André Devambez, A Carga / La Charge, c. 1902, 127,5x162,5cm, Musée d'Orsay não exposto.
É um pintor conservador mas também irreverente (a obra é muita e diversa) que pinta de uma varanda elevada uma carga policial sobre manifestantes. Ao tempo, o 'clima' político é agitado mas não se sabe de que lado está o pintor, da repressão ou dos manifestantes, não importa. Aliás, o quadro esteve muito tempo no escritório do prefeito Chiappe, chefe de polícias.
Interessam-lhe o ponto de
vista elevado sobre a cena, com a fila alinhada dos polícias e a aglomeração desordenada dos manifestantes, o movimento da multidão com as figuras em movimento vistas de cima, a vida nocturna do Boulevard Montmarte, à volta do espaço aberto ao centro iluminado.
Os outros artistas das exposições deu Paris já sabia que eram muito bons, embora até agora escondidos dos museus parisienses. Neste caso é um académico consagrado e esquecido, obliterado. E é uma boa surpresa.
Nunca alinhou com movimentos (os estilos colectivos a que a história da arte se foi resumindo) e opunha-se mesmos às vanguardas. Foi inventivo, original, observador pioneiro dos tempos modernos, hábil e muitas vezes com grande bom humor.
"uma concepção artesanal do 'métier' de artista", um ensino do saber-fazer clássico.
Diz o comissário: "A questão da modernidade <diria modernismo> já não se põe realmente hoje em dia. Já não estamos no séc. XX, já não se trata de determinar de maneira um pouco simplista se um artista era conservador ou vanguardista."
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