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1972 (Out.) Bertina Lopes. Fundação C. Gulbenkian, Exposições de Bolseiros 3. Cat.
1981 (Junho-Julho) Rogério (Rogério Pereira), "Momentos" (fot.), Fundação Calouste Gulbenkian. Catálogo c/ tx do autor
1983 "A Ilha de Moçambique em perigo de desaparecimento. Uma perspectiva histórica - Um olhar para o futuro". Fundação Calouste Gulbenkian. Comissário A. Viana de Lima. Na mesma ocasião, edição de MUIPITI, ILHA DE MOÇAMBIQUE, Fotografias de Moira Forjaz. Texto de Amélia Muge. Col. "Presenças da Imagem". Imprensa Nacional - Casa da Moeda.
1983 (23 Set. a 10 Out.) Semana de Moçambique em Lisboa (Artes plásticas, artesanato, literatura, filatelia e fotografia) Casino Estoril. Catálogo
1983 (6 a 28 de Outubro) José Henriques e Silva, Pescadores Macua / Moçambique, Baía de Nacala 1957 - 1973 (fot.). Ar.Co, Lisboa. Org. Joana Pereira Leite, folha de sala (ver 1998)
1984 (27 Jan. a 8 Fev.) José Júlio. Gal. de Arte do Casino Estoril. Cat. (tx de Francisco Relógio, Cláudio Torres e João Salva-Rey)
1984 (10 Fev. a 2 Mar.) João Ayres. Gal. de Arte do Casino Estoril. Cat.
1985 (8 Out. a 6 Nov.) João Paulo, "Páginas de atelier", pintura e desenho. Junta de Turismo da Costa do Estoril.
1986 (20 a 30 Junho) Alberto Chissano. Gal. de Arte do Casino Estoril. Cat.
1986 (Out.) Roberto Chichorro, "Gaiolas de Mulatas de sonhar cor de rosa". Gal. Tempo
1989 (Out.-Nov.) Malangatana Valente Ngwenya. SNBA. Org. Secretaria de Estado da Cultura e Ministério da Cultura de Moçambique. Cat. (Prémio Aica 1990)
# 1989 MAGICIENS DE LA TERRE, Centre Pompidou/La Vilette, Paris. Comis. Jean-Hubert Martin #
1990 (1 a 25 Out.) Chissano, Esculturas. Árvore, Porto. Cat. tx Fernando Pernes e F. Azevedo.
1992 António Ole e Berry Binkle, Galeria Moira, Lisboa.
(Galeria Moira, Lisboa, 1989-2001 . Fundada e dirigida por Moira Forjaz, com origem no Zimbabué e vinda de Maputo - autora de Muipiti, ed. 1983 -, foi a 1ª galeria a expor regularmente artistas africanos, o que na época não era um interesse em voga.)
1993 (Fev. Março) ALVIM (Fernando), Centro de Arte Moderna, FCG. Catálogo. (1987 e 89 Galeria Novo Século; ver 1990, "Alvim Contemporary Painting", Espace Sussuta Boé, Bruxelles. Apoio F. Gulbenkian)
1993 (Abril) BERTINA LOPES, "Expressão artística entre duas civilizações", retrospectiva. Fundação C. Gulbenkian
1993 (23 Abril – 2 Maio) CINCO OLHARES, António Valente, Joel Chiziane, José Cabral, Kok Nam, Naita Ussene (fot.). Org. Cidac. Forum Picoas. Cat. tx Mia Couto. (1996, "Mulheres do Sul", org. Cidac)
1994/1995 (Janeiro) ALÉM DA TAPROBANA, «A figura humana nas artes plásticas dos países de língua portuguesa», Sociedade Nacional de Belas Artes. Comis. Cláudio Telles, do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. (Existiu inf. policopiada)
Expresso Actual, nota, 1 Janeiro: Prevista para acompanhar nos Jerónimos a cimeira lusófana, depois transferida para a SNBA em versão reduzida e prejudicada por ingratas condições espaciais, esta exp. subtitulada «A figura humana nas artes plásticas dos países de língua portuguesa» resulta de uma inédita prospecção realizada nos países africanos por iniciativa brasileira. Embora a apresentação de obras isoladas torne impossível um pleno conhecimento dos seus autores, surgem aqui, ao lado dos já conhecidos Malangatana (com um quadro muito bem escolhido), Chissano, António Ole e Fernando Alvim, outros artistas desconhecidos [!], como os caboverdianos Manuel Figueira e Tchale, os moçambicanos Gemuce, Kheto e Saranga, e outros ainda, por vezes instalados na Europa, como o guineense Injai, em Rouen, e os angolanos Jorge Gumbe e Van, em V.N. Cerveira. Seria, aliás, a importância da representação do corpo na arte africana actual que determina a procurada unidade temática desta mostra, em que se inclui uma aceitável selecção de artistas portugueses e um panorama brasileiro que conta com um núcleo de nomes históricos revelador do imenso desconhecimento português quanto à arte do Brasil. Entretanto, este projecto comissariado por Cláudio Telles, do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, onde será em seguida mais amplamente apresentado e acompanhado de um catálogo, servirá também para comprovar como o tema oficialmente anunciado para Lisboa 94, o «encontro de culturas», não passou geralmente de uma figura de retórica promocional.
