Mercado Santa Clara. Inauguração (À esq. Rui M. Pereira, co-comissário. Fotos Mário Bastos)
https://www.academia.edu/1542548/As_%C3%81fricas_de_Pancho_Guedes_uma_colec%C3%A7%C3%A3o_africana
Mercado Santa Clara. Inauguração (À esq. Rui M. Pereira, co-comissário. Fotos Mário Bastos)
https://www.academia.edu/1542548/As_%C3%81fricas_de_Pancho_Guedes_uma_colec%C3%A7%C3%A3o_africana
Posted at 00:26 in 2010, Africa, Pancho Guedes | Permalink | Comments (0)
Seara Nova 1937, nº 536 (continua.)
https://www.youtube.com/watch?v=EvJP57eFDMk
#
Um colóquio a decorrer nesta segunda-feira na Biblioteca Nacional marca as comemorações dos 40 anos da morte da autora de Ela é Apenas Mulher, uma voz insubmissa durante a ditadura do Estado Novo, que foi censurada, obrigada ao exílio e apagada da História.
https://www.publico.pt/2022/01/23/culturaipsilon/noticia/homenagear-escritora-maria-archer-mulher-incomoda-tempo-1992856
Posted at 00:57 in Africa, Angola | Permalink | Comments (0)
Tags: Africa Portuguesa, Angola, Colonialismo, Maria Archer, Seara Nova
https://www.diamangdigital.net/
"O espólio da ex-Diamang – Companhia de Diamantes de Angola, existente na Universidade de Coimbra, é composto por dois núcleos distintos.
Um primeiro núcleo foi objeto de aquisição pelo Centro de Estudos Africanos associado ao Departamento de Antropologia da Faculdade de Ciências e Tecnologia, e a cujas atividades de investigação e ensino estava associado o Museu Antropológico da Universidade de Coimbra.
Esse primeiro núcleo foi adquirido com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian e da Junta Nacional de Investigação Científica no âmbito de um projeto de investigação da responsabilidade do Prof. Manuel Laranjeira Rodrigues de Areia (projeto JNICT 443/87). No âmbito deste projeto, o núcleo inicial foi detalhadamente descrito na publicação de 1995, Diamang, Estudo do Património Cultural da ex-Companhia de Diamantes de Angola, Coimbra, Museu Antropológico da Universidade de Coimbra. (...)
2
https://www.diamang.com/
Diamang: Um espaço virtual dedicado à Diamang e à Lunda.
carregar para ampliação ou copiar a foto do texto:
Posted at 13:00 in 2021, Africa, Angola, Angola 1938 | Permalink | Comments (0)
O Silêncio da Terra – Visualidades (Pós)Coloniais Interceptadas pelo Arquivo Diamang
fica guardado aqui o texto da Lucinda Canelas no Público de 20 de Junho. julgo que é o único artigo publicado sobre a exposição.
https://www.publico.pt/2021/06/20/culturaipsilon/noticia/diamang-colonialismo-portugues-cabe-neste-retrato-1967057
Diamang: o colonialismo português cabe neste retrato
Em Braga, faz-se agora a primeira apresentação pública de parte do arquivo da Companhia de Diamantes de Angola, combinando a fotografia feita na Lunda nas últimas décadas do Império Português com a arte contemporânea que reflecte sobre a experiência colonial. Trabalhos forçados, segregação racial, feridas abertas na paisagem e na memória numa exposição que não foi feita para doutrinar, mas para emocionar.
PÚBLICIO 20 de Junho de 2021 Lucinda Canelas
Foto Agostiniano Oliveira/Cortesia da Universidade do Minho
Continue reading "A Diamang de Braga no Público a 20 de junho" »
Posted at 12:50 in 2021, Africa, Angola, Angola 1938 | Permalink | Comments (0)
Elmano Cunha e Costa, Estudos Etnográficos e bibliografia
A fotografia e a "ocupação científica das colónias"
"Carlos Estermann troçava um pouco da fotografia" 102
Outros artigos
Posted at 13:56 in 2014, Africa, Angola, Angola 1938, Elmano Cunha e Costa, Etnologia, Fotografia africana, Fotografia Moçambique, Fotografos, história antiga, Moçambique, SNI/SPN | Permalink | Comments (0)
Na véspera da data do encerramento anunciado, o Público (aliás a edição P3) vem falar (bem) de uma artista presente na exposição "Africa Passions" integrada no festival "Évora Africa": a sul-africana Phumzile Khanyile. Mas a exposição prolonga-se até 30 de Setembro, no Palácio Cadaval em Évora, e vai assim continuar visitável. Recomendo.
Um dia dir-se-á por que a onda do "afro-feminismo" radical, que o Público alberga por desconhecidas razões, tentou (e conseguiu em grande medida) impedir a divulgação e a crítica séria deste festival e desta exposição, que pela primeira vez apresentou em Portugal um conjunto internacional de artistas africanos, com uma importante repercussão exterior. Levantando uma ponta do caso, direi só, por agora, que o jornal digital Buala, numa prosa da minha amiga Marta Lança, se deixou instrumentalizar por uma frustrada ex-futura assessora de imprensa, movida pelos interesses mais privados.
A campanha de hostilização e silêncio teve consequências na imprensa, mas não na audiência e na frequência do evento. É uma notável exposição com muitos dos mais importantes artistas africanos - e se possível avance-se até à Quinta do Quetzal, na Vidigueira, onde um conjunto de outros artistas alarga o panorama da arte (internacional) de origem africana. Contra os guetos e os lóbis.
Posted at 13:58 in 2018, Africa, Evora, Fotografia africana, Fotografia Moçambique | Permalink | Comments (0)
ver versão revista em 2 de Março
EXPOSIÇÃO-FEIRA ANGOLA 1938
o álbum / o fotografo / o arquitecto / a exposição-feira / o governador / o colono
1. o álbum
Álbum comemorativo da exposição-feira de Angola. Luanda XCMXXXVIII [na capa: Exposição-Feira de Angola, 1938]. Edição do Governo Geral de Angola (não creditada), 6 e [144] p. il. p/b). Fotografia (clichés): C. Duarte (Firmino Marques da Costa, n. 1910-?). Reprodução e impressão "Offset" da Litografia Nacional do Porto.
Posted at 10:22 in Africa, Angola, Angola 1938, Luanda 1938 | Permalink | Comments (0)
Edited with an Introduction by Remi Omodele
Conducted in a chatty style, these interviews evoke that quintessential Yoruba characterization of a jamboree of geniuses: Iwo le jo, emi le lu… (an accomplished dancer encounters a master drummer...). How fortunate indeed that Beier succeeds in documenting the thoughts of some of the world’s brightest minds not only on the issues pertaining to Africa, but, perhaps most importantly, the whole world—and Africa’s place in it!
Conversations covers a gamut of subjects which—even when personal—shed profound light on Africa’s past and future. The question of identity looms, and Soyinka and Salahi (“Identity”) tackle it forcefully. Salahi shares personal experiences as an artist and a practicing Muslim in and out of Africa, and his stories resonate. The average African can relate to encounters with prospective landlords or employers for whom identity invariably poses a dilemma. What is remarkable is how the speakers in this volume constantly find that they can rely on traditional African ideals to navigate life’s treacherous waters or to bridge egregious gaps. Thus Soyinka (“Orisa Liberates the Mind”) is unequivocal in his belief that the humane tendencies enshrined in Africa’s ancient religious traditions—though maligned by colonizing agents and jettisoned by many today—possess the key to a dignifying and rational life. Jeyifo’s “Desperate Optimism” shows how wherever the traditional tendencies are still embraced, we can glean the hospitality and integrity described glowingly indeed by erstwhile Arab and Western visitors to the so-called Dark Continent.
Some of the character-building mechanisms responsible for the aforementioned solid humanity are described by Abiodun (“Yoruba Values”, “Yoruba Women”) and Oluwole (“The Making of a Philosopher”). These pieces showcase, inter alia, how placing the child at the center of communal life makes parenting joyful and advantageous to all involved; how sharing lightens the enormous task of caring for the child and the elderly; how in this environment the child thrives, and a cycle of sustainable life builds.
In “Iconography of Order and Disorder”, “Process of Rediscovery”, and “Reflections”, Beier and his guests delineate the prevalence and benefits of two vital elements of traditional life: the immeasurable power of women and the place of broadmindedness and wisdom. The women’s leadership acumen constantly impresses Beier while the Olorisa’s open-mindedness leads him to conclude categorically that whereas “…Christian sects fight each other [and] antagonism between Muslims and Christians is on the rise, [Africans] enjoyed ecumenical ideas long before anybody had coined [the] word...” Achebe (“The World is a Dancing Masquerade”) provides an aptly corroborating metaphor for the versatility Beier describes.
Were it possible to distill this volume’s essence, it would be its focus on wisdom as an agent of equilibrium and social harmony—two elusive commodities in today’s world of growing intolerance and tension. As an antidote, Beier recommends “the tolerance of Yoruba religion, its understanding of human weakness, its way of creating harmony, and its respect for the individual. Above all, [Beier puts]…across to any new generation—whether in Asia or Europe—the notion that we become good members of a community, not by obeying a set of abstract laws, but by fulfilling our own potential and developing … [our] talents…”
ABOUT THE EDITOR
REMI OMODELE
studied Theater Arts at Ibadan, Lund and UCLA. She has taught and
directed plays at Calabar, Osaka Gaidai and U.C. Berkeley where she
enjoys occasional stints as Visiting Associate Professor. Some of her
essays on Theater Arts have appeared in African Studies Review, Ufahamu, UCLA, The Osaka University of Foreign Studies Journal, Women’s History Review, Routledge Press and Themes in Drama, Cambridge University Press.
CATEGORY
Literature, Drama, Anthropology/AFRICA
http://www.africaworldpressbooks.com/servlet/Detail?no=910
Posted at 07:27 in Africa, Ulli Beier | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
ver versão revista a 2 de Março
EXPOSIÇÃO-FEIRA ANGOLA 1938
Dois anos antes da Exposição de Mundo Português, realizou-se em Luanda uma muito grande Exposição-Feira que não ficou para a história colonial. Teve por objectivo exibir o desenvolvimento económico de Angola num “documentário expressivo e completo”, em lugar de encarecer o programa historicista e a mística imperial do regime, como era norma das exposições coloniais e ocorrera por exemplo em 1937 na Exposição Histórica da Ocupação, em Lisboa no Parque Eduardo VII. Era “uma demonstração geral das resultantes do nosso esforço colonizador em Angola” [nosso, dos colonos, entenda-se], que devia “obedecer a uma orientação vincadamente utilitária e prática... fazendo que aos assuntos de ordem económica seja dado relevo especial”, escreveu o governador geral coronel António Lopes Mateus (período 1935-39), no preâmbulo da portaria que determinou o certame (1). Inaugurou-se por ocasião da visita do Presidente Carmona às Colónias em 1938, mas foi evidente que não foi esta a sua razão de ser. Com a Exposição-Feira quis-se dar resposta, representar ou dar corpo ao que eram as aspirações autonomistas contra o centralismo administrativo de Lisboa, sucessivamente manifestadas e reprimidas desde o início dos anos 1930.
Posted at 11:54 in Africa, Luanda 1938 | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Tenho uma grande admiração pela Isabelinha, que tem vindo a proceder a uma acumulação do capital altamente proveitosa para acrescentar sempre novos e diversificados investimentos, sem que os lucros dos diamantes e do petróleo se diluam em excessivas partilhas. Um dia, parte daquilo que não distribui em gorgetas reverterá tb a favor da população (um amigo de Paris a trabalhar num hotel contava-me como ela faz alinhar os criados quando deixa o andar - não é o quarto - e vai entregando notas de 500€...) Além de ter boa figura, é uma benemérita.
O marido* tb deve ser uma pessoa interessante pq é coleccionador de arte, embora tenha tido problemas bancários no Congo, país de origem. Quando comprou a representação de África na Bienal de Veneza houve um coro internacional de calúnias e aleivosias (artnet).
Assentes estas declarações pessoais de estima, que são sinceras, voltei a comprovar hoje que o Fernando Alvim é infrequentável - foi um esforço inglório para uma 2ª oportunidade que não resultou.
Há anos, quando veio anunciar a 1ª Trienal, julgo que já no CCB, não consegui fazer a notícia que tinha previsto para o Expresso: não podia distinguir no seu discurso e nos documentos (aliás, power point) o que era realidade e ficção, criação digital e mentira (à data, ele acusava um famoso artista português de se ter recusado a ceder obras para um país corrupto, e intimava o Estado português a retratar-se por ele e a forçar o empréstimo - era intolerável). Regressou agora ao CCB/Museu Colecção Berardo, a acompanhar a exp. Ni Fly Zone, e continua na mesma ou pior.
Quanto à exp., dois artistas em seis é uma boa média: refiro-me às representações
de Binelde Hyrcan e Paulo Capela, duas instalações apresentadas em "No Fly Zone -
Unlimited Mileage", ou como se diz em estrangeiro "Zona de exclusão
aérea - quilometragem ilimitada".
O marido* acima referido é o Sindika Dokolo (colecção, fundação, o que for preciso). O patrão do Alvim. Depois toda aquela corte de Luanda compra os mesmos artistas da colecção Sindika, por preços altíssimos. O estilo local chama-se o mimetismo, e é uma contribuição para a história de arte internacional. Não percebo é porque vêm agora expor a Lisboa... Estarão a faltar as vias de acesso a mercados mais a sério? Ou foi o Rendeiro que deu uma palavrinha ao Berardo para aceitarem cá a colecção Sindika e aquele combóio de três curadores 3 para 6 artistas 6? "No Fly Zone" quer dizer zona de exclusão aérea, mercado controlado, coutada privada?
A meia cara que o Fernando Alvim usava em Bruxelas no final dos anos 80 era assim (não fiz crop, é mm tal e qual o retrato). Era refugiado e pintor (eu tenho uma das 3000 cópias do catálogo apoiado pela Fund. Gulbenkian e publicado pelo Espace Sussuta Boé, Bruxelas). Com a outra meia cara o refugiado tornou-se a seguir o senhor da arte em Luanda.
Era um pintor muito fraquinho e igual a muitos outros, ao tempo do "neo-expressionismo". Passou ao conceptual, que é mais fácil. Arranja-se um tema, de preferência "social", prefacia-se argumentando que "reflecte sobre" e serve qualquer coisa apropriada, tipo ready made (o já feito). E o refugiado tornou-se empresário em Luanda, nos ramos do imobiliário e da arte, ao serviço das forças do progresso (agora mais privado, o progresso).
O quadro chama-se
"Niu Ritimo", de 1989, e é muito grande, 190x120 cm. Não me parece que,
à data, as estrelas e as mamas fossem as da Comunidade Europeia - era só
bonecos.
Continuando com o tal Alvim agora de Luanda,
depois de ser de Bruxelas... A história antiga da 1ª Trienal
associava-se ao que parecia ser uma parte da cidade a urbanizar, onde se
arrendariam armazéns para colecções, galerias para expôr obras a vender
aos coleccionadores e ateliers para produzir obras para expor nas
galerias e a depositar nos armazéns, com serviços de consultoria,
comissariado, conservação, design e
arquitectura, e o resto necessário. Era uma fórmula mágica.
