a 1ª monografia, Amsterdão 1983
escritos (A.P.)
1993, "A matéria do lugar", Expresso/Revista, 20 Nov. 93, pág. 64R (13ºs Encontros de Coimbra, "As Minas de São Domingos", individual no Bar Galeria Santa Clara, catálogo colectivo)
1994, "À superfície das coisas", Expresso/Cartaz, 26 Nov. 94, pág. 17 (Gal. Municipal, Convento de S. João de Deus, Montemor-o-Novo; desdobrável)
1995, "Porto revisto", Expresso/Revista, 4 Mar. 95 (sobre "Alfândega Nova", Porto, colectiva)
- José M. Rodrigues, Expresso/Cartaz, 6 Maio 95, nota (Caldas da Rainha, nota)
1996, "Domínio privado", Expresso/Revista, 12 Jan. 96 (Museu de Évora)
- "Enfim nós", Expresso/Revista, 16 Nov. 96 (Encontros de Coimbra)
1997, "A pele, o corpo, a terra", Expresso/Cartaz, 18 Out. 97 (S. João da Madeira)
1998, José M. Rodrigues, Expresso/Cartaz, 7 e 14 Mar. 98 (Palácio Anjos, Algés)
1999, "A alegria e o mistério", Expresso Revista de 06-02-99 (sobre "Ofertório", Culturgest)
- "Ofertório", Culturgest, 30 Jan., nota
- "De viagem", EXPRESSO, Cartaz, 6 Nov. 99 («Chorar por Água», Arquivo Fotográfico de Lisboa) link
2006, "Os outros, nós", EXPRESSO/Actual de 11 - 02 - 2006 ("Solo", Gal. Sala Maior, Porto) link 2
colectivas em Portugal (incompleto)
1983, 4ºs Encontros de Coimbra: Contribuições
1988, Fotoporto, Fundação de Serralves, Exemplos da fotografia portuguesa, cat.
(1991, Europália, Antuérpia, cat.)
1992, Olho por olho, Ether, cat.
1994, 14ºs Encontros de Coimbra: "Itinerários de fronteira", cat. (ref.)
NOTAS 1995 - 2002
2002
José Manuel Rodrigues / Gérard Castello Lopes
«Dois Discursos Fotográficos»
Palácio D. Manuel, Évora
(catálogo)
Expresso Cartaz, 05-01-2002
Dois fotógrafos registam a cidade e os seus habitantes por encomenda da respectiva Câmara Municipal e do seu Arquivo Fotográfico em reestruturação, de acordo com um programa de levantamentos que cita o exemplo histórico da Missão Heliográfica de 1851, em França. Para ambos, por razões diferentes, a proposta foi assumida como um desafio para variar os seus hábitos de trabalho. Gérard Castello Lopes dedicou-se ao retrato de personalidades eborenses, de João Cutileiro (que já fotografara em 1972) aos oficiantes do Restaurante Fialho, passando por outras figuras mais oficiais ou académicas, quase sempre localizando as personagens nos seus cenários próprios. Fotografou o pintor António Charrua a cores e Sebastião Salgado de costas, por ocasião do seu doutoramento em Évora, acrescentando a estas excepções um polícia sinaleiro de 1957 e quatro «vistas» sem figurantes, encerrando meditativamente o périplo no cemitério local diante de duas campas anónimas e duas árvores. José Manuel Rodrigues, que é um dos retratados (exposição e álbum são também uma história de cumplicidades), abandonou o seu usual método de trabalho para olhar a cidade a cores e com recurso sistemático a longas panorâmicas. Expõe quase sempre composições triplas associadas verticalmente numa mesma moldura, onde explora relações temáticas ou cromáticas e montagens imprevistas com um ritmo cinematográfico. Depois de fotografar durante anos a sua cidade, J.M.R. trocou a possibilidade de se repetir pelo desafio de refrescar o olhar e de fazer novas experiências, construindo um caleidoscópio de imagens documentais em que se cruzam o património e o quotidiano da cidade. (Até dia 13)
2001
Gérard Castello-Lopes e José M. Rodrigues
«Tomar-lhe o Gosto — Fotografias em Português»
Moagem «A Portugueza», Tomar
catálogo
Expresso Cartaz, 23/6/2001
Mais um piso e mostram-se trabalhos recentes e inéditos (1999-2000) de J.M.R., numa selecção que revisita vários dos seus temas de predilecção, com particular insistência nos auto-retratos e nos retratos. Mas, sejam rostos, corpos, objectos ou paisagens, as suas fotografias são sempre, ao mesmo tempo, momentos de um diário íntimo (uma arte de viver) e todo o mundo. Um catálogo de muito boa impressão reúne os dois fotógrafos, que mutuamente muito se admiram e que partilham alguns modos de passar das vistas às visões.