1995 (4 Jan.) ENCONTROS AFRICANOS, Culturgest. Exp. do Institut du Monde Arabe, comissariada por Brahim Alaoui e Jean-Hubert Martin. "Jornal de exposição 8", com apresentação (sem título) de José António Fernandes Dias e biografias dos artistas expostos. (Catálogo original não disponível no local).
(notas Expresso) 11-02-95 "...uma colectiva de artistas africanos de hoje, que permite reflectir sobre uma muito recente revisão da problemática do multiculturalismo. Ao apresentar, como artistas contemporâneos de parte inteira, autores africanos que prosseguem tradições regionais ligadas a práticas cultuais, mágicas e terapêuticas, transferidos ou não para suportes de influência europeia, um dos seus comissários, o marroquino Farid Balkahia, propõe uma concepção da gravidade da arte que desautoriza as leituras formalistas a que os «primitivos» continuam a ser sujeitos e também a generalidade das iniciativas expositivas assentes na globalização da informação."
25-02-95 ...trata-se de uma abordagem da questão da multiplicidade cultural que tem o mérito de não cair na moda e nos logros do multiculturalismo, com que o centro se recentra devorando as diferenças emergentes da periferia — esta não é uma exp. «politicamente correcta». Dedicada à produção africana e confrontando dois olhares africanos, do Magrebe e da África Negra, a exp. revela algumas obras de grande interesse e coloca problemas de real importância, quando restringe a escolha da produção do sul a obras marcadas por funções sociais e por expressões tradicionais, ligadas à magia e à intervenção terapêutica, mas entendendo-as, por isso mesmo, como plenamente integradas na contemporaneidade. Não é o exotismo que com essa selecção se promove, mas, pelo contrário, a compreensão da respectiva identidade com uma tradição essencial da produção ocidental, numa linhagem múltipla que passa por Malevitch, Klein, Beuys ou Tapiès."
1995 (Maio Junho) ANTÓNIO OLE, Margem da zona limite / On the border of the limit zone. Espaço Oikos, Lisboa. (Em 1991, A. Ole, "Terra parda, terra mista" no Atelier Troufa Real, Lisboa; em 1988, exp. na Gal. Labirinto, Porto. Em 1991, colect. "16 artistas de angola", Padrão dos Descobrimentos; 1992, "Três artistas angolanos", Coop. Árvore, Porto; "Pegadas na Torre", Torre de Belém" - in cat. 2004)
1995 (12 Out. a 10 Nov.) SILVÉRIO SITOE, Pintura. Gal. Triângulo 48, Restelo, Lisboa. Cat.
1996 (Fev.-Mar.) Dorris Haron Kasco, Les Fous d'Abidjan (fot.). Espaço Oikos, Lisboa (edição de 1994 Coll. Soleil, ed. Revue Noire, Paris, tx Jean-Cristophe Deberre. N. 1966, Costa do Marfim)
1996 (Fev.-Mar.) Bouna Medoune Seye, Les Trottoirs de Dakar (fot.). Espaço Oikos, Lisboa (ed. de 1994 Coll. Soleil, ed. Revue Noire, Paris, tx Jean Loup Pivin. N. 1956, Dakar)
(O Espaço Oikos assegurava então a venda da "Revue Noir" e das suas edições. Terá aberto a sua galeria em 1994 - até 2001)
1996 (Abril?) ARTISTAS DE NAIROBI (Kivuthi Mbuno e Zachariah Mbuth), Espaço Oikos.
