Algumas imagens:
Magazine "Tempo", Lourenço Marques, 20 Dezembro 1970, Nº 14, respostas ao inquérito sobre quais os mais importantes acontecimentos do ano (e o arranque do magazine "Tempo" foi um deles...). Kok Nam fez parte da equipa dos fundadores (Rangel foi um dos cinco sócios da Sociedade de Redactores).
Nascido em L.M. em 1939, KN começou a trabalhar em 1957*, ou certamente em finais de 1954**, no laboratório e casa de produtos fotográficos Focus, onde já trabalhara Ricardo Rangel como impressor. Em 1966 passa como repórter fotográfico para o "Diário de Moçambique" - na delegação em L.M e dp na sede na Beira, colaborando na revista "Voz Africana", publicações da Diocese da Beira, chefiada até 1967 por D. Sebastião Soares de Resende. Em 1969 (ou 68?) e 70 trabalha no "Notícias" de Lourenço Marques e no vespertino "Notícias da Tarde", sob a chefia de Rangel. Segue-se nesse ano a criação do "Tempo", onde continuou depois da independência e onde em 1990 era chefe de redacção. (*ed. 1990; ** 2002 e outras fonte)
(cf. Ilídio Rocha, "A Imprensa em Moçambique", ed Livros do Brasil, 2000)
1
Construção". Pág. 37 de "Moçambique a preto e branco", ed. CODAM Sarl, Lourenço Marques, Dezembro 1972. Com org. não creditada de José Luís Cabaço, que virá a ser ministro da Informação da RPM. (publicam-se 4 fot. de KN e esta é a única que se destaca de um conjunto sentimental, aqui com uma presença dos vultos na grelha moderna dos andaimes que poderá talvez associar-se a outras posteriores imagens de figuras na paisagem natural.)
("Faz fotografia desde 1966. É Repórter Fotográfico de profissão.") Ver Bibliografia, 1972
2
"Objectivo". Pág. 93 de "Moçambique a Terra e os Homens", ed. Associação Moçambicana de Fotografia, 1984 (imp. Edicomp. Roma). Reune fotografias do 1º Salão Nacional de Arte Fotográfica, de 1981, com que nasceu a AMF. Prefácio de José Luís Cabaço, ministro da Informação da R.P.M. (10 fot.)
Também publicada, em melhores condições, em "Iluminando Vidas. Ricardo Rangel e a Fotografia Moçambicana", 2002, com a legenda "Sem título. Rio Revue, província de Manica. 1981"
3
"Poço", Nicoadala, província de Zambézia. 1987. Pág. 28 de "Karingana ua Karingana. Il Mozambico contemporaneo visto dai suoi fotografi", a cura di Gin Angri, ed. Nodo, Como, para COOP, Associazione Nazionale Cooperative di Consomatori, Milano, 1990. É sem dúvida o melhor álbum colectivo da fotog. moçambicana (com prefácio de Mia Couto), publicado por ocasião da mostra com o mesmo título, no Palazzo d'Accursio, Bolonha. (Com 20 fot. de KN.)
Gin Angri é um dos fundadores do grupo Nodo em 1980 - si è caratterizzato come gruppo di ricerca basato sull’intreccio di diverse competenze: il lavoro editoriale, quello grafico, quello fotografico ( Nodo Libri ). Un anno dopo (1981) Gin Angri lascia Nodo per dedicarsi all’insegnamento della fotografia e per aprire a Maputo, in Mozambico, una scuola di fotografia nell'ambito di un progetto di cooperazione internazionale. Permaneceu em Maputo, como colaborador do Centro de Formação Fotográfica, até 1990 (?), e foi um dos fotógrafos representados no álbum "Maputo, Desenrascar a Vida", selecção de Nelson Saúte de fotos do CFF, ed. Ndjira, Maputo & Comissão dos Descobrimentos, Lisboa, 1998, em que Kok Nam não está presente.
E Iluminando Vidas , "Iluminando Vidas. Ricardo Rangel e a Fotografia Moçambicana", org. Bruno Z'Graggen e Grant Lee Neunburg, Christoph Merian Verlag, 2002. (C/ 10 fot.)
1985, Nhandjele, província de Manica (de Photography Now).
Robert Capa é "o pai", "o protótipo do remântico". / "Eu estava a acompanhar os soldados e as fotos saíam todas tremidas, e em movimento, como se fosse um efeito, mas era da máquina... (que avariou)". Ver KN..., 2010)
Na capa, foto de Kok Nam
Exp. individual "Grande angular da amizade" (sic), Caminhos de Ferro. (fotojornalismo)
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Monografias:
1
reprodução integral em Editions de l'oeil, 2007 (Coll. Les Carnets de la Création - Montreuil)
Kok Nam Photographe, Texto Jordane Bertrand (fr., port, ing.). 14 fotografias não legendadas, não datadas.
É um outro Kok menos conhecido que aqui se publica, com apenas uma foto do repórter de guerra (outra imagem diferente do banho dos guerrilheiros, numa apresentação dos heróis como homens), e um destaque especial para cinco amplas vistas de paisagens habitadas ou percorridas - imagens de paz. E também os retratos frontais e próximas de grupos humanos, mais a viagem dos mineiros da África do Sul, 1988 ?.
