O
exercício de má fé e/ou delírio intelectual (será ainda intelectual?) a
que se dedica a Filomena Mónica nas páginas benevolentes do Público de hoje ( "O evangelizador de Coimbra" ) tem
a meritória consequência de promover a leitura do objecto que ela
treslê:
Entrevista com Boaventura Sousa Santos — O intelectual de retaguarda
por Helena Mateus Jerónimo e José Neves
Análise Social, Vol. XLVII (3.º), 2012 (n.º 204), pp. 685-711
PDF (1280 Kb) . ÚLTIMO NUMERO
Muitas
vezes discordei da intervenção política e desconfiei da ideologia
universitária do BSS (o que agora só a mim interessa - e aliás as orientações recentes são mais abertas a novas realidades), mas a deturpação, a
incompreensão voluntária, a "denúncia" populista, a vacuidade académica
da srª, ou da gaja, têm um efeito muito favorável para recomendar a leitura
interessada e atenta da entrevista. Para fazer publicidade (e a melhor será a publicidade negativa) ela presta.
Lendo a "crítica" e reconhendo depois os passos de que ela se serve de modo ínvio, como pretensas citações, topam-se bem os processos de deformação do que está dito nas páginas da Análise Social e também o que na pretensiosa professora é, entre outras coisas, profunda ignorância.
Não me preocupa dar exemplos, seria perda de tempo, porque o que importa é a entrevista em si mesma.
E é curioso como há aqui analogias com um recente processo desonesto de ataque à história do Rui Ramos, a partir de opostas intenções políticas, embora esse caso tenha propiciado um largo debate, às vezes qualificado, sobre as posições ideológicas do historiador. Não será o caso aqui, por falta de "substracto" e de contexto partidário, e a prosa da Mónica morrerá ali mesmo.
A Mónica, que conheci de perto (mas
mal) na antiga "Revista de Livros" do Diário de Notícias, não se
enxerga, e fez disso um estilo jornalístico-universitário com algum êxito mundano. Nunca me esqueci de uma vez em que ela dizia (primeiros anos 80) qualquer coisa assim: Ah! o pós-modernismo, isso já estudei tudo, já sei o que é. E passava por cima com a arrogância dos ignorantes.
por Helena Mateus Jerónimo e José Neves
Análise Social, Vol. XLVII (3.º), 2012 (n.º 204), pp. 685-711
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