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06/28/2012

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Paulo Maia

Assino por baixo!

RAQUEL HENRIQUES DA SILVA

EU NÂO ASSINO por baixo. Este é um texto especialmente demagógico!! Passo a abordar pequenas coisas.

1. Porque começar com uma frase que, ao que sei, não está em nenhum dos Manifestos que circularam e foram assinados???

2. São risíveis as referências a artistas que tiveram emprego. Que belos tempos! O Rodrigo eng. silvicultor, o J. Guimarães militar, e tantos, tantos prof.s. Mas a melhor de todas é a referência ao emprego do gestor de empresas... QUEM DISSE AO ALEXANDRE que dezenas de artistas de hoje são aceitariam estes empregos? Sobretudo, porque então (eu sei, você não!)era fácil faltar meses seguidos, havia tolerância extraordinária para esses empregados-artistas, não havia avaliação, nem quadros de excedentes, nem troikas a impor quotas e metas e despedimentos.... quanto a prof.s, será que não sabe que DEZENAS de artistas que o eram, deixaram de ter empregos???

Faz mal em considerar que os manifestos dizem respeito ao mundo, que você ama e odeia, das artes plásticas. Eu que tenho feito o CRIME de andar por lá, quem encontro mais activo é a gente do teatro (que raio de vocação, achará você!) da música, do cinema, mas também dos ofícios associados: luzes, produção, engenharias,informáticas, logísticas... Tudo gente que nunca teve emprego e que o que deseja é poder trabalhar.

O que diz dos museus é, para mim, especialmente escandaloso. Deveria ser obrigado a pôr nomes!!! É que há, segundo a quase extinta RPM (sei que fica contente, mas não devia) mais de 500 museus em Portugal. MUITOS dos que conheço trabalham no fio da navalha,com qualidade apreciável e conseguindo angariar os famosos meios um pouco por aí, e quase nunca pelo Estado. Ou estará a falar da preparação da inauguração do Museu dos Coches ???
Acha que o MNAA, que o MNAC, que o Museu Berardo, que o CAM, que o M Gulbenkian, que o Museu do Teatro, que o Museu do Azulejo, que o Museu do Papel, que o Soares dos Reis, que o Museu da Marioneta, que, que.... estão a trabalhar mal??? CONCRETIZE senão retire a calúnia!

E não fuja, como coisa inferior, à Política. O que os Manifesto que subscrevi pretendem é que o Estado defina políticas e as execute. que para isso,oiça os parceiros e os especialistas. Que não diga que não há dinheiro e depois o arranje só para alguns, que não havendo dinheiro fale com quem de direito para o arranjar, que não despreze os agentes no terreno, que LUTE por fundos comunitários para a cultura, que apoie os MELHORES e os promova!!!!

Nunca houve tantas e tão brilhantes práticas culturais em Portugal. Elas são resultado de talentos, vocações e determinações mas também dos apoios que existiram, em alguns programas e alguns momentos, e ao nível autárquico sobretudo, dentro de algumas linhas políticas bem definidas. É esse enquadramento que não queremos que PARE.

Raquel Henriques da Silva

AP

"(eu sei, você não!)" - admirável!