Agora não percebi nada, mas será da deterioração. O Simon Njami, comissário para todas as ocasiões, vindo da Revue Noire, de Bamako, Africa Remix, Check List Luanda Pop, e quase tudo o resto, habilíssimo exemplo promovido a meios cosmopolitas de uma tradicional sapiência oral africana, ziguezagueante por entre temas da memória e da periferia, ou seja lugares comuns, apresentou o Alvim como terrorista angolano. Serviu de introdução a uma conversa incompreensível e imparável em que dizia estar acusado de tráfico de armas e não só de influências, e ameaçou processar quem o elogiasse ou denegrisse, não percebi nada. Havia adversários na sala, pareceu-me que lhe parecia, gente que o menosprezava e que corria perigos por isso. Talvez fosse uma performance, já que o Pedro Lapa lembrou que acumulava com o papel de artista.
Como pode o meio artístico de Luanda, de que se vão conhecendo alguns nomes (depois de António Ole), conviver com esta insólita representação do poder, é a questão que gostaria de colocar aos artistas presentes, mas seria seguramente inoportuna para eles. Dizem-me que a audiência foi ficando esclarecida sobre a confusão do personagem, mas eu preferi sair em andamento.
Não tentarei uma 3ª vez perceber para onde vai o Alvim. Julgo que já não vai a parte nenhuma. Mais dia menos dia percebem em Luanda que está a prestar um péssimo serviço à Isabelinha. Será que vai voltar a pintar?
Posted at 00:57 in Africa, Museu Berardo | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Tags: Fernando Alvim, Simon Njami, Trienal de Luanda
ou melhor, africanistas, ou ultramarinos, por ocasião dos Natais
Um Império de Papel. Imagens do Colonialismo Português na Imprensa Periódica Ilustrada (1875-1940), de Leonor Pires Martins, 2012,
Edições 70, 216 págs., 24,90 €
Posted at 12:04 in Africa, Livros | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Introduzir no documentário sobre António Ferro algumas páginas de um Álbum Comemorativo da Exposição-feira realizada em Luanda em 1938, que não teve nada a ver com o director do SPN nem com o seu adversário de sempre, Henrique Galvão, é certamente um private joke ou uma partida pregada ao produtor do filme. O facto de ter sido o artista Fernando Brito, um dos membros do grupo Homeostético, a comentar as imagens é a pista a seguir para desfazer o enigma.
Praticamente ausente da bibliografia sobre as exposições do regime bem como da literatura colonial, a exposição-feira de 1938 prestava-se (levianamente) a entrar no filme sem para isso precisar de justificação. Para baralhar o espectador, apesar da referência a Luanda, a voz off refere que a exposição se fez numa aldeia - "isto só se pode fazer numa aldeia, na cidade não haveria margem de manobra". Isto, uma "exposição que é realmente modernista", "a mais radical das exposições" - apesar de ser uma exposição na periferia, mais pequena que a de 1940 em Belém.
Não se refere que a exposição foi inaugurada por Carmona na sua viagem triunfal pelas colónias, e que foi uma das mais ambiciosas afirmações da capacidade de iniciativa e da ambição político-administrativa da colónia, localmente permitida pelo Plano de Fomento de 1936, quando a aprovação por Luanda de um significativo empréstimo veio alterar a política de austeridade financeira de Lisboa, logo após a saída de Armindo Monteiro do lugar de ministro das Colónias.
A seguir aos poucos meses de exercício de José Silvestre Ferreira Bossa (1935 - 1936), o novo ministro Francisco José Vieira Machado (1936 - 1944) era um banqueiro formado nos quadros do Banco Nacional Ultramarino, e que viria a ser depois e por muito tempo o governador deste. E era então governador geral de Angola (1935-1939) o coronel António Lopes Mateus, que fora ministro do Interior e da Guerra durante a Ditadura (de 1930 a 1932), activo na fundação da União Nacional, Comandante da PSP de Lisboa (1932-1935) e que viria a ser depois presidente do Conselho de Administração da DIAMANG e da Comissão das Colónias na União Nacional (década de 1940).
Esse momento de afirmação própria da colónia, de que a exposição é uma das expressões, é mal conhecido.
Mas se há factores internos à política angolana (e não da política colonial de Lisboa) que permitiram a grandiosidade da exposição local, o facto de o certame ter tido na chefia dos seus serviços técnicos o então "funcionário aduaneiro" Vasco Vieira da Costa, que trabalhava como desenhador na Câmara municipal de Luanda, assegurou-lhe uma qualidade da cenografia e da arquitectura expositiva do melhor nível. Muito jovem ainda (n. Aveiro 1911), viria em seguida formar-se em arquitectura no Porto, regressou em 1949/50 e foi logo depois o celebrado autor do Mercado de Quinaxixe, em Luanda, de 1950-52/53 (destruído em 2008).
Tudo isto não tem nada a ver com António Ferro, nem mesmo a produção do extraordinário álbum fotográfico comemorativo, editado pelo governo de Luanda, cujas imagens se atribuem a C. Duarte, nome que encobre Firmino Marques da Costa (n. 1910-?), repórter fotográfico do Diário de Notícias que acompanhava a viagem de Carmona (talvez) ao serviço na Missão Cinegráfica dirigida por António Lopes Ribeiro para a Agência Geral de Colónias, do Ministério do Ultramar e não do SPN.
Não se tratou na referência a Luanda 1938 de fornecer qualquer dado de contexto, mas apenas de um equívoco, tirando partido da raridade do álbum fotográfico.
António Ferro, "Estética, Propaganda, Utopia", realização de Paulo Seabra
Posted at 00:28 in Africa, Luanda 1938 | Permalink | Comments (2)
Tags: António Ferro, Fernando Brito, Luanda 1938, Paulo Seabra
O segundo tema que muito me interessa em relação com o livro de Ana Vaz Milheiro tem como suporte essencial o extraordinário álbum fotográfico Exposição-Feira de Angola, 1938 / Álbum comemorativo da exposição-feira de Angola. Luanda XCMXXXVIII ( 6 e [144] p., 24 x 31 cm) Impressão "Offset" na Litografia Nacional do Porto
Os clichés são atribuídos a C. Duarte, mas são (todos?) de Firmino Marques da Costa (n. 1910-?), também o fotógrafo dos 5 volumes dedicados à visita às colónias de Carmona, o qual inaugurou a exp. de Luanda em 15 de Agosto de 1938. A edição não é atribuída mas será seguramente do Governo Geral, e terá sido destinada apenas a ofertas.
Notícia decisiva (na pág. 3 do álbum) é que "a chefia dos serviços técnicos foi confiada ao (então) funcionário aduaneiro Vasco Vieira da Costa, artista de elevado merecimento". Nascido em Aveiro em 1911, Vasco Vieira da Costa concluiu o curso de arquitectura no Porto em 1946 e fixou-se em Luanda em 1949 ou 50, notabilizando-se com a construção ndo Mercado de Quinaxixe, em Luanda, de 1950-52/53 (destruído em 2008).
Certamente o planeamento global é da sua autoria, tal como os projectos de muitos (ou de quase todos os ?) pavilhões. Muitos deles representam a melhor Art Déco portuguesa e outros estabelecem um extraordinário leque de estilos e referências, do suprematismo a expressões vernaculares.
Antecedendo de pouco a Exposição do Mundo Português, a Exposição-Feira de Angola foi uma iniciativa local e constituiu um empreendimento de escala comparável à de 1940, que traduz a força e a ambição dos interesses económicos e políticos próprios da colónia. Estranhamente, ou talvez não, foi quase sempre ignorada na literatura sobre as exposições coloniais. A dimensão do empreendimento, o seu significado local (político-económico, e talvez em parte associado a a ambições autonomistas), a qualidade do seu programa arquitectónico - e o facto de ele ter revelado o futuro arquitecto Vasco Vieira da Costa - bem como a importância editorial e fotográfica do álbum (um dos melhores photobooks portugueses) justificariam uma grande atenção ao evento.
#
Exposição Feira de Angola (1938), Actividade Económica de Angola / Revista de Estudos Económicosde dedicado à — Propaganda e Informação. Ano III. Números 9 a 12 - Março a Dezembro de 1938 (publicação trimestral). Ed. Governo Geral de Angola, Repartição de Estudos Económicos.180 pp. + "gravuras" (isto é, muitas das fotografias do Marques da Costa publicadas no fabuloso Álbum com o mm título). (Ver sumário abaixo*)
Na página da revista em que nomeiam os responsáveis pela Exposição-Feira de Angola lê-se: Chefe da Secção Técnica, Vasco Vieira da Costa. Outros colaboradores: Fernando Batalha, arq. - autor do projecto do Pavilhão Principal, cuja construção dirigiu; João Eugénio de Morim, autor dos projectos dos pavilhões oficiais da provícia de Benguela, do bar-"dancing", e do monumento a Portugal colonizador. Artistas e desenhadores (...).
As publicações Exposição feira de Angola : guia da exposição. Luanda : Agência Técnica de Publicidade, 1938. - 5 p, e Exposição feira de Angola : catálogo geral oficial. - Luanda, 1939. - 25 p. (Sociedade de Geografia) não esclarecem mais sobre a autoria dos pavilhões.
É neste catálogo que o retrato de Vasco Vieira da Costa se publica, logo após os retratos oficiais do Dr. Frederico Bagorro Sequeira e Augusto de almeida Campos, director e director adjunto da Exp.-Feira, e formaram os três "uma comunidade de trabalho", segundo refere num discurso o 1º responsável (p. 60-63), no Boletim Geral das Colónias . XV - 163 [Número especial dedicado à viagem de S. Ex.ª o Presidente da República a S. Tomé e Príncipe e a Angola (II)] PORTUGAL. Agência Geral das Colónias. Nº 163 - Vol. XV, 1939, 628 pags. (ver em especial pp. 45-75) Disponível em formato digital.
A Exposição-Feira de 1938 é referida por José Manuel Fernandes, em "Arquitectura e urbanisno no espaço ultramarino português", História da Expansão Portuguesa, vol. 5, p. 353, apenas devido ao papel não esclarecido de Vasco Vieira da Costa. E de novo em Geração Africana, Arquitectura e cidades em Angola e Moçambique, 1925.1975, Livros Horizonte, Lisboa 2002, p.85.
Fernando Batalha (1908, Redondo - 2012), em África de 1938 a 1983 (JMF, GA 18), morreu recentemente em Lisboa com 104 anos, e com ele desapareceu uma testemunha central deste caso. É também conhecida a contribuição de Vasco Regaleira - Vasco de Morais Palmeiro Regaleira, 1897-1968 - na Exp. de 1938, Luanda, projectando o Pavilhão do Banco de Angola, que cointou com esculturas de Manuel de Oliveira (a obra foi referenciada nas revistas Arquitectos nº 9, ed. SNA, 4/6, 1939, p. 270; e Arquitectura nº 41, 1938, p. 18). Regaleira viria a ser o responsável pelo definitivo Banco de Angola, um pastiche setecentista concluído em 1956 que se tornou um ex-libris da cidade (enquanto o Mercado de Quinaxixe viria a ser demolido...).
No novo livro de Ana Vaz Milheiro refere-se o pavilhão o Banco de Angola da Exp. de Luanda descrito na revista Arquitectura (pág. 165), dando-se também notícia do Pavilhão de Arte Indígena, que "reproduz uma construção típica africana, fixando um tipo que se vulgariza nas sociedades metropolitana e colonial", a partir de imagem da revista Actividade Económica de Angola (pág. 320). Esta surge reproduzida na pág. 345, acompanhada pela atribuição interrogada a Fernando Barata, tal como sucede numa foto do respectivo interior (pp. 356-357). Mas certamente não se justifica essa atribuição, a não ser que surjam provas no seu espólio, depositado em Lisboa, enquanto em Luanda e na Escola de Arquitectura local, de que foi um principais fundadores, em 1979, e director até 1982, se encontram localizados alguns projectos de Vasco Vieira da Costa para a Exposição de 1938.
(*) Sumário do nº da revista Actividade Económica de Angola / Revista de Estudos Económicosde dedicado à Exposição Feira de Angola (1938):
Discurso do governador geral, cor. António Lopes Mateus, na sessão de abertura da Exposição-Feira de angola.
A situação económica de Angola, conf. pelo dr. Moura Carvalho
Angola e o seu destino, conf. pelo dr. Manuel Múrias
Plano de Fomento da Colónia de Angola (Relatório justificativo e bases de aplicação, apresentados ao Conselho do Governo pelo governador geral; Acta da sessão do Conselho de Governo, em que foram discutidos o Relatório e as Bases, Fevereiro e Março de 1936; etc)
A indústria piscatória do sul de A. e Economia da cultura do tabaco em A.
Índice das gravuras: aspectos da inauguração; diversos aspectos parciais; aspectos exteriores e interiores do Pavilhão Principal; aspectos exteriores e interiores de alguns pavilhões e "stands". (Páginas não numeradas) e em especial a página de créditos
Posted at 19:40 in Africa, Angola, Angola 1938, Arquitectura, Luanda 1938 | Permalink | Comments (0)
Com a publicação do livro da Ana Vaz Milheiro,
"NOS TRÓPICOS SEM LE CORBUSIER - A arquitectura luso-africana no Estado Novo", Relógio d'água, 2012, pode ser que apareçam mais informações sobre dois casos que me têm intrigado.
Um deles diz respeito às construções arquitectónicas do Jardim do Ultramar, também conhecido como Jardim Agrícola Tropical e actualmente designado Jardim Botânico Tropical, que parece ter aberto ao público em 1912 com o nome de Jardim das Colónias, ou Colonial. Segundo o site do lugar - Jardim Botânico Tropical (JBT) - o antigo Jardim Museu Agrícola Tropical foi criado em 25 de Janeiro de 1906 por Decreto Régio, no contexto da organização dos serviços agrícolas coloniais e do Ensino Agronómico Colonial no Instituto de Agronomia e de Veterinária, tendo-se denominado então Jardim Colonial.
Mas não se faz aí (em "O Jardim Botânico / Origem e História") nenhuma referência à reviravolta que lhe deu a Exposição do Mundo Português, 1940, já que aí se instalou a Secção Colonial dirigida por Henrique Galvão:
.
O recalcamento do passado colonial (e do seu presente patrimonial) é sempre muito persistente.
Aí existe ainda e bem conservada a
Casa portuguesa para as colónias, de Vasco Regaleira (1940), Jardim Tropical /Exposição do Mundo Português, Secção Colonial
que é referida por AVM a pág. 320, no capítulo "Casa portuguesa? Sempre! Mas portuguesa ultramarina": "Regaleira é o autor de um protótipo de uma casa de colono montada na secção colonial..." Os casos / as casas abordados no livro são os que foram edificados nas colónias propriamente ditas, e do Jardim/Museu parece que não se acrescenta nada.
Mas o que me intriga mais é um outro muito diferente edifício de que nunca encontrei referências:
Edifício não identificado, Jardim Tropical (Exposição do Mundo Português, Secção Colonial, 1940?
Virá tb de 1940? Não me parece compatível com o gosto da Casa e do Vasco Regaleira, mas como a diversidade dos estilos imperava, em especial ainda o Art Déco, pode ser contemporânea.
O mapa do roteiro acima não ajudou, mas pode ser que venha identificado em: Instituto de Investigação Científica Tropical (ed.) 1983. O Jardim-Museu Agrícola Tropical. Da Comissão de Cartografia (1883) ao Instituto de Investigação Científica Tropical (1983). 100 Anos de História. IICT, Lisboa.
#
E já agora, também lá estão as esculturas das "raças do Império"
Mulher Maconde, escultura de Manuel de Oliveira, Jardim Tropical / Exposição do Mundo Português, Secção Colonial
#
CONTINUA com a Exposição Feira de Angola, Luanda 1938.
Posted at 09:51 in Africa, Arquitectura | Permalink | Comments (3) | TrackBack (0)
...