2
Kok Nam/ o homem por detrás da câmara, ed. Escola Portuguesa de Moçambique – Centro de Ensino e Língua Portuguesa, Maputo 2010. Entrevista de António Cabrita e prefácio de José Luís Cabaço. 43 fotografias, não legendadas, não datadas, com deficiente impressão.
Ver Entrevista com A. Cabrita (com acesso em 12 Agosto 2012)
Nenhuma das monografias inclui bibliografia ou cronologiade exposições, pelo que a fonte possível continua a ser a edição suíça de 2002.
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E ainda, Kok Nam director do "Savana", ed. de 19 Nov. 2010
Kok Nam, fundou com outros 12 jornalistas o primeiro grupo independente de comunicação social do pós-independência de Moçambique em 1992, o projecto Mediacoop, inicialmente uma cooperativa de jornalistas, tendo sido eleito director do semanário SAVANA em 1994.
"MediaFax: marco na revolução da imprensa moçambicana, Por Emídio Beúla
"Após a aprovação da primeira Constituição multipartidária do país em 1990 e da Lei da Imprensa em Agosto de 1991, um grupo heterogéneo que reunia jornalistas, repórteres e fotógrafos discutiu a possibilidade de criar um jornal independente em relação ao controlo estatal e governamental. O grupo, que mais tarde viria a fundar a Mediacoop, jornalistas associados, SCRL, uma cooperativa com escritura pública assinada a 6 de Fevereiro de 1992, era composto por António Elias, Alírio Chiziane, Armindo Chavana, António Gumende, Carlos Cardoso, Fernando Lima, Fernando Manuel, Fernando Veloso, Gil Lauriciano, Kok Nam, Lourenço Jossias, Naíta Ussene e Salomão Moyana. A maior parte do grupo havia pertencido aos quadros da Agência de Informação de Moçambique (AIM), da revista Tempo e do semanário Domingo e, acabada que estava a euforia pós-independência, decidiu afastar-se dos círculos dos apoiantes do poder, passando a intervir criticamente no processo da democratização do país e a exprimir o pluralismo e a diversidade da sociedade moçambicana.
O grupo, já em 1990, tinha estado muito envolvido na divulgação do documento “o direito do povo à informação”, uma contribuição assinada por 165 jornalistas para que a liberdade de imprensa figurasse na nova Constituição. Na verdade, o objectivo da colectividade era criar, dentro de seis meses, um semanário. As reuniões decorriam habitualmente na casa do fotógrafo Kok Nam. Para a escolha de nome da publicação, os fundadores reuniram-se na casa de Gil Lauriciano, local para onde foram levadas várias propostas, nomeadamente Embondeiro, Savana, Zambeze, Região e Austral. No fim, os membros concordaram com Savana, sugestão de Fernando Lima que venceu com sete votos de um total de treze.
A publicação previa-se que abordasse todas as áreas de informação em 32 páginas e que fosse distribuída em todo o território nacional, principalmente na zona Norte, onde se presumia haver um défice de circulação de informação. Um estudo de viabilidade levado a cabo para o lançamento da semanário, dissipou os sonhos do grupo, pois o mesmo indicava um valor de 200.000 dólares para o lançamento, montante proibitivo para as capacidades da cooperativa. (De semanário tablóide a mediaFAX) Foi nesse contexto de dificuldades financeiras que surge a ideia de um jornalismo telefax, pois a distribuição via fax afigurava -se menos dispendiosa já que não incluía os custos de papel. Porém, o reduzido número de máquinas fax na altura existentes no país limitava a circulação do jornal, que viria a chamar-se mediaFAX, por sugestão de Lima, juntando o nome da empresa mãe e a forma de circulação das notícias. (...) A sugestão de Cardoso foi aclamada e, entusiasmado, prometeu começar o mediaFAX a 25 de Maio, Dia de África, ignorando a exigência dos estudos de viabilidade propostos pela cooperativa. (...)"
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in NO FLASH. Homage to Ricardo Rangel (1924–2009) / Biographical information about the interview partners in 2011 / Director: Bruno Z'Graggen
Kok Nam
*1939 in Lourenço Marques (Maputo), son of Chinese immigrants. He lives in Maputo. Like Ricardo Rangel, Kok Nam first learnt the trade of a photograph printer in the 1950's and then started to work as a photo reporter in the 1960's. At first he worked under Rangel and together with him gradually became one of the major photo reporters in the country. In 1970 together with Rangel he co-founded the magazine Tempo, where he became chief photographer and head of the photograph section. Like Rangel, Kok Nam was a co-founder of the Association of Photographers AMF in 1981. After the peace agreement of 1992, he campaigned for the independence media, was a co-founder of the Mediacoop and is still director of the independent weekly Savana.
Kok Nam became well known as a photographer with his comprehensive work on the FRELIMO troops, whom he accompanied for a long time during the civil war behind the front lines, de-mystifying them by presenting them in their daily life. His work was shown at numerous exhibitions both inside Mozambique and abroad, where it still awaits discovery.