1999
"Ofertório", Culturgest/CGD
30-01-99
Sem que nunca J.M.R. tivesse exposto individualmente em Lisboa, é agora possível descobrir toda a extensão e diversidade do seu trabalho numa retrospectiva que é também a primeira dedicada a um fotógrafo português em actividade. Se a obra era há muito defendida por alguns como uma das mais decisivas, embora (?) distanciada dos circuitos de maior visibilidade mundana, a exp. comissariada por Jorge Calado, oferecida em mais de duas centenas de fotografias e num magnífico catálogo, é também uma realização modelar. Sem cumprir um itinerário cronológico (1972-97), a retrospectiva percorre as várias direcções da actividade e dos interesses de J.M.R., dos retratos íntimos e auto-retratos à fotografia de arquitectura, dos nus aos ensaios documentais de alcance antropológico, dos objectos que no início dos anos 80 pretenderam explorar os limites formais da fotografia, através das práticas da instalação e da «performance», à paisagem, à quase abstracção, à fotografia encenada. Ao mesmo tempo, ultrapassando a previsibilidade das arrumações disciplinares, a montagem põe em destaque, em segmentos do percurso intitulados «Actos de Desaparecimento», «Muros», «Linhas», «As Pedras e os Muros», «Contrapontos», «Os Quatro Elementos», o que são as marcas mais fundas de um olhar pessoal sobre o mundo, onde a procura de uma máxima excelência oficinal é também um exercício de deslumbrada interrogação sobre a inteligência e a emoção das coisas visíveis. Simultaneamente exibição exaustiva de uma obra, que dispensou em inúmeros casos as fotografias mais expostas e reproduzidas em catálogos anteriores, para mergulhar na revisão de mais de 80 mil imagens arquivadas, e um trabalho original de leitura e interpretação (sustentado pelos textos sectoriais que vão pontuando a exposição), «Ofertório» é uma mostra absolutamente exaltante. (Até 21 Mar.)
1998
José M. Rodrigues, «O Prazer das Coisas - uma antologia»
Palácio Anjos, Algés, 28 Fev. 1998
Coord., selecção e sequenciação das imagens - Jorge Calado (texto)
produção Ether
cat.
07-03-98
O fotógrafo está presente em «À Prova de Água» e tem em «O Prazer das Coisas» uma mostra de obras recentes (Alentejo e uma foto de Nova Iorque) que pela primeira vez o apresenta individualmente nas imediações de Lisboa. Não se trata ainda de uma «antologia» da longa obra de J.M.R. (erro do catálogo - com magnífica impressão), mas basta para o reconhecer no lugar que ocupa: um dos cumes da fotografia portuguesa contemporânea.
