16/01/2017
2. Houve progressos na abordagem da fotografia , mas insuficientes:
- o álbum Exposição-Feira Angola 1938 passou a ter uma tabela justificativa que lembra o então desenhador e funcionário Vasco Vieira da Costa, depois grande arquitecto moderno de Luanda, além do fotógrafo Firmino Marques da Costa (mas as fotografias são legendadas e a exp. não só "ficou a cargo dos colonos", como foi de sua iniciativa e da autoria exclusiva de técnicos e artistas da colónia, como se explicou numa ambiciosa manifestação de autonomismo crítico...).
- O catálogo dos Encontros de Coimbra é já da 10 ed., 1989, é um documento anódino, sem vigor, e é um erro incompreensível dizer que de 1980 a 2000 os Encontros ocuparam o Edifício Chiado, transferindo-se em 2003 para o recém-criado CAV (ocupavam muitos lugares da cidade e em especial o edif, das Caldeiras - se não sabem pq não perguntam...)
- Da Ether mostra-se o catálogo "Nível de Olho", também já de 1989, e não um dos seus inventivos desdobráveis-cartaz.
- FALTA a Europália 1991 e pelo menos um dos catálogos de Jorge Calado (1939-1989, a Colecção Nacional; À Prova de Água, CCB Expo'98; ou Ingenuidades, FG 2007 com 620 p.; ou Au Féminin, exp. na Gulbenkian de Paris). Não se entende, nem com a melhor boa vontade, até pq há por lá tanta ninharia pretensiosa... Os anos do Estado Novo estão muito mais bem tratados.
1. Também quanto ao surrealismo - e já agora ao SPN e António Ferro, que não são menos importantes, pelo contrário (para surrealismos é melhor ir aos originais...) - haveria que rever a nota sobre as Exposições de Arte Moderna. É que é nos salões do SPN que se afirma de facto o surrealismo (o 1º surrealismo, e no caso de Dacosta, o melhor surrealismo), com a presença de António Pedro em 1939, 40, 42, 44; de Dacosta em 1941, 42, 44 e 45, etc; idem para Cândido Costa Pinto. Quando se diz que não se enquadrava nos gostos do regime está-se a falsear a coisa; e quanto à abstracção deve dizer-se que quase não havia antes de 1945 (e pouco depois os Fernandos Lanhas e Guedes prepararam a vinda ao SNI de um salão abstraccionista cosmopolita, o das Réalités Nouvelles). Mais: dizer que, "em 1933, o estado Novo criou o SPN para dirigir, centralizar e supervisionar as acções de propaganda do regime" é muito pouco elucidativo. Propaganda e informação à data ainda não eram conceitos distintos, e o organismo criado para e por António Ferro vai muito mais longe, no domínio da acção e dinamização culturais, antecedendo o que serão mais tarde os ministérios da cultura. (E sem o ser foi seguramente o melhor ministro da cultura do séc. XX).
15/Jan. 2017
2. Agora tenho de dizer que melhorou muito. Ainda não há capas da colecção Vampiro (http://listalivroscoleccaovampiro.blogspot.pt/) onde a partir de 1947 o Cândido Costa Pinto democratizou o surrealismo. Mas apareceram outras coisas.
1. Há acidentes felizes, e (assim) a exp. do ex-CAM está agora muito melhor.
Ao centro, a estampa de Beatriz Matias, 1969, fica ali muito bem.
portugal-em-flagrante > F. Gulbenkian
2/08/2016
Voltei ao Museu Gulbenkian e fiquei espantado com várias ausências clamorosas na Operação Portugal 1:
a coleção Vampiro com as capas de Cândido Costa Pinto e Lima de Freitas e antes o Gato Preto de Victor Palla;
em geral a não representação do Porto (Portugália, Independentes, Esbap e Magnas, Gal. Álvarez, Divulgação, Árvore, Capital Cultural 2001 - pelo menos; falta de documentos ou ignorância? - já o França não ia ao Porto);
esquecimento (!?) dos Encontros de Coimbra e da Ether e das exposições do Jorge Calado em Lisboa e na Gulbenkian de Paris - que a arbitrariedade dos vários directores (a começar pelo fotógrafo Molder em regime livre de autopromocçao, não deixaram exibir em Lisboa, apesar do enormes investimentos feitos: nunca se fez maior e melhor (uma delas na FG).
Aliás a fotografia é tratada com os pés, depois dos anos 50, ou seja, com ausências e presenças injustificáveis, e aqui, ao contrário da exp da sede, esta mostra deveria entender-se como um guia ou inventário ou levantamento. A seguir justificarei as razões de queixa, com nomes.
E mais, a quase ausência das Áfricas, depois das exp. de 1934 no Porto e 1938 em Luanda, considerando-as lugares de diáspora ou extensões coloniais. A segunda metade da Operação 1 devia ser refeita.
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