1972 (Out.) Bertina Lopes. Fundação C. Gulbenkian, Exposições de Bolseiros 3. Cat.
1981 (Junho-Julho) Rogério (Rogério Pereira), "Momentos" (fot.), Fundação Calouste Gulbenkian. Catálogo c/ tx do autor
1983 "A Ilha de Moçambique em perigo de desaparecimento. Uma perspectiva histórica - Um olhar para o futuro". Fundação Calouste Gulbenkian. Comissário A. Viana de Lima. Na mesma ocasião, edição de MUIPITI, ILHA DE MOÇAMBIQUE, Fotografias de Moira Forjaz. Texto de Amélia Muge. Col. "Presenças da Imagem". Imprensa Nacional - Casa da Moeda.
1983 (23 Set. a 10 Out.) Semana de Moçambique em Lisboa (Artes plásticas, artesanato, literatura, filatelia e fotografia) Casino Estoril. Catálogo
1983 (6 a 28 de Outubro) José Henriques e Silva, Pescadores Macua / Moçambique, Baía de Nacala 1957 - 1973 (fot.). Ar.Co, Lisboa. Org. Joana Pereira Leite, folha de sala (ver 1998)
1984 (27 Jan. a 8 Fev.) José Júlio. Gal. de Arte do Casino Estoril. Cat. (tx de Francisco Relógio, Cláudio Torres e João Salva-Rey)
1984 (10 Fev. a 2 Mar.) João Ayres. Gal. de Arte do Casino Estoril. Cat.
1985 (8 Out. a 6 Nov.) João Paulo, "Páginas de atelier", pintura e desenho. Junta de Turismo da Costa do Estoril.
1986 (20 a 30 Junho) Alberto Chissano. Gal. de Arte do Casino Estoril. Cat.
1986 (Out.) Roberto Chichorro, "Gaiolas de Mulatas de sonhar cor de rosa". Gal. Tempo
1989 (Out.-Nov.) Malangatana Valente Ngwenya. SNBA. Org. Secretaria de Estado da Cultura e Ministério da Cultura de Moçambique. Cat. (Prémio Aica 1990)
# 1989 MAGICIENS DE LA TERRE, Centre Pompidou/La Vilette, Paris. Comis. Jean-Hubert Martin #
1990 (1 a 25 Out.) Chissano, Esculturas. Árvore, Porto. Cat. tx Fernando Pernes e F. Azevedo.
1992 António Ole e Berry Binkle, Galeria Moira, Lisboa.
(Galeria Moira, Lisboa, 1989-2001 . Fundada e dirigida por Moira Forjaz, com origem no Zimbabué e vinda de Maputo - autora de Muipiti, ed. 1983 -, foi a 1ª galeria a expor regularmente artistas africanos, o que na época não era um interesse em voga.)
1993 (Fev. Março) ALVIM (Fernando), Centro de Arte Moderna, FCG. Catálogo. (1987 e 89 Galeria Novo Século; ver 1990, "Alvim Contemporary Painting", Espace Sussuta Boé, Bruxelles. Apoio F. Gulbenkian)
1993 (Abril) BERTINA LOPES, "Expressão artística entre duas civilizações", retrospectiva. Fundação C. Gulbenkian
1993 (23 Abril – 2 Maio) CINCO OLHARES, António Valente, Joel Chiziane, José Cabral, Kok Nam, Naita Ussene (fot.). Org. Cidac. Forum Picoas. Cat. tx Mia Couto. (1996, "Mulheres do Sul", org. Cidac)
1994/1995 (Janeiro) ALÉM DA TAPROBANA, «A figura humana nas artes plásticas dos países de língua portuguesa», Sociedade Nacional de Belas Artes. Comis. Cláudio Telles, do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. (Existiu inf. policopiada)
Expresso Actual, nota, 1 Janeiro: Prevista para acompanhar nos Jerónimos a cimeira lusófana, depois transferida para a SNBA em versão reduzida e prejudicada por ingratas condições espaciais, esta exp. subtitulada «A figura humana nas artes plásticas dos países de língua portuguesa» resulta de uma inédita prospecção realizada nos países africanos por iniciativa brasileira. Embora a apresentação de obras isoladas torne impossível um pleno conhecimento dos seus autores, surgem aqui, ao lado dos já conhecidos Malangatana (com um quadro muito bem escolhido), Chissano, António Ole e Fernando Alvim, outros artistas desconhecidos [!], como os caboverdianos Manuel Figueira e Tchale, os moçambicanos Gemuce, Kheto e Saranga, e outros ainda, por vezes instalados na Europa, como o guineense Injai, em Rouen, e os angolanos Jorge Gumbe e Van, em V.N. Cerveira. Seria, aliás, a importância da representação do corpo na arte africana actual que determina a procurada unidade temática desta mostra, em que se inclui uma aceitável selecção de artistas portugueses e um panorama brasileiro que conta com um núcleo de nomes históricos revelador do imenso desconhecimento português quanto à arte do Brasil. Entretanto, este projecto comissariado por Cláudio Telles, do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, onde será em seguida mais amplamente apresentado e acompanhado de um catálogo, servirá também para comprovar como o tema oficialmente anunciado para Lisboa 94, o «encontro de culturas», não passou geralmente de uma figura de retórica promocional.
1995 (4 Jan.) ENCONTROS AFRICANOS, Culturgest. Exp. do Institut du Monde Arabe, comissariada por Brahim Alaoui e Jean-Hubert Martin. "Jornal de exposição 8", com apresentação (sem título) de José António Fernandes Dias e biografias dos artistas expostos. (Catálogo original não disponível no local).
(notas Expresso) 11-02-95 "...uma colectiva de artistas africanos de hoje, que permite reflectir sobre uma muito recente revisão da problemática do multiculturalismo. Ao apresentar, como artistas contemporâneos de parte inteira, autores africanos que prosseguem tradições regionais ligadas a práticas cultuais, mágicas e terapêuticas, transferidos ou não para suportes de influência europeia, um dos seus comissários, o marroquino Farid Balkahia, propõe uma concepção da gravidade da arte que desautoriza as leituras formalistas a que os «primitivos» continuam a ser sujeitos e também a generalidade das iniciativas expositivas assentes na globalização da informação."
25-02-95 ...trata-se de uma abordagem da questão da multiplicidade cultural que tem o mérito de não cair na moda e nos logros do multiculturalismo, com que o centro se recentra devorando as diferenças emergentes da periferia — esta não é uma exp. «politicamente correcta». Dedicada à produção africana e confrontando dois olhares africanos, do Magrebe e da África Negra, a exp. revela algumas obras de grande interesse e coloca problemas de real importância, quando restringe a escolha da produção do sul a obras marcadas por funções sociais e por expressões tradicionais, ligadas à magia e à intervenção terapêutica, mas entendendo-as, por isso mesmo, como plenamente integradas na contemporaneidade. Não é o exotismo que com essa selecção se promove, mas, pelo contrário, a compreensão da respectiva identidade com uma tradição essencial da produção ocidental, numa linhagem múltipla que passa por Malevitch, Klein, Beuys ou Tapiès."
1995 (Maio Junho) ANTÓNIO OLE, Margem da zona limite / On the border of the limit zone. Espaço Oikos, Lisboa. (Em 1991, A. Ole, "Terra parda, terra mista" no Atelier Troufa Real, Lisboa; em 1988, exp. na Gal. Labirinto, Porto. Em 1991, colect. "16 artistas de angola", Padrão dos Descobrimentos; 1992, "Três artistas angolanos", Coop. Árvore, Porto; "Pegadas na Torre", Torre de Belém" - in cat. 2004)
1995 (12 Out. a 10 Nov.) SILVÉRIO SITOE, Pintura. Gal. Triângulo 48, Restelo, Lisboa. Cat.
1996 (Fev.-Mar.) Dorris Haron Kasco, Les Fous d'Abidjan (fot.). Espaço Oikos, Lisboa (edição de 1994 Coll. Soleil, ed. Revue Noire, Paris, tx Jean-Cristophe Deberre. N. 1966, Costa do Marfim)
1996 (Fev.-Mar.) Bouna Medoune Seye, Les Trottoirs de Dakar (fot.). Espaço Oikos, Lisboa (ed. de 1994 Coll. Soleil, ed. Revue Noire, Paris, tx Jean Loup Pivin. N. 1956, Dakar)
(O Espaço Oikos assegurava então a venda da "Revue Noir" e das suas edições. Terá aberto a sua galeria em 1994 - até 2001)
1996 (Abril?) ARTISTAS DE NAIROBI (Kivuthi Mbuno e Zachariah Mbuth), Espaço Oikos.
Expresso Cartaz, nota 5 Abril: Um dos dois pintores quenianos apresentados é Kivuthi Mbuno, que participou nos «Encontros Africanos» apresentados pela Culturgest: projectado do circuito turístico para a grande circulação internacional que se propôs fazer a crítica do etnocentrismo, Mbuno é um intérprete de cenas da vida tradicional da sua tribu, entretanto já desaparecidas, através de um codificado e muito curioso estilo gráfico. Zachariah Mbuth ensaia uma menos bem sucedida adaptação de uma temática africana a uma informação ocidentalizada.
1996 (Março) TCHALÊ FIGUEIRA, "Gente das Ilhas". Gal. Novo Século, Lisboa. (1992, Gal. Novo Século; Colect. 1994, "Riscos Seguros (Diáspora artística lusófona)", Casa do Ribeirinho, Matosinhos)
Expr. nota 16 Mar. «Gente das Ilhas», na pintura de um artista caboverdeano, com formação europeia herdada de figurações diversas, dos dinamismos de Leger até aos neo-expressionismos germânicos e italianos, numa circulação [...] de sentidos que certamente ganharia em ser mais reflectida, passando da urgência das imagens à necessidade do ver [!?]. A montagem acumulada de pequenos formatos não facilita, neste caso, o entendimento de uma pintura que recusa o folclore africano, mas que talvez se sujeite por demais aos exotismos europeus. [?]
1996 (Março-Abril) MALANGATANA, "...uma página esquecida", desenhos. Diferença. Cat.
Expr. 30 Mar. Quatro chapas de cobre gravadas em 1971 e só agora editadas foram o ponto de partida para uma exposição de desenhos recentes do artista moçambicano. Nestas obras, é toda a problemática do confronto entre tradições artísticas que se actualiza, quando uma expressão primitiva e «naive» se impõe pela intensidade de uma dimensão cosmogónica que excede a sua identificação como objecto exótico. No emaranhado dos corpos, na irrupção do sexual e do fantástico, no grafismo invasor e compulsivo, lêmos a proximidade estabelecida com o inconsciente surrealista ou uma ressonância arcaica, visionária e negra?
1996 (25 Set. a 10 Nov.) 15 ARTISTAS DA ÁFRICA DO SUL, "Don't mess with Mister In-between". Culturgest, produção. Comis. Ruth Rosengarten* (comis. assistente Ângela Ferreira). "Jornal de Expposição 22". Texto de R.R. "Entre linhas", e apresentação dos artistas.
Expresso Cartaz, nota: 12 Out. : Ruth Rosengarten conhece bem o país que nos apresenta, e fundamenta com profundidade ensaística o critério que seguiu para seleccionar os 15 artistas trazidos a Lisboa, esclarecendo que não quis propor um panorama nacional nem ceder à versão corrente de multiculturalismo. Interessou-lhe sublinhar o que na produção sul-africana se identifica com os «limites definidos pelas tradições ocidentais e pelos discursos contemporâneos». Deixou de fora, por isso, os «objectos transicionais» que representariam a arte tradicional africana, afastando-se do modelo proposto por Hubert-Martin em «Les Magiciens de la Terre» e também pelos «Encontros Africanos» antes acolhidos igualmente pela Culturgest — e ao contrário do que sucedeu, por exemplo, com a mostra «Un art contemporain d'Afrique du Sud», comissariada por Jean-Yves Jouannais em 1994.
Por outro lado, privilegiou nos itinerários artísticos a sua intenção discursiva — as obras de arte escolhidas «abordam questões relativas ao desmembrar do colonialismo» —, valorizando mais a dimensão temática dos trabalhos que a sua eficácia comunicativa, formal e emocional, opção que marca o academismo dominante nos «discursos contemporâneos». A carga política e social presente nas obras expostas, classificadas como «obras artísticas críticas», terá nas condições concretas da África do Sul uma legitimidade própria, e sucede a uma conjuntura marcada por exigências de activo militantismo; no entanto, torna-se difícil, à distância, distinguir o que é intervenção localmente justificada do que será apenas mimetismo em relação às práticas «conceptualizantes» e «instaladoras» tomadas como «parâmetros definidores dos critérios artísticos ocidentais» (R.R.). Ou seja, corre-se o risco de avaliar o presente formulário como um estilo colectivo equivalente, em termos de mutação táctica e prática escolar, ao que antes teria sido «o tipo de esgotamento, cinismo e 'pastiche' que caracterizou muitas obras produzidas sob o estandarte do pós-modernismo».
A procura de uma convergência de problemáticas como critério de escolha, sustentada pelo recurso legitimador a um «texto» comum, submete esta exposição à lógica normalizadora de um discurso demonstrativo, onde os objectos valem como ilustração de uma análise da conjuntura — ou onde os objectos só importam pelas questões que «abordam».
1996 (Nov.) Encontros de Coimbra, 16ª edição: LINGUA FRANCA, colectiva, c/ Sérgio Santimano; Seydou Keita, Fazal Sheikh, Shanta Rao, Pierre Verger («O Mensageiro», org. Revue Noire: The Go-Between/Le Messager, Photographs 1932-1962), Lehnert & Landrock. ( Kamel Dridi em 1987 e em 89, Touhami Ennadre em 88, fotógrafos com base parisiense). ("Vozes de África")
1997 (29 Jul. a 6 Set.) SÉRGIO SANTIMANO, Moçambique e Índia. Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa. Catálogo. ("Um olhar próximo")
1998 (13 de Jan. a 9 Março) Oladélé Ajiboyé Bamgboyé. Culturgest. (1963, Nigéria; Glasgow, Londres). "Jornal de Exposição 32" (Exp. paralela a individual de Fernando José Pereira).
1998 (Março) RICARDO RANGEL «Histórias de Moçambique», Arquivo Fotográfico Municipal, Lisboa ("Um fotógrafo de África")
1998 (31 Jul. a 17 Set.) José Henrique e Silva, "Pescadores Macua / Baía de Nacala, Moçambique 1957-1973". Arquivo Fotográfico, Lisboa. Desdobrável com design de Victor Palla. Edição do livro JOSÉ HENRIQUES E SILVA, PESCADORES MACUA. Coordenação de Joana Pereira Leite. Ed. Câmara Municipal de Lisboa e Comissão dos Descobrimentos. ("Retratos de África")
1998 (?) Artes Plásticas, Museu da Electricidade, por ocasião da Expo'98
1999 (Abril) Arte Moçambicana, SNBA. Comiss. Luís Homem de Melo. Prod. Embaixada de Moçambique, por ocasião da visita oficial do P.R. Com duas gerações de veteranos (Bertina, Chichorro, Chissano, Inácio Matsinhe, Malangatana, Mucavele, Samate e Shikani e outra já pós-independência: Cossa, Ídasse, Lívio de Morais, Naftal Langa, Naguib, Reinata e Victor Sousa), artistas mais novos (Conde, Gemuce, etc) + dois fotógrafos (Rangel e Martinho Fernando). Cat. ("Impressões de África")
1999 MALANGATANA de Matalana a Matalana. Instituto Camões / "Pontes Lusófonas". Cat.
1999 (Setembro) ARTE(S) DE MOÇAMBIQUE, José Forjaz e «Outras Plasticidades» Reinata, Ricardo Rangel, Matias Ntundo, Valingue, Ídasse, Muando, Ndlozy. Instituto Camões / "Pontes Lusófonas". Cat. ("Mensagens de longe")
Ed. José Forjaz. Entre o adobe e o aço inox. Ideias e Projectos, Caminho
2000 (Maio) RUI ASSUBUJI, “A cor dos meus olhos”/The Colour of My Eyes (bilingue), Centro de Arte de São João da Madeira. Cat. tx Fernando Manuel
2001 (16 Out. a 30 Dez.) MEDITERRÂNEO: Um novo muro? /The Mediterranean: a new wall?. Culturgest Lisboa. Comis. Fátima Ramos e António Pinto Ribeiro. Catálogo
2001 (23 Out. a 30 Dez.) Jembere Hailu: Pinturas. Arte contemporânea etíope. Culturgest Lisboa. Comis. Manuel João Ramos. Cat./Jornal nº 49; textos de M.L.R. e Ana Vasconcelos e Melo.