14-03-98
A selecção e sequenciação das imagens, na exp. e no catálogo (embora com algumas alterações ao projecto), foi feita por Jorge Calado, que num breve texto destaca a unidade e diversidade da obra de J.M.R. - «mesmo as suas fotografias mais objectivas lembram sempre outras coisas e outras imagens» -, bem como o tratamento do espaço a duas dimensões, que é «a superfície da prova fotográfica, mas mais ainda a superfície e a textura das coisas fotografadas». E acrescenta: «Nos seus olhos, a terceira dimensão desaparece como numa ilusão de óptica. Ficam as paredes, as cascas, as conchas e as peles. E como elas são diferentes e contrastadas! Também magoadas. Os rebocos caem, e os espinhos aproximam-se perigosamente dos ventres e do seios. São imagens férteis, de onde escorrem água e líquidos menstruais. (...) A fotografia de J.M.R. exsuda sexo e humor por todos os poros.» (Até 29)
- in «Primavera fotográfica», 21-03-98
Entretanto, a Câmara de Oeiras e a Ether(!) mostram o trabalho mais recente de JMR acrescentando algumas imagens inéditas às que, ao longo de 1997, foi mostrando em Castro Verde, em S. João da Madeira, Montemor-o-Novo, Évora, Amsterdão, Frankfurt, etc., numa produção sempre tão discreta como intensa. Nas suas fotografias de um preto e branco magnífico, aqui impressas em provas de pequeno formato, a mais rigorosa observação do espaço natural identifica-se como um aparente exercício da abstracção, em eventuais reduções superficiais e caligráficas, ao mesmo tempo que a interpretação formalista é denunciada pela extrema sensualidade das imagens, pelo humor e pela metamorfose surreal dos objectos. Num mesmo movimento, que rompe com as fronteiras entre objectividade e subjectividade, as fotografias afirmam a dimensão de um muito vasto projecto documental, onde está agora presente a paisagem alentejana, que é também um discurso sempre autobiográfico. A montagem evidencia a constante permutabilidade da terra e da pele, das formas vegetais e dos corpos.
1997
Centro de Arte, S. João da Madeira
12-10-97
Do trabalho mais recente de José Manuel Rodrigues, agora em exposição em S. João da Madeira, dá conta um livro-catálogo de quase perfeita execução gráfica, com prefácio de Margarida Medeiros (edição do Centro Cultural local, animado por Victor Costa, subsidiada pelo IAC e de apenas 500 exemplares). Ficará a marcar o ano na sequência em que se inscreveram Oriente-Ocidente de António Júlio Duarte em 94, ist de Augusto Alves da Silva em 95, Penumbra de Paulo Nozolino em 96.
Aqui, a total ausência de títulos, individuais e de conjunto, adensa o misterioso trânsito de uma fotografia que se diria de vocação documental e que transcende o objecto da representação deixando adivinhar a sua profunda dimensão auto-biográfica e auto-interrogativa como caminho essencial da ancoragem no mundo. É sempre de uma fotografia construída que se trata, despertada pela disponibilidade da observação mas minuciosamente trabalhada pelo domínio da luz, da profundidade, das escalas, da composição e do tempo (que é sempre longo e não o instante fotográfico). Por vezes, a fotografia é encenada com modelos e objectos, situados em plena natureza, e noutros casos ela aproxima-se dos objectos (naturais ou de consumo vulgar) e isola-os como presenças esculturais.
Na sucessão das páginas, a sequência e a extrema diversidade das imagens constrói-se como uma arte poética. A um inicial auto-retato como sombra projectada segue-se um espaço incerto (construído e natural) que se fecha em círculo sobre o céu, metáfora do acto de ver, e logo um campo aberto e interminavelmente horizontal é cortado pela verticalidade de dois postes eléctricos, como rectângulo do visor e ecrã... Interrogam-se os elementos, comparecem todos os reinos da criação, o corpo prolonga-se nos relevos da terra, ação deixando adivinhar a sua profunda dimensão auto-biográfico e auto-interrogativa como caminho essencial.
17-10-97
Comentado o catálogo na edição anterior do «Cartaz», acrescente-se que a exp. é um diferente objecto mas igualmente admirável. À ordenação discursiva (e musical) do livro — calculada como indicação de «temas», intensificação sequencial, ruptura, introdução de novos temas, etc — corresponde, no espaço físico das duas salas ocupadas, uma outra montagem onde os tópicos centrais (a terra, o corpo feminino, a água, o espaço habitado, o auto-retrato) se agrupam e contrapõem, por vezes compondo trípticos e dípticos. (Até 15 Nov.)
