The Queen of Sheba's Ship, escultura de Amâncio Guedes (Pancho), datada de 1963, ao lado de um xilofone Chopi (marimba) certamente de Moçambique (na legenda, from South Africa).
A foto é da casa de Roland Penrose e os retratos são do pai (James Doyle Penrose, retratista de sucesso) e da mãe de Roland Penrose e do próprio Roland em criança, c. 1907.
É uma fotografia de The Home of the Surrealists: Lee Miller, Roland Penrose and Their Circle at Farley Farm, da autoria de Antony Penrose (filho) e Alen Macweeney, fotografias
Frances Lincoln ltd, 2008 - 144 páginas.
(Written by Anthony Penrose, son of American photographer and feminist icon Lee Miller and British artist Roland Penrose, this work provides a personal insight into their life together at Farley Farm, Sussex where they played host to some of the greatest 20th-century artists.)
Guedes e Penrose participaram ambos no 1º Congresso Internacional de Cultura Africana (1962, Salisbury). Pancho levou consigo os Marimbeiros de Zavala e uma exp. de artistas moçambicanos em que se destacava Malangatana.
Penrose era director do Institute of Contemporary Arts (ICA) in London, onde em 1963 expôs Malangata com Ibrain-el-Salahi, pintor sudanês de longa carreira, depoid tb professor e político, a quem a Tate Modern vai dedicar uma grande retrospectiva, organised by the Museum for African Art, New York:
3 July – 22 September 2013
Salahi, n. 1930, estudou na Slade School of Fine Art in London from 1954-57, e esteve depois associado ao Mbari Club de Ulli Beier na Nigéria (de onde parte então a circulação internacional de Malangatana).
Já ao lado do nigeriano Uche Okeke e sempre com Salahi, Malangatana é exposto em Bombaim e a mostra segue atá ao Paquistão em 1964. A digressão foi patrocinada pelo Congresso para a Liberdade da Cultura (Congress for Cultural Freedom) de que mais tarde (1967) se viria a saber que contava com financiamentos da CIA. Ulli Beier refere sempre os subsídios do Congresso à publicação de "Black Orpheus" e à actividade do Mbari Club. Martin Luther King fora o porta-voz da actividade do Congresso, numa sessão em Paris, e o escritor sul-africano exilado Ezekiel Mphahlele representava-o na Nigéria nos anos 60.
A junção de Malangatana com o sudanês Ibrahim El Salahi e o nigeriano Uche Okeke é particularmente significativa, desde logo pelo que as suas origens e carreiras representam (dois pintores com formação académica e um auto-didacta - "the short cut"), e pela importância que todos eles assumem na promoção da nova arte africana dos anos 60, ou do "renascimento" da arte africana, por Ulli Beier, na sua condição de crítico, editor e director de uma galeria de arte (prefácio de Contemporary Art in Africa).
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