Por que raio se ocupa um museu - no caso o do Chiado, a q chamam erradamente MNAC, extinto em c. 1990 - com 5 exposições 5 desemparelhadas, e se mantém a colecção nas catacumbas de reservas distantes? Há sempre (devia haver) pelo menos uma apresentação (rotativa) de uma escolha de obras e nomes maiores da colecção que dê sentido ao nome museu e respeite / consolide uma história da arte - tanto em museus generalistas como em museus monográficos, que não se devem despir e usar à mercê de maus costumes. Está voragem não serve a ninguém, é só uma agitação superficial.
Porquê esse Nikias, que de modo algum representa o seu melhor nem sinaliza uma colecção própria (restos de atelier?)?
Porquê a colecção Ar.co que só nos explica a fragilidade da arte actual, demonstrando equívocos pedagógicos e gostos periclitantes?
Porquê abreviar a mostra de Jorge Barradas, que merecia mais, mais cerâmica, mais gravura, mais desenho, depois do ilustrador?
Porque umas coisas de farmácia na antiga loja (e não é por acaso que desapareceram livros e catalogos)?
Só Veloso Salgado me parece bem, com a importante achega das suas obras de colecção francesa e dos influentes amigos.
Mas onde estão Cristino, Lupi e Keil, Marques de Oliveira, Pousão, Columbano (sim, há o Grupo do Leão), João Vaz, Malhoa e por aí fora - todos ou apenas alguns rotativamente?
Só o MNAA cumpre o seu papel, e mais faltava que não… e também, aliás, o Bordalo Pinheiro, o das Caldas, agora o Soares dos Reis…, todos os outros museus, incluindo os monográficos, despejam colecções e artistas q lhe dão o nome com uma leviandade inadmissível. Não admira por isso a ignorância pública e os monumentos das câmaras, os fiascos do 2ª mercado, porque não há escolha, ensino do gosto e sedimentação de saber - tudo se equivale. Pensando-se contemporâneos praticam o usar e deitar fora.
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