Sérgio Reis

Como Alexandre Pomar e muitas outras pessoas de bom senso, considero importante combater a subsidiodependência e encontrar novas soluções para os problemas inerentes à prática artística, que não pode ser encarada como uma profissão no sentido convencional do termo e por isso deve continuar a ter um enquadramento legal e fiscal diferenciado. Neste momento da crise, que é de facto internacional e começa a ter graves consequências psicológicas para além das dificuldades sociais que já provocou, é evidente que os modelos tradicionais estão esgotados. Como não é possível emendar os erros, recuar no caminho percorrido até ao cruzamento onde tomámos a direção errada (“Viver é desenhar sem borracha” – Millôr Fernandes), há que mudar de direção enquanto é tempo. Claro que o problema se agudiza quando falamos do teatro ou da dança, tradicionalmente subsidiadas pelo Estado para suprir as insuficiências de bilheteira e a supressão de investimentos e apoios particulares. Além disso, são áreas mais complexas pois incluem atividades técnico-artísticas, como observa Raquel Henriques da Silva no seu comentário. Considerando a maioria das ocupações/profissões dos subscritores da Carta “Cultura e Futuro”, percebe-se de onde vem toda esta preocupação reivindicativa e qual o seu objetivo, mas a verdade é que estas reivindicações interessam também a todos aqueles que vão insistindo em promover as artes e a cultura em geral no tal “Portugal dos pequenitos” (como ouvi dizer a certo “intelectual” lisboeta, por acaso nascido bem longe da capital) e como bem destacou R.H.S. no final do seu comentário. De resto, penso que o Estado deve apoiar sem hesitação o teatro e a dança, com base em critérios claros e preferencialmente acordados por todos, de modo a minimizar a pressão e influência de grupos mais ou menos organizados e com objetivos muito pouco culturais, particularmente presentes no audiovisual. Considero paternalista a posição de Alexandre Pomar, que protesta contra os métodos “enganadores, fraudulentos ou mesmo criminosos” utilizados por determinados grupos de pressão para “angariarem os seus apoiantes e admiradores através de uma ilusória promessa de destinos artísticos para todos graças à subsidiação universal ou equivalentes distribuições de apoios”, como se os “angariados” fossem uma cambada de ingénuos, incapazes de pensar por si próprios para saber o que mais (e menos) lhes convém.
E já agora mais um sublinhado. Seria importante refletirmos (mais) um pouco nos conceitos vagos e vulgares que utilizamos para classificar coisas importantes. A tão proclama “qualidade”, afinal, não se entende fora de determinados critérios (de qualidade) e estes são sempre subjetivos, mesmo quando contextualizados, embora seja fundamental que existam mas de modo claro.
Relativamente aos artistas professores, abundantemente referidos no texto de A.P. e no comentário de R.H.S., é certo que sempre existiram artistas professores em todos os graus de ensino, oficial e particular, e que alguns se convenceram erradamente que o Estado lhes pagava para exprimirem a sua criatividade a troco de algumas aulas efetivamente dadas. Lembro-me de Júlio Pomar ter dito numa entrevista que o facto de ter perdido o emprego como professor na Escola Afonso Domingues, nos tempos do Estado Novo e por motivos políticos, foi o melhor que poderia ter acontecido para a sua carreira artística pois obrigou-o a procurar a subsistência nas artes. Estas rotinas protetoras não eram exclusivas dos artistas, estendiam-se a escritores, poetas, historiadores, filósofos, investigadores, … e o mesmo aconteceu (e acontece) noutras profissões, havendo notícia de escritores famosos que labutavam nas áreas do jornalismo, medicina, engenharias. Refira-se que a sua competência e seriedade profissionais não deve ser posta em causa pois será fácil comprová-las e, no que diz respeito aos artistas professores, as escolas portuguesas mudaram muito, de facto, nos últimos anos. Resta saber (pelas manhosas estatísticas?) se foi para melhor.

Sérgio Reis

AB

Não li o manifesto. Mas as observações de AP são pertinentes e nem sequer são novas, desde há muito que vem manifestando a sua preocupação e lançando alertas para os vícios do "sistema" e para as inevitáveis consequências. Infelizmente foram muitos os que assobiaram para o lado e decidiram ordenhar a vaca até que secasse.
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Agora a vaca deixou de dar leite. A crise (a falta de dinheiro) acelerou tudo e o querer de muitos artistas, genuinamente interessados na procura de soluções para os seus percursos artísticos capazes de assegurar a subsistência com dignidade e sem a necessidade de recurso a muletas, embateu contra o muro da redução brutal e generalizada dos orçamentos da cultura. Isto em geral.
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As Artes Plásticas, em particular, tinham conseguido nas últimas décadas alguma autonomia, apoiadas num mercado que chegou a ter uma dinâmica interessante para a nossa dimensão mas, como já tinha acontecido anteriormente, a especulação estava instalada a queda foi inevitável e o ajustamento vai ser lento, daí o apelo um tanto ou quanto desesperado para que venham do Estado os recursos que secaram noutras fontes.
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Só que o Estado também está seco que nem um bacalhau de cura tradicional.
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Penso, por isso, que são pertinentes e vão mais fundo as opiniões e preocupações de AP: o que tem de ser pensado é a massificação do ensino artístico e se basta ter um curso de artes para se ser artista e que, quem o tenha , se ache com direito a tença.
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É claro que o Estado tem de ter políticas culturais, mas não é sua função subsidiar sistematicamente os artistas. Pensei que os artistas plásticos tinham percebido isso... e que até se tinham dado razoavelmente bem!


Sérgio Reis

As observações de Alexandre Pomar são pertinentes e devem ser apreciadas e discutidas. Foi aliás o seu longo texto que me trouxe a este debate. É cada vez mais importante discutirmos abertamentamente estes assuntos, sem rodeios, reticências ou receios, pois estas dificuldades podem condicionar irreversivelmente o futuro das artes nacionais. E quando falamos em futuro, avistado ou adivinhado, falamos no futuro dos nossos filhos e netos. O Estado (o governo) tem de ter políticas culturais, é uma obrigação constitucional, mas não esqueçamos a responsabilidade social do artista, que excede a de muitos outros cidadãos comuns.

Sérgio Reis

D.sebastiao

As pessoas não querem mais subsidios , querem sim que nao cortem os que existem . . . De facto existe uma forma irracional e de certa forma comica de destribuição destes fundos, é que na realidade quem benefecia das verbas mais considerativas do "bolo" são os artistas mais aclamados , os ditos artistas com carreira ( podemos ver o caso do cinema onde a maior fatia do financiamento vai precisamente para os realizadores com maior "curriculo" ). . .

Antonio Alonso Martinez

Penso que já passou a moda de falar mal do sistema!
Quem estiver mal que se mude! Eu mudei. Emigrei!

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