Dois livros acabados de chegar
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"Ricardo Rangel. L'anima del Mozambico" / "Ricardo Rangel. The soul of Mozambique", Sarenco (prefácio), Prearo Editore, Milano, 2001
Ed. bilingue (italiano e inglês), 96 pp., 17,5x22,5 cm, cartonado, 35 fotos pb (1957-2000), nota biográfica.
Sarenko escreve um breve prefácio, apressado sobre Rangel ("Todas as fotografias que vemos, e digo mesmo todas, são statements poéticos, gritam por justiça, exigem resposta. RR é o grande moralizador da fotografia contemporânea.", e mais preciso sobre Malangatana e Reinata. Escreve também notas sobre algumas imagens. O livro amplia a anterior monografia, de 1994, com uma dezena de fotoa posteriores
A edição terá acompanhado uma exp. com o mm título no Centro per l'Arte Contemporanea, Rocca di Umbertide, Perugia, Itália (ref. Artafrica).
SARENCO é um artista italiano de longo e eclético itinerário - não oficial, segundo o próprio -, que Harald Szeemann incluiu na Bienal de Veneza de 2001 (apresentou l’installazione La platea dell’Umanità - o título que HS deu à sua exposição - composto dall’assemblage di oltre 300 opere: dipinti, disegni, tavole incise, sculture di grandi dimensioni realizzate a Malindi in Kenya, da artisti e artigiani locali) e também na 1ª Bienal de Sevilha em 2004. Instalara-se em Malindi, Kenya, em 1990, e aí organizou com o apoio da cooperação italiana uma Bienal de Arte contemporânea (LA BIENNALE DI MALINDI LTD) em 2006, 2008 e 2010 - esta última "a cura di Achille Bonito Oliva".
(Ricardo Rangel e Reinata Sadimba foram expostos na edição de 2008 da Bienal de Malinde.)
No mesmo ano de 2001 RR participou com uma Exposição Monográfica nos 4émes Rencontres de la Photographie Africaine, Bamako, que teve o título geral "Mémoires Intimes d'un Nouveau Millénaire", sendo comissário geral Simon Njami. No catálogo publicam-se 3 fotos de Pão Nosso de Cada Noite, não legendadas nem datadas, com uma apresentação, "Le regard attentif", de António Sopa. Nessa mesma edição compareceram na Exposição Internacional Rui Assubuji, Luís Basto e Sergio Santimano (de Angola: M'Dilo Mutima e António Ole.
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Njami (S.) curator & ed., "A USEFUL DREAM, African Photography 1960 2010"
na capa, Ballroom - Jodi Bieber
187 pp., b/w & colour illus., paperback, Brussels, 2010. Bozar Books & Silvana Editoriale, Milano. Catalogue of the exhibition (part of the "Visionary Africa" project.), Centre for Fine Arts / Palais des Beaux-Arts - Bozar,
à l’occasion des 50 ans de l’indépendance du Congo et de 16 autres pays africains
"...une vue d’ensemble de la photographie africaine actuelle. L’Occident colonial a longtemps eu le monopole du regard sur le continent africain. À de rares exceptions, l’Afrique, sous prétexte d’objectivité « scientifique », a été réduite jusqu’à la moitié du XXe siècle à une série de clichés exotiques. Depuis les indépendances, les pays africains ont entamé un large processus d’émancipation, notamment dans l’élaboration d’une vision d’eux-mêmes qui leur soit propre. Dans ce processus, la photographie a joué un rôle précieux. L’exposition Un rêve utile retrace 50 ans d’histoire du regard des photographes africains sur leur continent. Au cours de cette période, ils se sont affranchis pas à pas de la vision que l’Occident leur avait imposé. Une exposition conçue par Simon Njami, auteur notamment de la remarquable Anthologie de la photographie africaine."
Includes the essays:
"A Useful Dream: photography as a metaphor for freedom and self-esteem" by Simon Njami,
"The Icon and the Totem" by Jean Loup Pivin.
Photographers include Jodi Bieber, Tracey Derrick, the Essop Brothers, Bob Gosani, Santu Mofokeng, Zwelethu Mthethwa, Musa Mxumalo, Andrew Tshabangu, and Nontsikelelo Veleko (Lolo) from South Africa, Calvin Dondo from Zimbabwe, Ricardo Rangel from Mozambique, and Ambroise Ngaimoko from Angola.
RICARDO RANGEL é incluído na 1ª secção do livro, "A useful dream. 1960 1969", precedido por Mohamed Dib (1946, Argélia), e seguido por Cornelius Yao Augustt Azaglo (Togo/Costa do Marfim), Malick Sibidé (Mali) e Jean Depara (Zaire, RDC), Mahammed Abd El Rassoul (Sudão). É representado por 6 fotos da série da Rua Araújo (com títulos manuscritos e datas de 1959 a 1971) e uma da Beira (o porteiro do Moulin Rouge da Beira, de 1965), sempre em boas provas datadas de 2008. E nenhum outro moçambicano aparece em
"Lost illusions 1970 1979",
"Crossroads 1980 1990",
"No name in the street 1990 1999" (Mouna Karray, Tunísia; Tracey Derrick, AS; Calvin Dondo, Zimbabwe; Andrew Tshabangu, AS; Aïda Mulunch, Etiópia/USA; Eileen Perrier, UK; Dorris Haron Kasco, Costa do Marfim/França, Les Fous d'Abidjan) e Myriam Abdelaziz, Egipto),
e "Another country 2000 2010" (Sammy Baloji, RDCongo; Musa Nxumalo, AS; Mohamed Bourouissa, Argélia; Essop Brothers, AS; Patrick Wokmeni, Camarões; e Nontsikelelo Veleko, AS). Num total de 33 fotógrafos.
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É sempre curioso comparar datas e títulos em diferentes edições. Assim, na edição italiana de 2001, as 3 únicas fotos da série "Pão nosso de cada noite" aparecem legendadas apenas com o título genérico "Il nostro pane di ogne notte" e a data de 1960, sendo objecto de um comentário de Sarenco. Em "Iluminando Vidas", de 2002, reproduzem-se 5 fotos da Rua Araújo, no final da sua antologia, com a legenda "Da série 'Our Nightly Bread', Lourenço Marques, 60's a 70's", enquanto o porteiro da Beira se chama "Paradoxo do contexto, porteiro no cabaré Moulin Rouge, Beira, 1965". No catálogo de 2010 acima citado é só essa série que se reproduz e as legendas e datas correspondem (por vezes sintetizadas) às que se tinham entretanto publicado no álbum homónimo de 2004, ed. Marimbique, com fotos que vão de 1959 a 1974 e 1975, aí comentadas por Calane da Silva (o porteiro da Beira perde o título de gosto salonista).
Começando pelo princípio, recorda-se que RR tinha referido numa entrevista (qual?) que uma ou outra foto da Rua Araújo tinha sido mostrada numa exposição de grupo em 1972, sem terem motivado hostilidades, ao contrário do que esperava.
(Isto tinha continuado, mas perdeu-se a gravação...)
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