1996
Encontros de Coimbra
"Enfim, nós" in Expresso Revista de 16-11-96 (extracto)
As primeiras mostram-se em 12 dípticos, em geral retratos e fragmentos de paisagem ou arquitecturas, num diálogo constante entre a figura e o seu espaço vital, misteriosa sinalização dos elementos primordiais e da transformação da natureza em cultura. Secretos, os retratos são um íntimo registo dos amigos, cruzando a vida com o inventário dos lugares, os trabalhos e os dias. E essa indescernível dimensão documentária e autobiográfica está igualmente presente na mostra dedicada à arqueologia, «sinais da existência humana», na relação entre a paisagem e os vestígios, na sobreposição dos tempos, nas marcas reencontradas ou remontadas das construções rituais (a arqueologia experimental de Manuel Calado), até à imagem final da «Moira encantada», outra vez um retrato.
«A grande lição é que não devemos ter uma atitude desesperada de dar obrigatoriamente um significado às coisas. A história dos homens passa por todos os lados. Aqui (no Alentejo) passa como uma luz fresca» — escreve José M. Rodrigues no prefácio do album Alentejo Sagrado. As mais silenciosas «coisas» contam nas suas fotografias, que gravam não só «a luz reflectida» mas também «a (sua) própria luz» (a do fotógrafo).
Também em «Língua Franca» o «layout» concebido pelo fotógrafo não foi cumprido, contrariando a alternância pretendida entre os retratos frontais e os objectos recortados contra o céu, sinais de presença colonial (o padrão, o varandim) ou emblemas de um imaginário dos trópicos. Sem fazer desaparecer, ainda assim, o seu poder misteriosamente significante.
José M. Rodrigues é hoje um dos mais importantes artistas portugueses e o seu regresso a Portugal e a Évora, o trabalho imenso que tem produzido desde então, a discrição da sua presença sempre requisitada (os Encontros, o projecto «Alfândega», as arquitecturas de Álvaro Siza, as colaborações com as autarquias alentejanas — ele está mais interessado em fotografar do que em disputar proximidades com os círculos do poder), vieram reequilibrar o panorama da fotografia nacional, de certo modo recentrando-o à volta do seu exemplo. E, apesar disso, nunca expôs em Lisboa. Ou antes: é por isso que nunca expôs em Lisboa.
«Memórias do tempo»
Museu de Évora
Expresso Cartaz de 27-01-96, nota
(+ Artigo na Revista, “Domínio privado”)
Antologia de uma obra extensa e diversificada nas suas direcções, esta exp. que conjuga fotografias do princípio dos anos 80 e outros trabalhos de muito recente data atribui um largo lugar ao retrato e a um subjacente discurso diarístico que tinha estado menos presente em outras mostras recentes do autor. Sem a sistematicidade de uma retrospectiva e mantendo na sombra outras orientações de trabalho, nomeadamente o percurso mais experimentalista, a exp. vem confirmar o lugar de primeiro plano que ocupa a obra de J.M.R., à qual continua a faltar, por insondáveis razões, a necessária divulgação através do livro.
10-02-96, nota
Presente nos três últimos Encontros de Coimbra, J.M.R. apresenta em Évora uma exp. antológica que associa fotografias de finais dos anos 70 a trabalhos muito recentes, já posteriores ao seu regresso da Holanda, sublinhando a continuidade do retrato e de uma linha de fundo diarística do seu trabalho. Uma presença central no panorama da fotografia portuguesa, apesar de nunca ter sido mostrada em Lisboa.
1995
«Memórias do tempo»
Centro Cultural da Fundação Gulbenkiam em Paris
(notícia – Actual) 18-11-95
O Centro Cultural da Fundação Gulbenkiam em Paris apresenta, desde quinta-feira, uma exposição de fotografias de José M. Rodrigues, intitulada «Memórias do tempo». A mostra sucede-se às que apresentaram em França, no mesmo lugar, as obras de Fernando Lemos e Gerard Castello Lopes, situando com justiça o trabalho de José M. Rodrigues na primeira linha da fotografia portuguesa. No entanto, é curioso observar que as suas fotografias nunca foram vistas em Lisboa — exceptuando a participação numa colectiva da Ether e, com fotografias de arquitectura, em apresentações da obra de Siza Vieira.
