“Nós não temos um museu de arte contemporânea a funcionar como deve ser – a arte contemporânea que se faz hoje cá está confinada às galerias, e a que se fez passa por exposições pontuais. Se eu quiser dizer a um estrangeiro que visita Lisboa onde é que pode ir ver arte portuguesa do século XX, tenho de consultar o programa da Gulbenkian para ver o que é que lá está hoje...” É uma “falha gravíssima”, sublinha. “Estamos atrasados, continuamos atrasados. As colecções têm de estar à vista.” Nem um histórico como Amadeo de Souza-Cardoso escapa a este diagnóstico de invisibilidade: “Quando o Amadeo vier de Paris [a obra do pintor está exposta no Grand Palais até 18 de Julho], vai para a Gulbenkian e depois? Onde é que fica? Quando é que o vemos outra vez?”
Quem disse? Quando? Surpresa! foi a Cristina Guerra.
"Urroz < é o director da Arco Madrid e Arco Lisboa> acredita que um museu para a arte contemporânea portuguesa – nem o director da feira nem Cristina Guerra parecem dispostos a olhar para o Museu do Chiado nem para o de Serralves como tal – pode contribuir para uma dinamização, mas defende que, para haver mudanças, é preciso “uma atitude global”, que passa por apoios continuados aos artistas e aos galeristas."" - é o parágrafo seguinte da notícia do Público sobre a "feira-boutique".
É provável que a líder da galeria líder (Cristina Guerra) diga com facilidade uma coisa e o seu contrário - é versátil e hiperactiva. Ela aponta o caminho - olha para o que eu digo, não olhes para o que eu façohttps://www.publico.pt/.../arcolisboa-uma-feira-de-arte...
Ora, o que vemos agora no Museu do Chiado? Em vez de uma selecção emblemática da colecção histórica (já que o espaço principal está em obras para o ligar ao ex-Governo Civil, onde se mostra em especial Colecção Pernes - Colecção SEC atribuída a Serralves, anos 60-80. Fotografias de André Cepeda.http://www.museuartecontemporanea.pt/pt/programacao/1784
A segunda questão é que a exposição do André Cepeda não se distingue de uma habitual exp. de galeria e nada justifica que ocupe lugar num museu (não é antológica, não é uma nova criação que responda a uma encomenda ou desafio do Museu, não faz parte de um programa conjunto com outros artistas). Nada a justifica. Para além disso não é uma boa exposição.
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