2001 Maninguemente Ser (11 artistas moçambicanos). Galeria Perve
2002 (16 Abr. a 30 Jun.) Arte Contemporânea. Colecção CGD - Novas aquisições. Culturgest, Lisboa. Coord. Fátima Ramos e António Pinto Ribeiro. Jornal 52, capa com obra de Shikhani. (A colecção passou em 2000 a incluir obras de artistas brasileiros e africanos lusófonos)
2002 (Nov - 5 Jan.) DAVID GOLDBLATT, FIFTY-ONE YEAR, Centro Cultural de Belém. Prod. Museu d’Art Contemporani de Barcelona, MACBA, 2001. comissários Corinne Diserens e Okwui Enwezor. Cat. ("Documentário crítico")
2004 (17 Jan. a 30 Março) MAIS A SUL. Artistas de África na Colecção da Caixa Geral de Depósitos. Culturgest Porto. Jornal com breve apresentação dos artistas.
"NOVAS PEREGRINAÇÕES", Expresso/Actual 14 Fevereiro: As colecções públicas e privadas têm-se mostrado de uma flagrante monotonia; com escassas diferenças entre si, adoptam o programa sumário de seguir a actualidade nacional, ou a sua espuma, comprando jovem e barato e, em geral, o mesmo. A colecção da Caixa Geral de Depósitos, que é uma pequena colecção apesar do gigantismo da instituição, saiu da rotina quando em 1999, já sob a orientação da Culturgest, passou a ter como horizonte alargado a arte dos países de língua portuguesa. É uma opção coerente com uma programação que tem dedicado atenção à produção cultural de origens não europeias (incluindo, já em 1995, a exposição francesa "Encontros Africanos"). Por outro lado, à falta de políticas oficiais de cooperação cultural, para além de um frágil esforço de sobrevivência do espaço linguístico, é uma direcção com sentido estratégico num país que parece não resolver os complexos do seu passado colonial e que raramente pensa a cultura ou a arte como algo mais do que ostentação e desperdício.
O domínio brasileiro teve já razoável relevo na apresentação da colecção que se fez em 2002, e a vertente africana, então reduzida a dois nomes (Mucavale e Shikhani), alargou-se o bastante para se apresentar agora numa exposição própria. São 13 os artistas reunidos sob o título «Mais a Sul», seis de Moçambique, outros tantos de Angola e um de Cabo Verde, alguns com anteriores presenças entre nós e outros desconhecidos, com formação e carreiras europeias ou com circulação restrita aos países de origem, por vezes com raízes em tradições populares. Esta diversidade assegura-lhe a qualidade imediata de ser uma mostra imprevisível, onde se atravessam fronteiras que não são só geográficas e se fazem vacilar os critérios habituais de validação das obras, convidando o visitante a descobrir e interrogar o que se expõe e não a seguir um guião preestabelecido. Por sinal, é também uma mostra que suscita uma significativa afluência de público. ( continua )
Culturgest Lisboa (16 Maio a 19 Set.). Catálogo com texto de António Pinto Ribeiro ("Mais a Sul...)
2004 (Fev.) Malangatana Valente Ngwenya: Pintura, desenho, gravura, cerâmica. Instituto Superior de Psicologia Aplicada.
2004 (3 Abril a 30 Jun.) VITEIX, Obras de 1958 a 1993. Culturgest Porto. Coordenação Vitor Teixeira e outros. Catálogo com texto de Mafalda Serrano. (Viteix/Vitor Teixeira - n. Luanda, 1940)
2004 (Outubro) Pintura Urbana do Congo (colecção de Bogumil Jewsiewicki), Livraria Mabooki, Lisboa
Expresso, nota: 16 Outubro: Chéri Samba, que se impôs como uma vedeta do circuito internacional, não está representado, mas a mostra permite situá-lo no contexto de uma moderna tradição congolesa de pintura popular sobre tela (ou sacos de farinha), onde se comentam, com maior ou menor conteúdo imaginário ou moralizador, o quotidiano e as realidades políticas e sociais de hoje. Parte da mostra é dedicada a pinturas que evocam a memória de Lumumba. É uma produção que conta com um mercado próprio, local e internacional, da autoria de artistas de rua ou com aprendizagem académica, em trânsito da pintura de tabuletas e outros painéis comerciais. As obras pertencem à colecção de Bogumil Jewsiewicki, professor de história comparada da memória no Québec, autor de Mami Waata, La Peinture Urbaine au Congo, ed. Gallimard, 2003, uma muito interessante abordagem a esta área original da arte africana. É também a ocasião de conhecer uma nova livraria dedicada a temas africanos, na R. João Pereira Rosa, 8, ao Conservatório.
2004 (9 Out.-12 Dez.) ILUMINANDO VIDAS. Ricardo Rangel e a Fotografia Moçambicana. Culturgest Porto. Comis. Bruno Z'Graggen ("Na rota de África")
2004 (13 Out. - 23 Dez.) ANTÓNIO OLE. Marcas de um percurso (1970/2004) / Milestones on a Journay. Culturgest Lisboa. Catálogo com textos de J. A. Fernandes Dias (entrev.), Ruy Duarte de Carvalho, João Fernandes, Alfons Hug.
2004 (18-22 Nov.) Arte Lisboa. Feira Internacional de Lisboa. António Pinto Ribeiro foi curador para as galerias e artistas de África e Brasil (Associação Moçambicana de Fotografia e Muvart). Cat.
2004 Malick Sibidé, Centro de Artes Visuais, Coimbra. (E tb em 2010, Palácio Galveias, no quadro do DocLisboa)
2005 (29 Out. - 31 Dez.) JORGE DIAS (com Nelson Leirner), Zoologia dos Trópicos. Centro Cultural de Lagos. Cat. c/ tx A. Pinto Ribeiro.
2005 «Looking Both Ways» (Fernando Alvim, N'Dilo Mutima, e artistas das diásporas). Fundação Gulbenkian. Org. Museum for African Art, NY, 2003 em 2005)
2006 (22 Jul. - 24 Set.) "África pelos africanos. Colectiva Fotógrafos 1900-2000", Centro Português de Fotografia, Porto. (org. Revue Noir e Mus´é Royal de l'Afrique Centrale de Tervuren, Belgique, 2003
2006 (4-20 Out.) Exposição de Artes Plásticas, Dia Nacional da Paz. Embaixada de Moçambique. C/ artistas residentes em Portugal e em Moçambique (Malangatana, Naguib, Noel Langa e Shikhani). Cat.
# 2006 / 2007 Réplica e Rebeldia: Artistas de Angola, Brasil, Cabo Verde e Moçambique. Comis. António Pinto Ribeiro com Antônio Sérgio Moreira e Gemuce. Org. Instituto Camões. Inaugurada em Maputo; itinerância em Luanda e Brasil, e anunciada em Lisboa e noutros locais (esta não concretizada).
2007 (15 Mar. a 24 Abr. ) Lisboa - Luanda - Maputo. Cordoaria Nacional. Comis. Vitor Pinto da Fonseca. Cat.
2007 (Junho) Artistas de Moçambique. Percursos recentes. Sede da CGD (Átrio) Curadoria de Jorge Dias. Cat. c/ tx oficiais e de António Pinto Ribeiro, Nelson Saúte e Alda Costa ("De 1999 a 2007: Quantos passos à frente?" - uma cronologia analítica das representações da arte moçambicana em Portugal)
2008 (26 Jul. - 12 Out.) DAVID GOLDBLATT: Intersecções Intersectadas, Museu de Serralves, Porto. Comissario Ulrich Look. Cat.
2008 (Nov.) Arte Lisboa, FIL. Participação do (movimento) Muvart como galeria (Mudaulane, Jorge Dias, Gemuce, Ricardo Rangel, Luís Abelard.
2009 (Maio) JOSÉ CABRAL, Urban Angels, P4 Photography, Lisboa. Cat. (1999 "Velhas urbes, novos tempos", Palácio D. Manuel, Évora)
2010 (30 Jan. - 27 Mar.) ÁFRICA 2.0 > existe uma ‘arte africana contemporânea'?", Influx Contemporary Art, colectiva. No 1º aniversário do projecto que veio substituir-se a uma anterior galeria que existiu desde 2005 na Rua da Rosa com o nome African Contemporary Gallery - e que aliás continua na net: http://www.africancontemporary.com/. ( "Africa 2.0")
2010 (20 Maio - 2 Jun.) Artistas de Moçambique em Portugal. 35º aniversário da Independência. Galeria de Arte do Casino Estoril. Cat.
2010 (24 Jun. - 25 Set.) Ídasse + Pinho. Espaço Fundação PLMJ, Lisboa. Comis. Miguel Amado. Cat.
2011 (13 Jan. - 26 Mar.) Idioma Comum. Artistas da CMLP na Colecção da Fundação PLMJ. Espaço Fundação PLMJ, Lisboa. Comis. Miguel Amado. Cat.
2011 (2 Maio-5 Junho) III Bienal de Culturas Lusófonas. Exp. colectiva de artes plásticas das culturas lusófonas. & "Sonhar Malangatana" (Coord. Fundação Malangatana - Filomena André). Centro de Exposições de Odivelas. 2 Catálogos.
-
* Ruth Rosengarten, "Out of Africa. Um olhar sobre as relações entre a arte contemporânea em Portugal e em África". In Belém, revista cultural, Nº 3, Outono / Inverno 1998, p. 218
Posted at 00:24 in Africa | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Um photobook de 1938, Luanda/Porto: 2º episódio (começou aqui)
Exposição-Feira de Angola, 1938 / Álbum comemorativo da exposição-feira de Angola. Luanda XCMXXXVIII ( 6 e [144] p.). Fotografia (clichés): C. Duarte (Firmino Marques da Costa, n. 1910-?). Reprodução e impressão "Offset" da Litografia Nacional do Porto
Chefe dos serviços técnicos (plano geral e arquitectura?): funcionário aduaneiro Vasco Vieira da Costa, "artista de elevado merecimento" (sic)
desenhado com a luz
Informações
com público
com indígena (e arte)
montagens e composições fotográficas
Fogo de artifício (a última fotografia)
Alvão em 1934 e Mário Novais em 1940 não fizeram melhor.
Será que os negativos estão nos arquivos de Luanda ou foram parar à Torre do Tombo, via Agência Geral do Ultramar, ou perderam-se? (De qualquer modo estas impressões em "offset" de 1938, mesmo com trama, são provas de exposição...)
A exp. esteve aberta de 15 de Agosto a 18 de Setembro de 1938, e segundo o álbum oficial "foi visitada por setenta mil pessoas, aproximadamente". Foi realizado um "minucioso documentário cinematográfico" pela Missão Cinegráfica às Colónias Portuguesas.
Bibliografia: José Manuel Fernandes, Geração Africana, Arquitectura e cidades em Angola e Moçambique, 1925.1975, Livros Horizonte, Lisboa 2002, p.85.
Rui Afonso Santos, texto sobre Art Déco em Portugal, no catálogo Art Déco – Colecção Berardo, What a Wonderful World!, Casa das Mudas, Madeira, 2010/11.
Existe 1 exemplar do álbum na Biblioteca Nacional (em processamento - ?), outro no CIDAC, mais um na Biblioteca da Universidade de Coimbra (estes dois indicados no portal Memória de África). Existe tb na Sociedade de Geografia de Lisboa (não se encontrava registado na base de dados), e entreguei um exemplar na Biblioteca de Arte da FG, ainda sem entrada no Catálogo - nota de Fev. 2013)
Várias centenas de fotografias de reportagem e de documentação da autoria de Firmino Marques da Costa encontram-se no Arquivo Científico Tropical (ACTD) do Instituto de Investigação Científica Tropical (Visita Presidencial de Américo Tomás a Cabo Verde e Guiné Bissau, em 1968, oriundas da Agência Geral do Ultramar) e no Arquivo Fotográfico de Lisboa COL FMC - Firmino Marques da Costa Âmbito cronológico:1940-1960 (Acessibilidade: disponível on-line)
Posted at 02:02 in Africa, Angola, Angola 1938, Arquitectura, Fotografia portuguesa, Luanda 1938 | Permalink | Comments (0)
Tags: José Manuel Fernandes, Marques da Costa, Rui Afonso Santos, Vasco Costa, Vasco Vieira da Costa
Posted at 03:34 in Africa, Angola 1938, Arquitectura, Fotografia portuguesa, Luanda 1938 | Permalink | Comments (1) | TrackBack (0)
Tags: António Lopes Mateus, António Sena, C. Duarte, José Manuel Fernandes, Marques da Costa, Vasco Vieira da Costa
Retrato de Ricardo Rangel (Foto de Rogério, publ. no livro abaixo) (E quem é o fotógrafo à direita?)
este 3º capítulo vai até à "descoberta" internacional da fotografia moçambicana, ou seja, à integração de vários moçambicanos no processo de reconhecimento da fotografia africana, acelerado em 1994, no eixo Paris - Bamako. (revisto em 26VIII)
1990. 1992. 1993. 1994
.Karingana ua Karingana, Il Mozambico contemporaneo visto dai suoi fotografi, Bologgna - Milano 1990.
.Uma vida a reportar a vida, Maputo 1992 [?]
.CINCO OLHARES, António Valente, Joel Chiziane, José Cabral, Kok Nam, Naita Ussene, Lisboa 1993.
.AFRICA, AFRICA, Denmark 1993.
.Ricardo Rangel, Fotógrafo de Moçambique / Photographe du Mozambique, Paris/Maputo 1994.
.REVUE NOIRE, nº 15, Paris 1994.
1990
Continue reading "Livros de Moçambique 3 (até 1994, Bamako/Revue Noire)" »
Posted at 01:22 in Africa, Fotografia Moçambique, Moçambique, Rangel | Permalink | Comments (0)
Tags: José Cabral, José Craveirinha, Kok Nam, Mia Couto, Revue Noire, Ricardo Rangel, Sérgio Santimano
Chama-se Bienal de Culturas Lusófonas mas devia ter um título menos grandiloquente, talvez, por exemplo, Mês das Lusofonias de Odivelas. Seria um nome mais ajustado para uma realização que é estritamente local, potencialmente simpática, mas de excessiva pretensão, quando não presunção, face à importância da oferta. Fui ver, por sentido de obrigação e curiosidade, apesar de uma enorme falta de informação sobre o evento, mesmo depois de meia hora de Google... No terreno pode haver algumas pequenas coisas relevantes, mas a dimensão institucional de que ser revestir A BIENAL, somando embaixadores e outras autoridades, sujeitos a extensos discursos, volta-se contra a possível boa vontade dos promotores autárquicos.
