O Museu do Chiado, que também usa a marca MNAC, está a fazer um uso original da fotografia nas suas montagens (não expõe fotografia, usa-a, o que é um dos destinos que lhe cabem). Em alguns casos mostra ampliações fotográficas de reproduções de pinturas de que não dispõe de originais, o que tem serventia (acontece na antologia de Francis Smith), mas noutros, na montagem da colecção, faz acompanhar algumas obras por impressões fotográficas em formato de cartaz, com variável oportunidade e sentido de escala - acompanha as imagens-provas de parede com tabelas erradas que induzem confusões sobre o que são objectos fotográficos.
No caso acima, ao tríptico desenhado de Manuel Filipe (Tragédia Marítima, Nazaré, 1944) junta-se uma Viúva da Nazaré de Varela Pécurto, 1958, que se classifica como "prova gelatina sal de prata", o que corresponderá à prova original da colecção, mas fica por esclarecer que aqui se apresenta não essa prova, mas uma impressão digital moderna de diferentes dimensões e qualidades. O mesmo sucede com a parceria desiquilibrada do Auto-retrato de Mário Eloy, óleo sobre tela de 1936-39, e do retrato de Thomaz de Mello (Tom) por San Payo, de 1920, com a insólita indicação "papel". O que é o cartaz? É papel!!
(O MC dispõe de uma conservadora (ainda se diz assim?, ou tem de ser comissária, ou aliás agora curadora) dedicada à fotografia e vídeo, mas não ajudou a colega...)
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