Nunca divulguei este documento, de 19-01-2009, embora não tenha havido pedido de reserva.
Rui Vilar então presidente da FG, distancia-se do África.Cont, e distancia a FG, afirmando que "ficou estabelecido no contrato que assinámos com a Câmara que a não realização daquele equipamento cultural no prazo previsto (5 anos) determina a resolução do contrato e implica a restituição à Fundação das quantias entregues". Restituiram? #casoAfricaCont
Em vez de transferir o "Projecto Africa.Cont" para a EGEAC Cultura Em Lisboa, a actual CML deveria elaborar um livro branco sobre uma história que desde 2008 condicionou e fez estagnar a colaboração de Lisboa, e do governo de Portugal, com os artistas dos países africanos de expressão portuguesa, coisa que não interessava nada ao prof. J.A. Fernandes Dias e associados comparatistas (Arte África, Fac. de Letras de Lisboa e outros ditos pós-colonialistas - colonialistas de facto). Há quem goste de passear por África e se tenha perdido nas selvas (alarme na CML, diziam-me) mas opte pelo comércio com os artistas das diásporas, como provou a exp. "Looking bouth Ways" (2004, FG) preferida à oportunidade de mostrar o "Africa Remix".
O "projecto" tem uma história confusa, mas cresceu com os delírios megalómanos de Sócrates e com o desejo de Costa de encontrar solução para a Av. 24 de Julho e as Tercenas do Marquês, para onde havia uma antigo projecto utópico de abrir uma praça no lugar do edifício da DGAP - que em vez de ser demolido tem agora algum outro mafioso destino. O Sócrates mandou associar ao "projecto", além do MNE, onde nasceu com o Luís Amado (ministro ex-galerista africanista e colecionador com a Bozart), o MC e o Min. da Economia, mais as diversas fundações (Serralves, Berardo, CCB, etc) e empresas com negócios em África.
A fundação de fundações nunca avançou e não teve a concordância das diversas entidades "convidadas" a aderir, até porque não tiveram acréscimos orçamentais para cobrirem esse desígnio - por sinal, pude ler o "Projecto" fundacional no gabinete do ministro José António Pinto Ribeiro, totalmente em desacordo com a ordem recebida (estava eu a travar o projecto de fazer Museu da Língua no MAP). Todos os outros envolvidos (à força) que contactei - João Fernandes, Joe Berardo, etc, estavam igualmente contra.
É óbvio que o presidente Costa devia ter encerrado então a aventura, mas em vez disso acolheu o Fernandes Dias na roda do seu gabinete, tanto mais que perdera o lugar de consultor na FG (enquanto consultor teve a oportunidade de aconselhar o projecto que ele próprio apresentara - em guerra aberta, já, com o outro consultor de R. Vilar para estas questões, o António Pinto Ribeiro). É provável que a questão urbanística - ligar as Janelas Verdes à 24 de Julho através das galerias e telhados das Tercenas - tenha sido sempre o seu objectivo principal. Levado a ver as vistas sobre o Tejo desde o Palacete Pombal, numa madrugada de jogging, o Socrates disse: faça-se! Sem olhar a meios. Tudo isto é uma história pelo menos absurda e certamente criminosa.
04-04-2016
Ainda sobre o Africa.Cont.
Em 2004, quando o António Pinto Ribeiro organizou a presença de artistas e galerias africanas na feira Arte Lisboa (essa podia ser uma direcção com sentido estratégico), veio de Moçambique o Muvart, movimento de jovens artistas.
Em 2008 quiseram voltar e procuraram apoios. Tentei a CML, que patrocinava a feira, e dirigi-me ao Pedro Portugal, que era então assessor cultural do presidente Costa (por mais que isso nos surpreendesse - a situação durou alguns anos e até passou depois a depender administrativamente do gabinete da vereadora C.V.P.). Respondeu-me ele que eu e eles só conseguiríamos alguma coisa se conseguisse fazer aceitar a ideia pelo África.Cont do Fernando Dias.
Não valia a pena tentar porque a ideia das continuidades é recusada por quem manda e pq Pinto Ribeiro e Fernandes Dias eram reconhecidos inimigos a ocupar os mesmos terrenos. Consegui então que o Rui Vilar avançasse com alguns dinheiros da Gulbenkian (para viagens?) e eu apoiei outras despesas (mais alguém?).
O Africa.Cont era uma ideia megalómana e "elitista" (colonialista, de facto), a quem essas coisas africanas menores não interessavam. Aconteceu depois que a representação foi muito fraca e economicamente errada - em especial as fotos do Ricardo Rangel não assinadas que não podiam ter compradores.
Bibliografia
1. África.cont, um centro cultural africano na Av. 24 de Julho,Público 2009
2. Africa.cont ainda não saiu do papel e já custou 570 mil euros(Sócrates chamou-lhe "prioridade nacional", Costa fez dele uma bandeira, mas não há dinheiro. Em viagens já foram gastos 70 mil euros) Publico / Cidadania 2011
3. Uma notícia de 28-06-2012 sobre o "Projecto Africa.Cont" que agora aparece proposto à EGEAC - ArteCapital e jornal I:
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