(sessão inaugural - antes dos discursos)
Posted at 21:04 in Africa | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
A partir de dia 13
carregar para ampliar
"Intelligent Life", Primavera 2011, pág. 12
http://www.proximofuturo.gulbenkian.pt/
Entrada 4€ (!!!) Entrada gratuita aos Domingos e no Dia Internacional dos Museus (18 de Maio)
#
Notas: A "descoberta" da fotografia africana
http://alexandrepomar.typepad.com/alexandre_pomar/2008/09/cronologia.html
"Iluminando Vidas" (Zurique 2002, Bamako 2003, Culturgest-Porto 2004)
http://alexandrepomar.typepad.com/alexandre_pomar/2007/08/iluminando-vida.html
Posted at 02:27 in Africa, Exposições 2011, Gulbenkian | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Seven stories about modern art in Africa: an exhibition / organized by the Whitechapel Art Gallery; concept and general edition, Clémentine Deliss. Ed. Paris; New York: Flammarion, 1995. 319pp. : Catalog of the international exhibition held at the Whitechapel Art Gallery, Malmo Konsthall, and the Solomon R. Guggenheim Museum (Soho), New York, Sept. 27, 1995 - Sept. 1996. Includes bibliographical references. (pp. 290-318). (in http://www.sil.si.edu/SILPublications/ModernAfricanArt/maadetail.cfm?subCategory=1990s ) via The Book Depository 14,40€
As sete histórias passam-se na Nigéria (Chika Okeke), no Senegal (El Hadji Sy), Sudão e Etiópia (Salah M. Hassan), África do Sul (David Koloane) e Kenia e Ugana (Wanjiku Nyachae). Os narradores são africanos. Os textos gerais são de Clémentine Deliss e Everlyn Nicodemus (Third Text).
São acompanhadas por recolhas (Recollections) de entrevistas, depoimentos memorialistas, manifestos de cada uma das áreas em questão. E por índices e cronologias sobre escolas, workshops, movimentos, exposições e bibliografia.
A entrada sobre Seven Stories no "Sampler" de Africa Remix (Thomas Boutoux e Cédric Vincent) parece-me a mais correcta apresentação do catálogo, que teve à data críticas pouco favoráveis (os artistas expostos não eram os habitualmente cooptados).
#
Os capítulos sobre a Nigéria alargam a informação disponível sobre a Zaria art Society de Uche Okeke e Demas Nwoko, a "Síntese Natural", o Mbari Club de Ibadan (Julho 1961 - 1971) e "The Oshogbo Experiment", associando Ulli Beier, Susanne Wnger e Georgina Beier...
#
depois de
"Africa explores. 20th century african art" Exhibition catalogue by Susan Vogel, with contributions by Walter E. A. van Beek, Bogumil Jewsiewicki, Ima Ebong, Donald John Cosentino, Thomas McEvilley, and V. Y. Mudimbe.
Published and distributed by The Center for African Art and Prestel, Munich, February 1991. 300 pp.
http://www.africanart.org/index.php
Posted at 23:22 in Africa, Ulli Beier | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
“There were a lot of people hovering around” (*1)
(Ulli Beier, Frank McEwen, Pancho Guedes and Julian Beinart - an informal network of mediators, patrons and benefactors, Africa 1950s/60s)
“1950s-1960s - Amâncio Guedes, a Portuguese architect residing in Maputo, Mozambique, organizes informal workshops for young artists. Among the participants is Malangatana Ngwenya (born 1936), whose paintings are later shown by the Mbari Artists and Writers Club in Ibadan, Nigeria”. Information from Heildbrunn Timeline of Art History, on the New York Metropolitan Museum of Art website, chapter “Southern Africa, 1900 A.D. – present”, http://www.metmuseum.org/toah/ht/?period=11®ion=afo#/Key-Events).
Later, there is another, rather inaccurate reference to Malangatana; however, this is the only event of artistic importance in so-called Portuguese Africa. Angola and Mozambique appear on the timeline with the dates of the armed struggles (1961 and 1963, respectively – when it should be 1964), and then only much later in 1975 because of the countries’ independence. There is a void of information that separates them drastically from neighbouring areas; however, if there was a true lack of events, there was also a lack of knowledge. The reference to Amâncio Guedes illustrates a hazy recollection of the facts; firstly because of the inaccurate date given, which puts it before the other key events of the 1950s, such as the founding of Drum magazine in South Africa, in 1951 and the beginning of Frank McEwen’s intervention in Salisbury in 1954, for example.
Malangatana, "A mulher que chora", 1959 (A woman cries)
Continue reading "Ulli Beier, Frank McEwen, Pancho Guedes and Julian Beinart " »
Posted at 03:35 in Africa, Exposições 2011, ICAC, Pancho Guedes | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Tags: Amancio Guedes, Frank McEwen, Julian Beinart, Pancho Guedes, Ulli Beier
1.
Download gratuito (somente na versão em português):
Informações Adicionais:
La Collection Histoire générale de l'Afrique en portugais
Constituée de huit volumes, la collection Histoire générale de l'Afrique est désormais publiée en portugais. Son édition complète est également disponible en arabe, en anglais et en français, et son édition abrégée est disponible en anglais, en français et dans plusieurs autres langues, dont le haoussa, le peul et le swahili. Un des plus importants projets des Editions de l'UNESCO au cours des trente dernières années, l'Histoire générale de l'Afrique constitue un aspect majeur de la reconnaissance du patrimoine culturel de l'Afrique car elle permet la compréhension de l'évolution historique des peuples africains et de sa relation avec d'autres civilisations à partir d'une perspective large et objective provenant de l'intérieur du continent.
La collection a été produite par plus de 350 spécialistes de divers domaines sous la coordination du Comité scientifique international composé de 39 intellectuels, dont les deux tiers étaient des Africains.
#
Posted at 13:37 in Africa, bibliografia | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
África do Sul, Moçambique, Rodésia do Sul Nigéria, pela "timeline" do Metropolitan, a propósito de "As Áfricas de Pancho Guedes":
- a referência ao movimento CoBrA (1948) é um ponto de partida a ter em conta; Dubuffet e a Arte Brut (Raw Art, Outsider Art, designações próximas, for art produced by non-professionals working outside aesthetic norms) são contemporâneos (1949: Jean Dubuffet précise sa définition de l’Art Brut dans « L’Art Brut préféré aux arts culturels ». Ce texte, qui a valeur de manifeste, figure dans le catalogue accompagnant la première exposition d’ensemble de La Compagnie de l’Art Brut, à la galerie René Drouin, à Paris.) entre a ideia de "low art" e a procura dos "primitivos".
- o workshop de Amâncio/Pancho Guedes é de Janeiro de 1961 (1); em Abril a Architectural Review, em Londres, dedica a capa à obra de arquitecto (2), que expõe na Bienal de São Paulo como representante de Moçambique (3); no mesmo ano ocorre a 1ª exp. individual de Malangatana em Lourenço Marques (4). Em 1962, a revista Black Orpheus (Ibadan, Nigéria) dedica-lhe um longo artigo (5), e é exposto no Mbari Club (6).
- Frank McEwen em Salisbury (Rodésia do Sul), organizador do Congresso de 1962; Ulli Beier, fundador do Mbari Club na Nigéria (7), e Julian Beinart, autor dos artigos sobre Pancho Guedes e Malangatana antes citados, co-animador dos workshops de Lourenço Marques, Ibadan, etc, são as figuras decisivas de uma rede de promotores ou patronos activos no início dos anos 60.
A cronologia africana do Met (Heilbrunn timeline of art history): Amâncio Guedes, Malangatana, Frank McEwen, Ulli Beier...
#
(1), Malangatana no workshop de Janeiro de 1961
(2) Architectural Review, capa com pormenor do Hotel para São Martinho do Bilene, não construído (1963)
(3) Bienal de São Paulo, 1961, com o Leão que Ri em 1º plano
(5) Malangatana pintor e poeta (1962, reimpressão de 1983)
(6) convite com texto de Ulli Beier
(Uche Okeke, Ibrahim El-Salahi, Twins Seven Seven, Vincent Kofi e Malangatana são os artistas com maior destaque à época - e o norte-americano Jacob Lawrence, de visita à Nigéria).
É Tristan Tzara quem apresenta a comunicação de Amâncio/Pancho Guedes no Congresso de Salisbúria; visita em seguida Lourenço Marques/Maputo.
Posted at 23:21 in Africa, Moçambique, Pancho Guedes, Ulli Beier | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Tags: Amâncio Guedes, Frank McEwen, Julian Beinart, Malangatana, Mbari Club, Pancho Guedes, Ulli Beier
Posted at 05:52 in Africa, Exposições 2010, Pancho Guedes | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Memória de um museu desaprecido na mais importante exposição republicana. "Viagens e Missões Científicas nos Trópicos 1883-2010", Instituto de Investigação Científica Tropical, Palácio dos Condes da Calhetas, Belém
Jorge Dias, a "Missão de Estudo das Minorias Étnicas do Ultramar Português", iniciada em 1957; o Centro de Estudos de Antropologia Cultural, 1962, o Museu de Etnologia do Ultramar, 1965, etc...
Na imagem, uma exposição do antigo Museu Nacional de Etnologia e duas estatuetas maconde.
A República era colonialista, "naturalmente"
Posted at 01:35 in Africa, Exposições 2010 | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Frank McEwen organizou em 1962 o 1º Congresso Internacional de Cultura Africana / First International Congress of African Culture, 1 - 11 August, (na) The National Gallery, Salisbury, Rhodesia - de que era director.
Foi um episódio de grande importância, em que participaram, entre os 37 delegados, Alfred Barr, do Museu de Arte Moderna, o MoMA, de Nova Iorque; William Fagg, do British Museum; Jean Laude, da Sorbonne; Roland Penrose, pintor surrealista e presidente do Institut of Contemporary Art, ICA, de Londres, acompanhado pela fotógrafa Lee Miller; James Porter, da Howard University, Washington; Udo Kultermann, autor de vários livros sobre arquitectura moderna; o poeta dadaísta Tristan Tzara; John Russel, então crítico do The Sunday Times; Hugh Tracey, musicólogo da África do Sul, Pancho Guedes, arquitecto de Lourenço Marques/Maputo e o historiador nigeriano e vice-chanceler da Universidade de Ife, Nigéria, Saburi O. Biobaku, que abriu o congresso. As actas nunca vieram a ser editadas por razões ainda obscuras, mas existe uma pré-edição inacabada de muito restrita difusão.
Frank McEwen fez no último dia do Congresso uma intervenção sobre a Arte na África contemporânea que é um texto muito significativo. O que estava a acontecer à arte africana tradicional com a evolução das antigas estruturas sociais? Qual seria o futuro da arte africana? As ameaças representadas pelo que McEwen chamava a "arte de earoporto" (airport art), numa fórmula que fez carreira, são um dos seus temas.
A sua intervenção a 11 de Agosto começava assim:
Posted at 17:42 in Africa, As Africas | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Agora que a África está na moda, diz-se, para assegurar que o interesse passará depressa e que é só uma atracção superficial, é a boa altura para assinalar a existência online de uma coisa que pode dar algum lastro ao devaneio africanista que por aí anda. Trata-se de
African Folklore, An Encyclopedia
de Philip M.Peek and Kwesi Yankah, Editors
Routledge
New York London
disponível em pdf: http://idlemindz.net/books/Encyclopedia%20of%20African%20Folklore.pdf
e também na Amazone, mas por $ 265 ou 60 em paperback ou 127,50 L, etc:. Fui lá parar por acaso e parece bem.
Tem a colaboração de Elísio Macamo, então prof. em Bayreuth, agora em Basel : http://zasb.unibas.ch/about/people/macamo/ que fez uma intervenção magnífica num recente congresso em Lisboa (7º Congresso Ibérico de Estudos Africanos).
Escreve sobre "PORTUGUESE STUDY OF AFRICAN FOLKLORE" e começa assim:
"Very little folklore research has taken place in the former Portuguese colonies of Africa.
This is directly related to the development of the discipline in Portugal. Two issues stand
out in this connection: (1) the needs that folklore in Portugal was supposed to meet, and
(2) the role it was to play in the colonial enterprise. Together, these issues illuminate the
field as it currently stands."
Uma outra colaboração portuguesa (?) é a de Gerard Seibert, so Centro de Estudos Africanos do ISCTE, que escreve sobre São Tomé (colaboração mais extensa que a existente sobre Moçambique, por exemplo)
Posted at 23:30 in Africa, As Africas | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
"Up to the late 1980's, almost nobody in the West knew, or wanted to know, about modern and contemporary art from Africa, meaning art that wasn't ''tribal'', that was maybe conversant with Western trends and styles. Then came an exhibition titled ''Magicians of the Earth,'' in Paris in 1989*, which mixed young African artists with some of their hip Western and Asian counterparts. Whatever its shortcomings, the show put contemporary African work on the postmodern map and opened a dialogue."
"From the Ferment of Liberation Comes a Revolution in African Art" By HOLLAND COTTER - sobre a exp. the short century, PS1, NY - NYT, February 17, 2002 http://www.nytimes.com/2002/02/17/arts/design/17COTT.html
#
"For many European tastemakers of the colonial period, there was only one kind of African art: traditional art, also known as tribal, also known as primitive. Each tribe or ethnic group, the idea was, had a unique, homogeneous style. This style was passed on by anonymous artist-craftsman from time immemorial, untainted by outside styles, including Western contact. Only objects that met these criteria were Authentic." - idem
#
"The high optimism of Africa's liberation moment (a década de 60) ended fast. In the years that followed, the continent has been shaken by political violence, natural disaster and epidemic disease. Given these conditions, along with an absence of exhibition and patronage networks, many contemporary artists, like their modern predecessors, have chosen to live elsewhere. Many of them express no interest in exploring African ethnic identity through art. " - idem
##
"It is important to note that many of the world's great art movements came into being during this kind of deep-rooted crisis. The examples are numerous: the Nubian conquest of the northern Nile as an element of change in Akhenaten's Egypt; the implications of the pilgrimage (and related violent crusade) movement in Medieval Europe on the development of architecture and other arts; the fall of Constantinople as a key component in the rise of the Italian Renaissance; the expansion of Islam as a catalyst for the emergence of striking architectural monuments at Djenne and elsewhere; the importance of the Portuguese to the great era of Benin artistic florescence; French and Belgian colonial wars in Africa as a factor in Picasso's artistic revolution; the rise and fall of Hitler and the emergence of the New York School."
Suzanne Preston Blier, "Nine contradictions in the new golden age of African art - First Word", African Arts, Autumn, 2002 http://findarticles.com/p/articles/mi_m0438/is_3_35/ai_98171008/?tag=content;col1
#
(...) "4. The Market. Although promoted by some Western entrepreneurs as exotic "outsider artists" whose visionary or spiritual sources come exclusively from within (like magic), most of the contemporary artists on view arrived at these new forms through modern art schools, local experiences with commercial advertising, or other important interactions with the West. In addition, many of these artists' oeuvres are held and tightly controlled by their Euro-American promoters and dealers--in Paris, Los Angeles, and elsewhere. Venue, price, mode of representation, and frequently content are herein brokered. To some degree there is a colonial legacy in this situation, with French- and English-speaking entrepreneurs espousing competing artistic agendas. While in some ways they are no different from patrons of art in other areas historically, today, when art passes far more as commodity, the disequilibrium between the artist's power and that of the dealer or patron carries concerns. As with music, present and future royalties are a vital question. To see this solely as an issue of the colonial legacy however, is simplistic, for a highly talented group of African curators and critics in the West also currently exercise sizable control of aesthetic agendas and the discourses which shape the material they advocate.