A exposição (aberta até 20 de Dezembro) reune fotografias realizadas desde 1978 e durante os anos 80, sendo reapresentada no Museu de Évora, a 5 de Janeiro < 1996>, numa versão ampliada, que incluirá também trabalhos mais recentes realizados no Alentejo. Foi publicado um catálogo com texto de Tereza Siza e a reprodução de 21 fotografias, embora em condições de edição pouco conformes com a notável qualidade de impressão das suas provas originais.
A carreira de José M. Rodrigues, nascido em 1951, em Lisboa, iniciou-se na Holanda, onde residiu desde o final dos anos 70 e até ao recente regresso a Portugal, trabalhando actualmente em Évora. Em Roterdão, esteve associado à revista e galeria «Perspectief». Em 1991 integrou a representação portuguesa na Europália, participando depois nos Encontros de Coimbra de 1993 (individual), de 1994 e do ano em curso («Alfândega Nova»), além de ter apresentado exposições nas galerias municipais de Montemor-o-Novo e Caldas da Rainha.
"HOSPITAL", António Cunha, José Rodrigues e Luís Pavão
Ex-Celeiros da EPAC, Évora
Expresso 08-07-95
António Cunha, José Rodrigues e Luís Pavão reunem três abordagens fotográficas do Hospital do Espírito Santo («Olhares de ontem e de hoje») numa exposição encenada com antigos equipamentos sanitários e clínicos, de que se aguarda a edição de um catálogo. O primeiro exerce um olhar de repórter sobre o dia a dia do hospital, L. Pavão constrói uma muito sólida galeria de retratos construindo uma visão inédita do mundo hospitalar e J. Rodrigues percorre os cenários do antigo estabelecimento de assistência de Évora, até aos lugares da morte, em mais um trabalho de excepcional qualidade. Entre um vasto conjunto de iniciativas propramadas para a Feira de S. João, destaca-se, no mesmo local, a exp. documental «Tradições da Moagem», organizada pela Câmara local, que revisita uma tradição local com um olhar informado pela história e a antropologia.
JOSÉ MANUEL RODRIGUES, "Fotografias"
Gal. Municipal, Caldas da Rainha, 17 Abr. - 7 Maio 1995
(desdobrável/catálogo c/ texto Mafalda Serrano, "Elementos naturais")
Expresso Cartaz 6-5-95
Aguarda-se uma exp. — e uma edição em livro — que permita considerar nas suas séries temáticas, no seu desenvolvimento longo, na deambulação entre a Holanda e o Alentejo, a já muito vasta produção fotográfica de J.M.R. Entretanto, vai sendo possível ver em exposições periféricas, em Montemor-o-Novo em Novembro e agora nas Caldas, sucessivas aproximações a uma obra que se situa no primeiro plano da fotografia portuguesa, mas que é ainda demasiado discretamente conhecida.
Nesta antologia em que se insinuam recentes direcções de trabalho e em que se joga com um extenso «corpus», mostrado sem datas nem títulos, sinalizando múltiplos projectos, sempre em formatos quadrados e a preto e branco, revela-se toda uma extraordinária capacidade de subverter as escalas e as perspectivas dos objectos e das paisagens, para desenhar com a luz uma visão das coisas que faz das superfícies uma primeira pele para a lenta revelação do mistério de todos os lugares.
As janelas dentro da imagem, a transparência incerta dos vidros, o recorte das sombras que organizam o espaço, com uma geometria própria que refaz os relevos dos objectos, a presença do tempo inscrito nas texturas das paredes trabalhadas pela luz, são marcas repetidas e reinventadas de uma linguagem que faz coincidir o itinerário secreto do fotógrafo com uma visibilidade inédita das paisagens alentejanas.
Um trabalho disponível para uma qualquer instituição que se queira prestigiar com a consagração devida a uma obra ímpar.
Ver “Porto revisto”/“Alfândega Nova”, Porto: Expresso Revista de 03-03-95
+ “Norte e desnorte”/Encontros de Coimbra, ref. a “Alfândega Nova”, 18-11-95
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