELIMO government. One of the most dramatic is that at Heroes' Circle, a mural ninety-five meters long and six meters high. The color photographs in this slim book show details and sections of some of these urban murals. Basic Reading List ]
1983, Black Gold: The Mozambican Miner, Proletarian and Peasant, by Ruth First, pictures by Moira Forjaz**, work-songs and interviews recorded by Alpheus Manghezi. St. Martin's Press, New York; Brighton - Sussex, Harvester Press, pp. xxxi, 256. (Sobre Ruth First, 1925-1982. Fotografias de 1977.)
(*) reedição: "O mineiro moçambicano. Um estudo sobre a exportação de mão de obra em Inhambane", Centro de Estudos Africanos, directora de investigação/Éditeur scientifique, Ruth First; fotografi (Illustrations / Graphisme), Moira Forjaz ; canções e entrevistas, Alpheus Manghezi. Maputo, Universidade Eduardo Mondlane, 1998, 1 vol. (X-242 p.) : ill., cartes ; 25 cm. V Congresso Luso-Afro-Brasileiro de Ciências Sociais, Maputo, 1-5 de Setembro de 1998
[il s’agit de la publication, révisée par David Hedges, Colin Darch, Alpheus Manghezi et Luís Covane, du travail réalisé en 1977 sous la direction de Ruth First – assassinée en 1982 par les services secrets sud-africains –, avec des photos de Moira Forjaz et des entrevues et chansons recueillies par A. Manghezi, et resté ronéoté en langue portugaise. Ce travail, financé par la Fondation Ford, a été présenté à l’occasion du V° Congresso luso-afro-brasileiro de Ciencias sociais, tenu à Maputo les 1-5 septembre 1998. Il s’agit d’une excellente nouvelle éditoriale, qui rendra service au public de langue portugaise intéressé par l’étude de l’économie de dépendance du Mozambique envers l’Afrique du Sud – Centro de Estudos Africanos, Univ. EM, Mozambique]. [M.C.]
** ver "O primeiro salário" (1975?), portfolio (reportagem sobre os mineiros recrutados para as minas de ouro da África do Sul, depois da independência de Moçambique), em Docs.pt#07, "Moçambique", Outubro 2008, Lisboa.
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Moçambique A Terra e os Homens
capa de Ricardo Rangel
© 1982, Maputo. Ed. Associação Moçambicana de Fotografia. Printed in Italy, 1984. P/b., 162 pp. (c. 153 estampas), 26,7x 26,5 cm, enc.
Com a participação de Ricardo Rangel (10), Kok Nam (10), Daniel Maquinasse (9), Naita Ussene (3), Moira Forjaz (7), João Manuel Costa (Funcho: 9), Martinho Fernando (1), Luis Bernardo Honwana (10), Danilo Guimarães (7), Carlos Alberto (Vieira: 2), Carlos Calado (10) - entre 41 autores. Introdução de José Luís Cabaço (Agosto 19881), ministro da Informação da R.P.M. (port. fr. in. it.)
(Selecção de "Moçambique a Terra e os Homens " no 1º Salão Nacional de Arte Fotográfica, Concelho Municipal, Maputo, 3 Fevereiro 1981, com que nasceu a Ass. Moçambicana de Fotografia.)
ver, Kulungwana: Moira Forjaz , Martinho Fernando
Moira Forjaz, Gémeos Magaizas, pág. 116 de "Moçambique, A Terra e os Homens"
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Num período de transição, que veio tanto do fotojornalismo possível na ordem colonial (possível, inclusivamente, com ligações conhecidas a sectores oposicionistas e a diversas sensibilidades anti-coloniais) como do fotojornalismo promovido pela Frelimo, e que vai conhecer a dinâmica colectiva incentivada no novo país independente, desde 1977 ou 78?, com a Organização Nacional de Jornalistas (ONJ), e em 1981 e 83, com a Associação Moçambicana de Fotografia e o Centro de Formação Fotográfica), Rogério e Moira Forjaz têm lugares individualmente destacados pela informação e circulação internacional que possuem, graças à formação e aos contactos nos países próximos. Por razões diferentes são os primeiros (ou únicos?) que têm edições monográficas publicadas em Portugal (1981 e 1983), o que, pelo menos se vistos de Lisboa, os separa de algum modo da dinâmica colectiva que se verifica em Moçambique.
Rogério está activo em África entre 1968 e 1979 (volta a ser exposto em 2002); Moira Forjaz fotografa desde c. 1964 na Rodésia, África do Sul e Swazilândia, e em Moçambique com continuidade entre 1975 e 86, onde faz também cinema (volta a expor em Maputo só em 2009). No mesmo ano de Muipiti participa em importantes edições internacionais.
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Em 1983, a fotografia é dada como presente na "Semana de Moçambique no Estoril", que terá sido uma das primeiras representações artísticas do país em Portugal, mas o cat. não refere os autores.
Em 1985, 1ª exp. individual de Ricardo Rangel em Maputo, na Organização Nacional de Jornalistas. Depois de exp. em Itália e Suécia. (LC Patraquim em Público 30.6.91) Única indiv. até 1994?
Kok Nam refere uma mostra individual intitulada "O Braço Armado do Povo" na Ass. M.F., em data incerta, com edição de cartaz (inf. pessoal 26 VIII 2011)
Agradecem-se outras informações que completem (ou corrijam) esta cronologia anotada.
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