5. Exhibitions. The new globalized, heavily publicized arena of biennials has brought contemporary African art to the foreground in blockbuster shows such as the 1997 Johannesburg Biennale. They are curated largely by outsiders (though they might be African), with international funding and other support, sometimes leaving few possibilities for local artistic engagement. Indeed, artists living in these areas on occasion have been excluded, particularly if their work lies outside the parameters of the sometimes rigid postmodern visual rubrics being promoted. In other contexts, national boundaries still retain a heavy pull, with the exhibited artists being largely local or regional. In short, a lot of contemporary art just doesn't get shown, or doesn't get shown together." - idem
###
A atenção aos artistas africanos como fenómeno de larga escala é muito recente: desde 1989, para quem já cá andava, desde 50, 60. A exp. do MoMA, Primitivist in Modern Art foi em 1984.
Mas foi na década de 60, ao tempo das independências e mesmo onde elas foram adiadas, que aparecem os primeiros artistas modernos africanos que não são apenas artistas escolarizados no Ocidente e, assim, modernos pela via da obrigada apropriação escolar do modernismo ocidental (em especial da possível apropriação do primitivismo pelas primeiras vanguardas, usando-o em segunda mão, retraduzido da linguagem "colonial").
As vicissitudes da década e a distância entre os mercados nacionais e os mercados do(s) centro(s), as metrólopes, antes do actual mercado global mantiveram muito poucas, ou nenhumas, notoriedades internacionais vindas desse tempo. Em termos de globalização, é uma falsa partida, como se nota pela ausência de representação nos museus ocidentais.
É com o mercado global dos anos 90 que a grande circulação africana começa, como reciclagem/reedição das fotografias dos 60, como integração dos artistas descendentes de africanos nas antigas metrópoles coloniais, e como cooptação de alguns poucos residentes em África - susceptíveis de cumprirem carreiras mais "internacionais" do que nacionais.
Posted at 10:12 in Africa | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Chegou o enorme catálogo da exposição apresentada em Gijón pela CajAstur, que em Janeiro estará no Museu de Antropologia de Madrid. "África, Objetos y Sujetos", comissariada por Francisco de Santos.
É (prologada até Dezembro), foi uma das duas exposições que em Espanha, na Galiza e nas Asturias, marcaram o actual interesse por África. A outra foi "Afro Modern. Viajes a través del Atlântico Negro", importada pelo CGAC de Santiago de Compostela, desde a Tate Liverpool, mas desfalcadíssima (no local - não no catálogo) de obras essenciais para o seu projecto conceptual - quando ouço recomendar esta versão abreviada percebo que se fala de cor, como é hábito.
"África", de Gijón, é (também) matéria de debate e divergência, pela concepção da mostra, o que será positivo, mas o que começa por ser assinalável é nos dois casos o interesse em sustentar a actual circulação de temas e interesses africanos sobre alguma informação ou pesquisa histórica, contextualizadora e duplamente exploratória, sobre o objecto África e sobre as abordagens europeias do tema África.
Por cá diz-se e repete-se que "África está na moda" - e é efectivamente moda o que acontece, um interesse circunstancial e passageiro, superficial e possessivo (esta moda é minha), que depressa será substituído por outra moda qualquer. Percorrem-se umas actualidades mais ou menos fúteis, e esboçam-se umas estratégias de ocupações de terreno (umas cátedras, uns patrocínios, uma viagens pagas). Pouco mais. Não há nada mais substancial e profundo, ou não estaria o Museu de Etnologia fechado, não estariam esquecidas ou perdidas as colecções que por cá existem, para cá vieram, mas se ignoram. Não teriam passado ignorados em Lisboa, por ocasião do CIEA7, Aminata Traoré e Elísio Macamo: http://zasb.unibas.ch/about/people/macamo/ (Alguns estudos sérios têm saído em livro - é outra coisa.)(E não estou a referir-me às meninas do Buala).
No lado espanhol ambas as exposições ultrapassam a espuma da moda para averiguar o que esteve antes da moda, o que é interrogar a história e construir abordagens conceptuais para isso. É uma forma mais sólida de voltar à exploração africana no tempo presente, investigado o passado em grande parte comum. A de Liverpool/Compostela foi valorizar a ideia de um Atlântico Negro, a circulação nos dois sentidos, o espaço entre, trocas e diásporas, o que acontece na sequência de anteriores leituras feitas noutras perspectivas sectoriais - porque em si mesmo é obviamente um discurso insuficiente (e descentrado, eurocêntrico) sobre a relação da África com a modernidade (ocidental, exterior). A de Gijón/Madrid tem um programa mais abrangente e mais extenso, embora conceptualmente menos original ou ambicioso.
Constituída em duas partes contíguas mas estanques, a mostra vira-se para a história (a tradição, a arte primitiva ou tribal, vista pelo olhar da antropologia e do gosto estético) e para o moderno- contemporâneo (sem uma barreira cronológica definida, o que está certo) que se manifesta desde a década das independências e que se entende bem como uma dupla situação de pertença local e circulação diaspórica. O que acontece é que não há passagens ou continuidades reconhecíveis entre a parte histórico-tradicional dos primitivos (a cargo de Francisco de Santos do Museu de Antrologia) e a zona plural ou polimorfa do presente, em geral subordinada aos artistas que são cooptados pelo circuito ocidental (comissariada por Salvador Nadales, do Reina Sofia).
A prática artística contemporânea na África subsahriana inclui 53 obras de 24 artistas, sendo sete ditos emergentes e menores de 40 anos, oriundos de 14 países e alguns residentes na Europa e nos EUA.
http://www.youtube.com/watch?v=LDXupla13u0
Posted at 03:00 in Africa, Exposições 2010 | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
É um dos grandes fotógrafos das independências (Mali),
com Philippe Koudjina (c. 1940-) na Nigéria, e Jean Depara (n. em Angola 1928 - Kinshasa 1997) na Rep. Dem. do Congo. E também Abderramane Sakaly (1926-1988) no Mali e Ambroise Ngaimoko / Studio 3Z (n. Angola 1949 - Kinshasa) igualmente na RD Congo. É costume situá-los a par de Ricardo Rangel (L.M. 1929 - Maputo 2009), mas aí antes da independência. A grande Anthologie de la Photographie Africaine da Revue Noire de 1998 ou a versão abreviada/actualizada L'Afrique par elle même (2003) - que veio (mais ou menos e maltratada) à Cadeia da Relação (Porto, 2006) - arrumam-no no capítulo "L'Éveil d'un regard" (o despertar de um olhar).
Foi "descoberto" em 1994 nos 1ºs Rencontres de la photographie africaine em Bamako ("Revue Noire" Nº 15, Décembre 1994 - nº dedicado à fotografia de Moçambique!!) e levado a Paris no ano seguinte (1962-1976, Fondation Cartier/André Magnin/Coll. Jean Pigozzi. Nunca mais parou de circular - muito mais tarde abriu-se um contencioso sobre direitos e acervos com a Colecção Pigozzi (CCAC), que detem óptimas vintages de pequeno formato, e a circulação ampliou-se mais ainda, com maiores e mais brilhantes ampliações.
Deram-lhe o Prémio Hasselblad em 2003, foi exposto no CAV de Coimbra em 2004, recebeu um Leão de Ouro da Bienal de Veneza de 2007, o prémio do Centro Internacional de Fotografia de NI em 2008, mais o Prémio PhotoEspaña de 2009. Entre muitos outros, que a imaginação dos premiadores é escassa.
Hoje inaugura-se mais uma exp. (via Hasselblad Foundation) no Palácio Galveias, no quadro do DocLisboa 2010.
Qualquer dia podiam mostrar o "contexto".
Posted at 15:13 in Africa, Exposições 2010 | Permalink | Comments (1) | TrackBack (0)
Uma boa surpresa é encontrar na Biblioteca da Gulbenkian o pequeno livro de Ulli Beier intitulado "Art in Nigeria 1960":
Um livro pioneiro e ainda oportuno, insubstituível, publicado pela Cambridge University Press, com 24 páginas de texto e muitas ilustrações. Foi o ano da independência da Nigéria (entre 17 países africanos) e parece ter sido Ulli Beier quem organizou a respectiva exp. comemorativa.
Em 1968, depois de ter deixado a Nigéria após o 1º golpe de estado, publicou o livro CONTEMPORARY ART IN AFRICA, ed. Pall Mall Press, London, que continua a ser uma obra sem paralelo pelos critérios de proximidade pragmática ou de declarada cumplicidade crítica com que percorre o seu tema e se relaciona com as obras e os artistas. (E esse a Biblioteca não possui...)
Continue reading "(consultas) Passagem pela Nigéria, 1960" »
Posted at 02:12 in Africa, Pancho Guedes, Ulli Beier | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
A bibliografia de referência sobre arte moderna e contemporânea africana deve estar em "Modern African Art : A Basic Reading List", estabelecida por Janet L. Stanley, do National Museum of African Art Branch Library.
http://www.sil.si.edu/SILPublications/ModernAfricanArt/newmaa.cfm
A classificação "Modern African art" é definida assim: "here means academic artists, but it also embraces those who have not passed through the academy - self-taught, street artists, workshop artists. Similarly, references to popular arts, including tourist arts, are not beyond the pale. However, it generally excludes contemporary craft producers, such as potters, basket weavers, jewelry makers and the like." O que caracteriza um universo artístico em que as fronteiras vacilam constantemente.
É significativo que Inclua uma só exp. para os anos 60, já em 1969, em Londres - e que essa seja a 1ª da lista. A publicação/catálogo muito ilustrado que a acompanhou encontrei-a num alfarrabista em Lisboa ( http://alexandrepomar.typepad.com/alexandre_pomar/2009/12/african-art-1969.html ), com o que se abriu ou, melhor, reforçou outra linha de interesses)
Contemporary African Art (published by Studio International as the catalogue of an exhibition of Contemporary African Artheld at the) Camden Arts Centre, London. August 10 - September 8 1969. (London, New York: Studio International, 1969. 40 pp. illus. (pt. color), map, ports.) (24 x 24 cm)
Posted at 04:29 in Africa, Pancho Guedes | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
1 . Short century: independence and liberation movements in Africa, 1945-1994 / edited by Okwui Enwezor. Munich; New York: Prestel, 2001. 496pp. illus. (pt. color).
A project of Museum Villa Stuck, Munich, in co-operation with House of World Cultures, Berlin - Museum Villa Stuck, Munich 15 Febr. 2001 / Martin-Gropius-Bau, Berlin / Museum of Contemporary Art, Chicago - 8 Sept. - 30 Dec. 2001 / P.S.1 and Museum of Modern Art, New York - 10 Febr. - 5 May 2002: ver http://universes-in-universe.org/eng/specials/2001/the_short_century
Susanne Wenger*, Yemoja. 1958, Batik © Photo: Haupt & Binder
(*1915 Graz, Austria. Lived in Nigeria, where she was a Yoruba priestess. + 2009 Osogbo, Osun State, Nigeria)
Posted at 16:58 in Africa, Pancho Guedes, Ulli Beier | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
http://www.metmuseum.org/toah/ht/?period=11®ion=afg#/Key-Events
Metropolitan Museum - HEILBRUNN TIMELINE OF ART HISTORY - Guinea Coast, Central Africa, Southern Africa... 1900 A.D.–present:
CRONOLOGIA ÁFRICAS (selecção)
1937 The Fine Arts School is founded at Makerere College in Kampala, Uganda, and Margaret Trowell is appointed its director. She develops a curriculum that cultivates and preserves indigenous African styles and aesthetic values while introducing new media and methods of art production such as silkscreen printing and easel painting. Promising students, such as Tanzanian painter Sam Ntiro (1923–1993), are sent to study at the Slade School of Fine Art and the Royal Academy of Arts in London. The work of her students is displayed at the Imperial Institute, London, in 1939.
1938 Walter Battiss (1906–1982), Alexis Preller (1911–1975), and other young South African artists coalesce as the New Group in response to the British-inspired academicism of current South African art. Having seen indigenous African artworks such as San rock paintings, the artists seek an alternative modern art rooted in the integration of African and European aesthetics, and organize exhibitions showing work of black South African artists such as painter Gerard Sekoto (1913–1993). The New Group, and South African artists in general, benefit from the immigration of European intellectuals fleeing the totalitarian regimes emerging in Europe at this time.
1948 Apartheid in South Africa commences as the Afrikaner National Party comes to power under the leadership of Daniel F. Malan and the all-white parliament.
1948 The Polly Street Centre is established in Johannesburg as a community center for black township youths. Cecil Skotnes (born 1926) becomes the director of the arts workshop in 1952, and encourages students to study West and Central African sculpture. Artists such as Durant Sihlali, Ephraim Ngatane, Sydney Kumalo, Ben Macala, Louis Maqhubela, Lucas Sithole, and Helen Sebidi receive their initial training there.
1948 South African artist Ernest Mancoba (1904–2002) participates in the HØST COBRA exhibition in Copenhagen.
1950s-60s Amancio Guedes, a Portuguese architect residing in Maputo, Mozambique, organizes informal workshops for young artists. Among the participants is Malangatana Ngwenya (born 1936), whose paintings are later shown by the Mbari Artists and Writers Club in Ibadan, Nigeria. (a nota faz uma antedatação: será de facto 1960s)
Posted at 17:49 in Africa, ICAC, Pancho Guedes, Ulli Beier | Permalink | Comments (0)
Pode anunciar-se a circulação de uma exposição quando não viajam algumas das suas obras determinantes?
A mostra "Afro Modern. Viajes a través del Atlántico negro" (Centro Galego de Arte Contemporánea, Santiago de Compostela, até 10 de octubre) parece justificar a deslocação, mas conviria saber que não vieram de Liverpool pelo menos duas obras que assumem papel de destaque no respectivo programa:
Jacob Lawrence's "Street to Mbari" (1964) at Afro Modern, Tate Liverpool. Photograph: National Gallery of Art, Washington (tempera over graphite on wove paper, 56.5 x 78.4 cm - Gift of Mr. and Mrs. James T. Dyke )
Continue reading ""Afro modern" com desfalques (Santiago)" »
Posted at 01:29 in Africa, Exposições 2010, Ulli Beier | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Africa, objetos y sujetos. Centro Cultural Cajastur Palacio Revillagigedo. GIJÓN, Hasta el 30 de septiembre de 2010
"La exposición se articula siguiendo un orden geográfico y cultural, mediante una selección de objetos representativos de dos de las principales preocupaciones de los africanos: las creencias y los símbolos de poder. Están representadas diversas culturas y países de África Oriental y Meridional, África Central y Ecuatorial, así como África Occidental. En total, se presentan 190 obras. La selección tradicional muestra 137 objetos representativos de 56 grupos étnicos de 25 países. Estas piezas trasmiten información acerca de su uso y su función, así como del propio africano, del individuo y de la cultura de la que forma parte. Por otro lado, la selección contemporánea agrupa 53 obras de 21 artistas, todos ellos integrantes de una generación de importantes artistas visuales implicada en la vida cultural y social africana, formando parte de ella como actores y testigos.
Los comisarios de la exposición, Francisco de Santos, conservador del Museo Nacional de Antropología y Salvador Nadales, conservador del Museo Nacional Reina Sofía, han trabajado en profundidad en esta muestra, realizando una magnífica y nutrida selección de piezas provenientes en su mayoría de los grandes museos antropológicos europeos y africanos, así como de fondos personales de artistas contemporáneos."
Gijón. Centro Cultural Cajastur Palacio Revillagigedo
Lunes a sábado: de 11 a 14 y de 17 a 21 h.
