Frente Ribeirinha: António Costa considera novo Museu dos Coches "desnecessário"
"O presidente da Câmara de Lisboa, António Costa (PS), classificou hoje* de "desnecessário" construir um novo Museu dos Coches, um projecto do Governo no valor de 31,5 milhões de euros, financiado com verbas do Casino.
"Acho desnecessário que o novo museu a financiar com as verbas do Casino seja o Museu dos Coches", disse António Costa durante a reunião pública do executivo municipal. "Não considero necessário um novo Museu dos Coches", sublinhou. O autarca argumentou não entender as razões avançadas - ser o museu com maior número de visitantes - para aplicar parte das contrapartidas iniciais do Casino de Lisboa no Museu dos Coches. "Se o museu já tem o maior número de visitantes, não vale a pena mexer", afirmou."** Lusa/Expresso
A notícia é de 22 de Dezembro de 2008, mas conserva toda a actualidade - aliás, tem agora mais actiualidade devido à crise.
António Costa, à data, optou por não entrar em conflito com Sócrates, que dera luz verde à iniciativa do ministro Manuel Pinho, tomada, aliás, à revelia do ministério da tutela, o Ministério da Cultura. Por isso, feita esta eloquente declaração pública do seu presidente, a reunião da CML deu uma parecer favorável condicionado ao projecto e exigiu do Governo a sua reformulação, rejeitando a construção de um silo automóvel de 26 metros na frente ribeirinha.
** a notícia continuava assim:
"António Costa lembrou outros projectos museológicos a construir na capital, como o Museu da Moda e do Design, da responsabilidade da autarquia, ou o Centro de Cultura Contemporânea Africana, em parceria com o Governo.
"A regra da contratação de obras de arquitectura, como das obras em geral, deve ser a do concurso público, mas também entendo, como a actual direcção da Ordem dos Arquitectos entende, que haja obras que possam justificar, desde que com razões bem fundamentadas, a entrega do projecto a um arquitecto", afirmou. O Governo atribuiu directamente ao arquitecto brasileiro Paulo Mendes da Rocha (prémio Pritzker), sem concurso, o projecto do futuro museu. António Costa considerou que "a existência de uma obra do arquitecto Paulo Mendes da Rocha é algo que valoriza a cidade de Lisboa".
A Câmara de Lisboa aprovou hoje um parecer favorável condicionado ao projecto e vai exigir do Governo a sua reformulação, rejeitando a construção de um silo automóvel de 26 metros na frente ribeirinha. O projecto prevê a construção de um silo automóvel com 26 metros de altura ligado ao edifício principal do Museu através de um passadiço sobre a linha do comboio.
O Museu, que ocupará uma área de 15.177 metros quadrados, custará 31,5 milhões de euros provenientes das contrapartidas do Casino de Lisboa. Na apresentação pública do projecto, em Agosto, o arquitecto Paulo Mendes da Rocha descreveu o futuro Museu como um "pavilhão de exposição em cristal e aço". Paulo Mendes da Rocha recebeu em 2006 o prémio Pritzker, a maior distinção da arquitectura mundial, e é o autor, entre outras obras, do Museu Brasileiro da Escultura, em São Paulo." ACL. Lusa/Fim.
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