Que se foda o Barthes, que estabeleceu uma vez... "Nos seus Ensaios
Críticos, Barthes estabeleceu uma vez uma oposição entre escritores e escreventes, onde dizia, entre outras coisas, que a palavra do primeiro, instransitiva, é um gesto que encontra o seu sentido na instituição literária..."
O policiamento ao serviço da instituição literária está de serviço e é miserável...
Eles quem? / A "aristocracia" de fachada cultural. / No caso, o Guerreiro no ípsilon de hoje (19/4) . Grotesco. / O G... ao serviço do poder?!
O poder dele, de um certo jornalismo, uma certa universidade. Uma franja do poder. A qual defende erguendo exercícios de autoridade ao serviço de
uma ideia de instituição literária, fechada sobre si própria, autónoma. Percebe-se o que significa estabelecer uma oposição entre escritores e
escreventes? autores e escribas? - que não significa distinguir bons e
maus escritores, geniais e medíocres, o que
é do domínio do exercício crítico argumentado, vulnerável por isso ao
diálogo e ao confronto, mas sim erguer uma fronteira identitária entre
escritores elevados e populares, eruditos e fáceis, sérios e comerciais -
tal como se defende a oposição entre alta e baixa cultura, entre arte e
cultura, entre o que é puro e desinteressado e o que se implica em
posições e interesses, entre a arte pura e a arte que serve, entre nós e
os outros. A música de Bach servia para acompanhar cerimónias, e não
existiria sem elas, e é admirável porque as servia bem, melhor que todos
os outros. Como Velazquez servia.
É a teoria especulativa da arte,
idealista com roupagens marxistas, contra a arte como experiência.
Exercer o poder é tutelar pretensos saberes graças ao administrar de
citações descontextualizadas, regressando à escolástica do comentário
cada vez mais etéreo sobre fragmentos e autores que foram dizendo uma
coisa e outra imersos no seu tempo, mas destacados da sua temporalidade
conflituosa para serem apenas citações abstractas. Do Barthes, do
Benjamin, do Warburg, erguidos em submodas académicas.
Um mundo ridículo
e precioso que assusta os neófitos e é risível para quem realmente
manda e lhes paga. Esse é um poder tolerado, cúmplice da perda da
instrução, que enquanto pretensa vanguarda ou discurso avançado se
distanciou cada vez mais da vida e das lutas concretas. Há que
combatê-lo por toda a parte, nas escolas e nos jornais.
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