Domingos y festivos: de 12 a 14.30 h.
ver http://tectonicablog.com/?p=12377
com inf sobre o catálogo em pdf : http://mnantropologia.mcu.es/
mnantropologia.mcu.es/pdf/Africa_Objetos-Sujetos.pdf
(da...) Presentación
Con esta exposición se pretende contribuir al conocimiento de la diversidad cultural africana como base para fomentar el respeto y la tolerancia entre pueblos de diferentes tradiciones culturales y religiosas, en un mundo empequeñecido por los medios de comunicación que acerca, cada vez más, otras formas de vida y manifestaciones artísticas.
Las creaciones materiales, de diferentes áreas geográficas y culturales, que son el reflejo de la propia evolución cultural, así como de sus preocupaciones en lo social, lo político y lo religioso, serán el vehículo para descubrir esa pluralidad cultural, sin olvidar los efectos que ha tenido el desarrollo de la educación, las misiones cristianas y la expansión del Islam, así como las nuevas tecnologías en la evolución y cambio de las culturas africanas subsaharianas.
El titulo de esta exposición África, Objetos y Sujetos, tiene un carácter de reciprocidad, por un lado responde al objetivo de profundizar en el conocimiento de diferentes objetos relacionados con el mundo de las creencias tradicionales y con los símbolos de poder en una amplia selección de culturas africanas, relacionándolos con los sujetos que los han producido para diferentes propósitos; por otro, se relacionan las circunstancias históricas, sociales y económicas en las que se desenvuelven los individuos y colectividades con dichas manifestaciones materiales.
El objeto se presenta no sólo por su valor estético, sino como documento cultural, desde una perspectiva antropológica, contextualizado en el espacio y en el tiempo y relacionándolo con las culturas, sociedades y circunstancias en las que se producen y utilizan. A través del objeto se intentará descubrir al sujeto.
Por otro lado, conviene destacar que la vinculación de lo tradicional con lo utilitario donde los objetos están ligados a un uso y lo contemporáneo donde ese uso para a ser sustituido por la contemplación dando mayor importancia a su valor estético, pierden sentido en un contexto africano donde el carácter y sentimientos del artista se transmiten en su obra, sea tradicional o contemporánea, ya que ambas están íntimamente ligadas a su entorno social y cultural. La general separación aplicada en occidente a los conceptos arte/artesanía, primitivo/desarrollado, tradicional/contemporáneo plantea problemas que ponen en cuestión esas dicotomías. Aunque el uso dado a los términos “tribal” o “primitivo” han acabado siendo sustituidos por el de “tradicional” que es menos problemático y más políticamente correcto.
3
La falta de interés por las culturas africanas ha ignorado, generalmente, las circunstancias en la que se producían los objetos e impedía la apreciación de los mismos más allá de su valor estético, al tiempo que obviaba y minusvaloraba la existencia de otros pueblos y culturas que buscan y hallan respuestas, cambian, evolucionan y se desarrollan. Por este motivo se ha procurado incorporar a la exposición y catálogo una selección fotográfica con carácter documental que permita la contextualización del objeto en su entorno, mostrando asimismo la imagen que han transmitido y transmiten muchos fotógrafos y artistas occidentales sobre África.
La exposición se articula en un orden geográfico y cultural mediante una selección de objetos representativos de dos de las principales preocupaciones de los africanos: las creencias y los símbolos de poder. En el mundo de las creencias y del ritual relacionado con las mismas destacan las tallas relacionadas con el culto a los antepasados, las figuras de poder utilizadas para combatir el mal, las máscaras, con carácter lúdico o ritual, que ocultan la identidad del danzante para interpretar un papel en los ritos de paso, estacional o vital, vinculados con el ciclo agrícola o con el paso de la pubertad a la edad adulta, o las ceremonias funerarias, que constituyen, junto con las muñecas de fertilidad, algunos de los aspectos más celebrados en las sociedades africanas. Las representaciones antropomorfas se muestran como creaciones conceptuales en las que la transcripción plástica de divinidades, espíritus, héroes o reyes, da origen a una imagen distinta a la de la realidad, sin renunciar por ello a detalles realistas específicos de cada etnia, como los peinados, las marcas de tatuajes o escarificaciones.
Entre los símbolos de poder se encuentran los relacionados con una posición de prestigio que marca y diferencia el estatus social de los miembros de la comunidad. Estos serán utilizados tradicionalmente por los dignatarios, los jefes o personas encargadas de llevar a cabo los rituales como intermediarios entre la comunidad y la divinidad. Los bastones de mando, o los asientos y reposacabezas sirven para marcar esas diferencias en culturas donde tradicionalmente el uso de mobiliario es un bien escaso y reservado. Esos objetos de uso de la Corte serán mostrados con motivo de ocasiones especiales, como la entronización de un rey, para demostrar y glorificar su poder divino, asegurando la continuidad de la dinastía. Del mismo modo, los textiles, aunque en la actualidad son bienes de uso generalizado, tradicionalmente están relacionados con la distinción, aunque también con ritos y creencias, al ser utilizados, en muchos casos, para envolver los restos de las personas fallecidas.
4
En la mayoría de estos objetos de uso tradicional se desconoce a su autor pero no la cultura de la que forman parte. Aunque el trabajo de artistas individuales pueda llegar a ser reconocido, no ha habido demasiado interés hasta tiempos recientes por los escultores africanos como individuos, algo quizás debido al concepto de “arte tribal”, consecuencia en gran parte del enfoque eurocentrista que ha dominado la visión de África. Sin embargo, en algunos casos hay excepciones y se cuenta con información que permite atribuir el objeto a un sujeto determinado, como es el caso de la máscara de los Idoma de Nigeria, atribuida al maestro escultor Oba del poblado Otobi, en la colección del Quai Branly de Paris, presente en esta exposición de África, Objetos y Sujetos.
Por otro lado, las obras más contemporáneas reflejarán en muchos casos esas raíces culturales, creando a menudo una plástica más realista, pero que, en un aspecto u otro, también se constituyen en las marcas de identidad de un grupo. Estas obras nos ofrecen otro punto de vista donde el sujeto como individuo gana protagonismo y es reconocido como artista. En sus trabajos se plasman las inquietudes, sentimientos y visiones propias de su entorno cultural, dejando de lado el exotismo o sensacionalismo comunes en la mirada occidental. Con ello, se contribuye a reflejar la continua evolución de las sociedades africanas con artistas que representan plurales posiciones creativas, que son el testigo de la sociedad contemporánea poscolonial. De esta forma se produce un acercamiento a la creatividad del continente africano que, pese a su proximidad geográfica, sigue siendo un gran desconocido y se intenta romper con las nociones estereotipadas sobre África.
La mujer, tradicionalmente relegada a su papel de madre y esposa, es ahora reconocida como artista que expresa y refleja en sus obras sus sentimientos e inquietudes. Aunque algunas vivan fuera de África no por ello olvidan la problemática social, económica o política de sus países de origen. Ese es el caso de mujeres de distintas áreas geográficas y culturales presentes en esta exposición, como Aida Muluneh de Etiopía, que reside en Canada o Marlène Dumas de Sudáfrica y Angèle Etoundi Essamba de Camerún, que viven en Holanda.
En suma, los dos ámbitos que abarca este proyecto permiten una lectura plural de la creación artística africana, en algunos casos fieles a la tradición, pero en coexistencia con las propuestas abiertas, plurales e individualizadas de los artistas contemporáneos que les permite expresar en sus creaciones su herencia cultural y su identidad, como se refleja en la obra Yokoro de Malick Sidibé, presente en esta exposición.
La separación entre tradicional y contemporáneo pierde fuerza cuando en el mismo espacio y tiempo habitan los grupos de enmascarados junto con los artistas plásticos y visuales educados en las escuelas de arte. Por ello, es preciso recordar que la tradición no es algo estático e impermeable, sino que está sujeta al cambio social y cultural, conservando su importancia entre los artistas de los nuevos estados africanos que en sus expresiones contemporáneas muestran, cada vez con más ímpetu, otra visión de África."
http://www.cajastur.es/osyc/acultural/actividades/actividad2149.html
tb com obras cedidas por:
Museu Nacional de Etnología, Lisboa
Museu Antropológico da Universidade, Coimbra
Posted at 18:24 in Africa, Exposições 2010 | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
O "Buala" é um projecto atraente: "sítio da associação cultural Buala, (...) o primeiro portal multidisciplinar de reflexão, crítica e documentação das culturas africanas contemporâneas em língua portuguesa, com produção de textos e traduções em francês e inglês." Óptimo.
Depois, logo a seguir, começa por ser dada publicidade a um texto de uma das criadoras do projecto, obviamente anterior a este, que vem à partida afectar a eficácia e a credibilidade daquilo que se põe em marcha: http://www.buala.org/pt/a-ler/a-lusofonia-e-uma-bolha. A expressão “bolha lusófona”, ouvida num congresso de literatura pós-colonial, pode ser a "metáfora certa" (como se diz) para estabelecer cumplicidades académico-políticas, mas não é operacional para entrar agora no terreno prático das relações entre leitores e agentes culturais maioritariamente lusófonos. Este projecto não pode fundamentar-se nem construir a rede de apoios e participações de que carece com a infeliz afirmação de que o espaço linguístico comum é, afinal, "uma coisa pequenina que protege, sem arestas, inflamada e pronta a rebentar a qualquer momento. Fechada para o seu umbigo, não querendo ver nada mais, assim é a lusofonia."
Na capa, "O Infante D. Henrique, iniciador do descobrimento scientífico do planeta e da obra de colonização europeia". Ilustração de José Tagarro
Posted at 02:22 in Africa | Permalink | Comments (2) | TrackBack (0)
Mais coisa menos coisa as exposições vão sendo iguais umas às outras, substituem-se sem novidade ou diferença de maior, visitam-se e esquecem-se, todas com muitas estrelas de quem assim mãos largas justifica o seu papel social, avalizando a produção escolar que anualmente se vai substituindo e permite às instituições fazer colecções baratas - e descartáveis. Outras há mais singulares, mais inesperadas ou estranhas, vistas daqui, onde o gosto e a informação são demasiado preguiçosos, e faltam então as chaves para despachar a opinião, a notícia ou a crítica. São essas que podem valer a pena, deixadas quase ocultas, por abrirem a outros horizontes, por impedirem a autocomplacência, o auto-reconhecimento satisfeito, de quem só se interessa pelo que já viu antes.
Zangan (2000) de Cyprien Tokoudagba, n. 1939, pintor do Benin que a Culturgest apresentara nos "Encontros Africanos", em 1995, numa 1ª aproximação colectiva à Àfrica contemporânea não lusófona
À esquerda, "Bom Samaritano" (auto-retrato), 2005, de Almighty God, um pintor popular do Gana (n. 1950), e 'Abstract I' 2007, de Esther Mahlangu (n.1935), África do Sul. Tokoudagba e E. Mahlangu são duas "descobertas" dos "Magiciens de la Terre" (Paris, 1989)
Posted at 02:09 in Africa, Exposições 2010 | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
arquivo EXPRESSO Actual 21-04-2000 (Há 10 anos)
"Artes primeiras no Louvre"
CHAMARAM-SE até há poucos anos artes tribais ou artes primitivas. Mas à questão do rigor terminológico somou-se a vigilância do pensamento politicamente correcto. Serão artes primeiras, primordiais, originais? As várias designações não recolhem o consenso. Artes longínquas, como propôs em 1920 o crítico Félix Fénéon*, é também um nome obviamente eurocêntrico. A questão não tem, por enquanto, solução, e por isso o novo espaço do Louvre que lhes é dedicado, aberto ao público na terça-feira, recebeu o extenso nome de Artes de África, da Ásia, da Oceania e das Américas. Além de também impreciso, será possivelmente provisório, já que não está efectivamente assegurada a própria existência das novas galerias que ocupam, no rés-do-chão da ala Denon, as antigas cavalariças do Pavilhão das Sessões (no século XIX, foi destinado às reuniões do Parlamento). Elas constituem apenas uma prefiguração do futuro Museu das Artes e das Civilizações, previsto para 2004, ou ficarão a ser uma antena permanente desse mesmo museu no seio do Louvre?
Posted at 10:30 in 2000, Africa, Etnologia, Museus | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
As independências africanas das colónias francófonas foram há 50 anos e a França comemora-as (pelo menos recorda-as). Nós ficámos para o fim, arrastámo-nos mais 15 anos, e ainda preferimos ignorar o passado. Para quem percebe o francês, o site inaugurado pela Arte em colab. com a TV5 é uma boa pista - ou parece ser porque só dei ainda os primeiros passos.
http://independances.tv5monde.com/ :
Posted at 00:00 in Africa | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Pancho Guedes, Lourenço Marques e Malangatana (1959...), com Frank McEwan e Julian Beinart: "the short cut", em
Beier, Ulli. Contemporary art in Africa. London: Pall Mall Press; New York: Frederick Praeger, 1968. xiv, 173pp. illus. (pt. color).
"An important early survey of contemporary African art focusing on the new artists, that is, those working in non-traditional modes and settings. Covers all the new schools of art with particular emphasis on Beier's own experience with the Oshogbo artists." Reviewed by E. Okechukwu Odita in Africa report (New York) January 1970, pp. 39-40. in Modern African Art : A Basic Reading List General Surveys and Critiques - http://www.sil.si.edu/SILPublications/ModernAfricanArt
Lourenço Marques, 1959..., Pancho Guedes no centro /num dos centros da afirmação da nova arte africana (contemporânea), com Frank McEwen, Julian Beinart, Ulli Beier e... Malangatana (o único nomeado, além da ref. a desenhos murais urbanos)
Lourenco Marques, Salisbury and Oshogbo "schools"
37 Valente Malangatana, Mulheres (óleo. s-d.), pág. 70
Posted at 11:29 in Africa, Arte Africa, Moçambique, Pancho Guedes, Ulli Beier | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
MADE IN ANGOLA : ARTE CONTEMPORÂNEA, ARTISTAS E DEBATES
Adriano Mixinge
Edition L'Harmattan, Paris (publicado em português) - 306 pag., 29.50 EUR
Patrocinado pela Fundação Príncipe Claus, da Holanda
encomendas, por exemplo, para variar da Amazone: http://www.chapitre.com/CHAPITRE/fr/BOOK/mixinge-adriano/made-in-angola-arte-contemporanea-artistas-e-debates,22916332.aspx
n. Luanda 1968. Licenciado em 1993 pela Universidade de Havana e doutor em História da Arte pela Universidade Complutense de Madrid foi investigador no Museu Nacional de Antropologia, em Luanda, editor cultural do Jornal de Angola e comissário na I Bienal de Arte de Joanesburgo (1995). Desde 2003, é membro da Associação Internacional de Críticos de Arte (AICA). Autor do romance Tanda (Edições Chá de Caxinde, 2006). Actualmente é conselheiro cultural na Embaixada de Angola em França e em Novembro de 2008 organizou o Projecto Angola, mon amour, no Museu do Quai Branly.
"Made in Angola : art contemporain, artistes et débats" est un livre d'essais qui se veut une contribution à l'Histoire et à la Critique de l'Art moderne et contemporain qui s'est développé en Angola, en illustrant l'insertion de celui-ci dans le contexte africain et international.
En se basant sur le projet esthétique d'artistes plastiques tels que Viteix, Augusto Ferreira, Jorge Gumbe, Frederico Ningi, António Olé, Eleutério Sanches, Afonso Massongui, Gonga, Van, Kidá, Fernando Alvim, Telmo Vaz Pereira, Kissanga, Domingos Barcas, Franck Lundangi, Álvaro Macieira, Henrique Abranches, Costa Andrade et Eduardo Xavier, l'auteur aborde, sous forme de dénonciation sans la moindre condescendance afin d'éviter tout opportunisme, une série de problèmes qui inquiètent les créateurs angolais, bien décidés à se faire une place de choix dans la géopolitique de l'Art contemporain africain et international."
Posted at 04:27 in Africa | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Dante Vacchi, Penteados de Angola. 1965.
Ed. autor, impr. Litografia de Portugal, Rua da Rosa 309-315, Lisboa. 23 x 20,2 cm, 2000 ex. Texto trilingue, port. fr., in.; 39 il. a cores, legendadas (In-8.º de 91 páginas inums. Cartonado com sobrecapa ilustrada).
"É curioso como esta gente, que mostra uma falta de imaginação para as coisas mais comuns da vida, manifesta uma habilidade extraordinária no arranjo dos penteados femininos" (D.V.)
Ver tb http://aervilhacorderosa.com/2009/12/penteados-de-angola/, com mais imagens
#
Quem foi Dante Vacchi (Cesare Dante Vacchi, antigo sargento da Legião Estrangeira) também autor de
Angola 1961-1963 / Anne Gaüzes, Dante Vacchi. - : Bertrand, [1963]. - [60 p.] ( http://memoria-africa.ua.pt/library )
e Porto / Anne Gauzes [et] Dante Vacchi. Milano : Alfieri & Lacroix, cop. 1965. ( existe na Bibliot. Gulbenkian, tal como os Penteados de angola)
e ainda LES JESUITES EN LIBERTE, Dante VACCHI et Anne VUYLSTEKE
Paris : FILIPACCHI, 1990. in-4, 237 pages. Reliure éditeur cartonnée, sous jaquette illustrée, Abondante iconographie. Préface du Révérend Père Ravier.
(Les pères jésuites en Chine impériale, en Inde, à Madagascar, au Moyen-Orient (Syrie, Liban), en Amérique du Nord (Canada, Alaska) et du Sud (Pérou, San Savaldor), au Paraguay avec sa première république jésuite et l'aventure méconnue des Guaranis. ) existe ed. noutras línguas
..."In the same commemorative spirit, Dante Vacchi and Anne Vuylsteke published Les jésuites en liberté, a coffee table book illustrated with numerous photographs and published by Filipacchi. The dedication alludes to the “Arrupe affair” and the book obeys a geographic breakdown: the Americas, Asia, Madagascar, Africa, the Middle East and Europe, where France only gets a mention in the context of the late eighteenth-century condemnation. The French edition is prefaced by André Ravier’s article published fifteen years earlier and printed unchanged." https://referenceworks.brillonline.com/entries/jesuit-historiography-online/historiography-of-the-society-of-jesus-the-case-of-france-after-the-orders-restoration-in-1814-COM_192562
#
"Um jornalista italiano da revista francesa Paris-Match com duvidosa experiência em conflitos militares está na origem do modelo de treino das tropas Comandos, criadas a contra-relógio pelo Exército, nos anos 1960, para a luta de contra-guerrilha em África. Cesare Dante Vacchi, antigo sargento da Legião Estrangeiro, "afirmava ter uma grande experiência de guerra, porque tinha vivido alguns conflitos. Nunca cheguei a perceber muito bem se todos como jornalista ou alguns como combatente. Ele também não era muito claro nisso", lembra o então tenente Caçorino Dias, instrutor dos dois grupos de operacionais que dariam origem (em 1963/64) às forças especiais de Comandos." DN, 9 Jun.2007 ( sobre o documentário Comandos, Um Contributo para a História 1962-2006, http://dn.sapo.pt )
"No inicio de 1962 aparece em Nóqui (Norte de Angola) um jornalista italiano aparentemente o serviço da revista francesa “Paris-Match” chamado Cesare Dante Vacchi. Aventureiro e falador já teria acompanhado as tropas francesas na Argélia e consegue autorização para se juntar às tropas portuguesas em operações. De imediato começa a fazer sugestões acerca do emprego táctico em acções de contra-guerrilha, em grande medida desconhecido dos militares nacionais.
"Foi ainda no N/m “Gil Eannes” que, por maiores ou menores espaços de tempo, embarcaram entre outros: (...) os artistas fotográficos Dante Vacchi e Anne Gauzes que foram colher material para publicação de um livro fotográfico sobre a pesca do bacalhau dos portugueses e que, acabou por não ser editado em Portugal porque algumas das nossas Autoridades não concordaram com o título "Pão Amargo" que os autores pretendiam dar à sua obra." ( http://ptencontro.blogspot.com )
Assim no Batalhão de Caçadores 280 do Exército, tenta-se uma nova experiência: Os “Comandos”. Vacchi integra a primeira equipa de instrutores que formaram estas tropas especiais do Exército. Este “grupo de Nóqui” utilizava, montado num Jeep, um tambor de foguetes de avião SNEB 37mm e o italiano teve então a ideia de utilizar um dos tubos para fazer uma arma anti-pessoal destinada a substituir a bazooka de fabrico americano. (...) Assim Vacchi constrói o 1º “lança-foguetes”, muito rudimentar em que as pilhas que originavam o disparo eram coladas com fita na parte traseira da arma." ( LANÇA-FOGUETES DE 37mm PARA TROPAS TERRESTRES, Por Miguel Machado • 12 Abr , 2009 - http://www.operacional.pt )
#
#
Há um grande fotógrafo africano que dedicou uma grande parte da sua obra aos penteados e depois aos toucados:
J. D. 'Okhai Ojeikere
(1930, Nigéria). Trata-se neste caso de fotografia de moda, antes (ou além) de ser documentação antropológica - o quadro é já pós-colonial.
J. D. 'Okhai Ojeikere, fotógrafo desde a independência (1960, 1961), depois de 2000 em circulação no mundo da arte ocidental (Fundação Cartier, Paris, cat. André Magnin); Colecção Jean Pigozzi ( http://www.caacart.com/pigozzi-artist. ); Documenta de Kassel de 2007
![]()
Documenta 12, 2007: Headgear Series. 1974-2004 (Gelatine silver print on aluminium, each 100 x 100 cm
Documentary photos of traditional hair styles in Nigeria. Some examples of the more than 1,500 photos from this series.
© Photo: Haupt & Binder#
Posted at 00:46 in Africa, Angola, fotografia, Fotografia africana | Permalink | Comments (4)
Por razões várias que não vêm ao caso apeteceu-me investigar as políticas de cooperação cultural com África levadas a cabo por Espanha (por Madrid, Barcelona, Canárias, pelo estado central, as regiões, agências públicas e privadas, etc).
A Espanha tem uma política africana em que a dimensão cultural se inscreve numa perspectiva de desenvolvimento - sustentado, como agora se acrescenta. A política de cooperação cultural e de intercâmbio artístico prosseguida pelo Estado integra-se numa dinâmica de relacionamento internacional que tem prioridades regionais, orientações estratégicas e objectivos aprovados, assente em entidades públicas e em programas publicados, ambos dotados de continuidade.
Existem como organismos dependentes do MAEC - 1 - a Agencia Española de Cooperación Internacional para el Desarrollo ( AECID ) - e é só desde Janeiro de 2008 que se intitula para o Desenvolvimento - e - 2 - o Instituto Cervantes ( cervantes ) - la institución pública creada por España en 1991 para la promoción y la enseñanza de la lengua española y para la difusión de la cultura española e hispanoamericana.
Como organismos associados do MAEC, fruto de convénios ou consórcios intitucionais com diferentes entidades da administração (comunidades e governos regionais, cidades, etc), existem com actividade e notoriedade variáveis a Casa de América (Madrid, 1992), a Casa Asia (Barcelona, 2001), Casa África (Las Palmas de Gran Canaria, 2006), Casa Árabe (Madrid e Córdova, 2006) e Casa Sefard Israel (Madrid, 2007).
Existem igualmente como organismos associados alguns particularismos e especificades: o Institut Ramon Lull promove a cultura catalã (um consórcio integrado pela Generalitat de Catalunya e o governo das Ilhas Baleares - que apresentou pela 1ª x um pavilhão próprio na Bienal de Veneza) e a Sociedad Estatal para la Acción Cultural Exterior ( SEACEX ), creada a finales del año 2000 por el Gobierno español con la finalidad de contribuir a la divulgación y proyección en el exterior de la realidad cultural pasada y presente de España, a través de la producción y organización de exposiciones históricas y de arte contemporáneo de alcance internacional.
Posted at 01:43 in Africa, España | Permalink | Comments (2) | TrackBack (0)
Tags: Achille Mbembe
Esta política cultural é racista:
E se tivéssemos num estaleiro do centro de Luanda, ou das Tuileries, uma "Alma Portuguesa" (ou "Alma Lusa"?) com os bonecos da Rosa Ramalho e as esculturas de Cutileiro o que pensaríamos: era ridículo e/ou racista? Aliás, o que seria a "alma europeia"?
Posted at 13:57 in Africa, cidade | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Houve por três anos o África Festival, em 2005, 2006 e 2007; em 2008 desapareceu, porque o vereador José Amaral Lopes (PSD) assim o quis e depois por falta de meios e/ou de vontade da CML-PS. Em 2009 veio a surgir num buraco do Terreiro do Paço, entre tapumes de obras, o programa das três exposições três de apresentação de colecções de arte africana de Eduardo Nery, José de Guimarães e Joe Berardo, cujo capítulo final (?) ainda decorre, sob o inspirador título "Alma Africana". Não é exactamente um buraco mas uma galeria precariamente instalada pelas arcadas interiores dos ministérios, penso que descoberta em 2006 para a 3ª edição do Anteciparte e reaberta em 2008 para rever-se o Terramoto e reprojectar a Baixa Pombalina. Num espaço alugado pela autarquia ao Estado central e dotado este ano de uns 200 mil euros para a climatização (num orçamento de 500 mil) que deram bastante que falar à custa dos chamados Cidadãos por Lisboa (Cidadãs, aliás) - ver adiante.
O África Festival decorreu em Monsanto (05 e 06) e em Belém junto à Torre com extensão ao São Jorge (07), alargando-se da música e da dança ao cinema. Organizado pela EGEAC e integrado nas Festas da Cidade, foi um êxito crescente e palco vivo do encontro real de culturas de que se passaram a ocupar teoricamente os discursos políticos. Passando, curiosamente, das artes performativas e do encontro bem físico das artes e dos públicos para o culto reverencial (fetichista) das relíquias africanas, as máscaras, ídolos e manipanços da mais mítica "arte negra". Do carácter popular ao cunho elitista. O recuo (civilizacional e político) é patente, apesar da mudança partidária.
Continue reading "Exotismo ( da "Alma Africana" ao África.Cont )" »
Posted at 04:23 in Africa, africa.cont | Permalink | Comments (1) | TrackBack (0)
"Lisboa Encruzilhada de Mundos" no Terreiro do Paço? Que África é aquela que se expõe ao longo de todo um ano em nome do diálogo intercultural e da "Encruzilhada de Mundos"? A África da "arte negra", da "arte primitiva" ou da "arte tribal", da espoliação colonial e das recolhas etnográficas, do gabinete de curiosidades e do museu, da tradição do exotismo - o outro incompreendido e temido, selvagem ou atrasado, representado pelos seus antigos ídolos, fetiches e manipanços, mais as suas réplicas de exportação (e a integração destas últimas traz alguma frescura à exposição "Alma Africana").
Os africanos de hoje vivem ao nosso lado nos bairros antigos (na minha rua) e nas periferias da cidade, e passam pelo Terreiro do Paço a caminho dos barcos para a outra margem - como os brasileiros, ucranianos, romenos, paquistaneses, etc. Por vezes vêmo-los como novos lisboetas de parte inteira ("Lisboetas", de Sérgio Tréfaut), outras vezes, como agora, recalcamos esse presente e cultivamos fantasmas do passado - a coberto da arte (!).
Nenhuma dinâmica de Inclusão social e de afirmação da interculturalidade (antes dizia-se multiculturalismo) percorre o programa destas exposições que mostraram as colecções de Eduardo Nery, José de Guimarães e Joe Berardo - não é o presente das comunidade imigrantes ou de origem extra-europeia, e as suas culturas, que se revelam e promovem, mas as imagens arcaicas que ilustraram a sua diferença e menoridade, que construiram uma distância alimentada pela estranheza e o receio. Em vez de trocas e encontros de culturas, prometidos nos programas eleitorais, estamos perante a reposição acintosa das ideias do primitivo, do tribal e do exótico.
Tratou-se de "animar" um espaço urbano prometido a futuros usos colectivos, de envolver as barreiras das intermináveis obras com cartazes de programas ditos culturais. De multiplicar actividades em tempo de eleições. De facto usaram-se os mais discutíveis estereótipos àcerca do outro africano em nome do encontro entre iguais.
Se este "interesse" pelos africanos e as suas culturas veio repor em agenda todos os equívocos da exploração colonial e etnográfica, e os respectivos argumentos ideológicos, é também a possibilidade de um relacionamento produtivo com os países africanos de hoje, e em especial, com os de passado colonial português, que constituiriam um espaço geo-estratégico natural ou potencial, que com estes programas se desperdiça ou afecta. Aquela "Alma Africana" (apesar da boa vontade ou da ingenuidade de Berardo, e da voragem do seu coleccionismo omnívoro) é a vários títulos um erro político. A arte africana e as outras artes não-europeias ( ditas tradicionais ou "autênticas" ) são do domínio do museu - e devem ser abordadas com precauções metodológicas, éticas e estéticas de bastante complexidade; não devem servir para a "animação" urbana. Se o museu (de Etnologia) não as expõe é outra questão a abordar.
De eleições sabem eles, mas haverá que construir alguma coisa depois da vitória.
É uma exposição extraordinária (uma exposição insólita, uma exposição única) a que a CML apresenta agora no Páteo da Galé à Praça do Comércio ou Terreiro do Paço (?) revelando outra secção das Colecções Berardo - esta dedicada a objectos artísticos (em sentido lato) de origem africana (ou de inspiração africana: já haverá fabrico chinês de "arte africana"?). Peças arqueológicas (cerâmica tumular do Niger), a "secção etnográfica" com diversíssima produção dispersa vinda do mercado da especialidade (melhor ou pior, mais ou menos antiga ou recente, "autêntica" ou produzida para o mercado "etnográfico" - não sou especialista na matéria, mas vejo umas montras e visito a FIL Artesanato, por exemplo), mais a "secção contemporânea", precedida pelo guineense Cherno T. Camará, e o maconde moçambicano Atanásio Binamu, em marfim, entre outros autores macondes de madeiras esculpidas, e preenchida de facto com a escultura em pedra "Shona" do Zimbabwe, que era a mais antiga secção africana das Colecções Berardo - o resto é de aquisição recente e por grosso.
Além da "Alma africana", vêm sempre outros restos, os ossos e sangue (embora as peças "antigas" tenham lavagens recentes). O corpo africano está ausente, pela periferia de Lisboa e nas metrópoles africanas. Continuamos a ignorá-lo.
Extraordinária, disse, não por ser uma boa exposição (segundo os meus critérios de qualidade, claro), mas por ser um detonador de questões, um concentrado densíssimo de temas, indícios, problemas. Uma exposição surpreendente - ou inclassificável - mas utilíssima por isso mesmo. Imperdível, como agora se diz, quando a oferta é tão vasta e diversificada que cada um, obviamente, a vai perder quase toda. Valeria a pena tentar desenredar o(s) novelo(s) desta exposição-evento.
Posted at 13:25 in Africa, cidade | Permalink | Comments (1) | TrackBack (0)