Expresso Cartaz, nota 5 Abril: Um dos dois pintores quenianos apresentados é Kivuthi Mbuno, que participou nos «Encontros Africanos» apresentados pela Culturgest: projectado do circuito turístico para a grande circulação internacional que se propôs fazer a crítica do etnocentrismo, Mbuno é um intérprete de cenas da vida tradicional da sua tribu, entretanto já desaparecidas, através de um codificado e muito curioso estilo gráfico. Zachariah Mbuth ensaia uma menos bem sucedida adaptação de uma temática africana a uma informação ocidentalizada.
1996 (Março) TCHALÊ FIGUEIRA, "Gente das Ilhas". Gal. Novo Século, Lisboa. (1992, Gal. Novo Século; Colect. 1994, "Riscos Seguros (Diáspora artística lusófona)", Casa do Ribeirinho, Matosinhos)
Expr. nota 16 Mar. «Gente das Ilhas», na pintura de um artista caboverdeano, com formação europeia herdada de figurações diversas, dos dinamismos de Leger até aos neo-expressionismos germânicos e italianos, numa circulação [...] de sentidos que certamente ganharia em ser mais reflectida, passando da urgência das imagens à necessidade do ver [!?]. A montagem acumulada de pequenos formatos não facilita, neste caso, o entendimento de uma pintura que recusa o folclore africano, mas que talvez se sujeite por demais aos exotismos europeus. [?]
1996 (Março-Abril) MALANGATANA, "...uma página esquecida", desenhos. Diferença. Cat.
Expr. 30 Mar. Quatro chapas de cobre gravadas em 1971 e só agora editadas foram o ponto de partida para uma exposição de desenhos recentes do artista moçambicano. Nestas obras, é toda a problemática do confronto entre tradições artísticas que se actualiza, quando uma expressão primitiva e «naive» se impõe pela intensidade de uma dimensão cosmogónica que excede a sua identificação como objecto exótico. No emaranhado dos corpos, na irrupção do sexual e do fantástico, no grafismo invasor e compulsivo, lêmos a proximidade estabelecida com o inconsciente surrealista ou uma ressonância arcaica, visionária e negra?
1996 (25 Set. a 10 Nov.) 15 ARTISTAS DA ÁFRICA DO SUL, "Don't mess with Mister In-between". Culturgest, produção. Comis. Ruth Rosengarten* (comis. assistente Ângela Ferreira). "Jornal de Expposição 22". Texto de R.R. "Entre linhas", e apresentação dos artistas.
Expresso Cartaz, nota: 12 Out. : Ruth Rosengarten conhece bem o país que nos apresenta, e fundamenta com profundidade ensaística o critério que seguiu para seleccionar os 15 artistas trazidos a Lisboa, esclarecendo que não quis propor um panorama nacional nem ceder à versão corrente de multiculturalismo. Interessou-lhe sublinhar o que na produção sul-africana se identifica com os «limites definidos pelas tradições ocidentais e pelos discursos contemporâneos». Deixou de fora, por isso, os «objectos transicionais» que representariam a arte tradicional africana, afastando-se do modelo proposto por Hubert-Martin em «Les Magiciens de la Terre» e também pelos «Encontros Africanos» antes acolhidos igualmente pela Culturgest — e ao contrário do que sucedeu, por exemplo, com a mostra «Un art contemporain d'Afrique du Sud», comissariada por Jean-Yves Jouannais em 1994.
Por outro lado, privilegiou nos itinerários artísticos a sua intenção discursiva — as obras de arte escolhidas «abordam questões relativas ao desmembrar do colonialismo» —, valorizando mais a dimensão temática dos trabalhos que a sua eficácia comunicativa, formal e emocional, opção que marca o academismo dominante nos «discursos contemporâneos». A carga política e social presente nas obras expostas, classificadas como «obras artísticas críticas», terá nas condições concretas da África do Sul uma legitimidade própria, e sucede a uma conjuntura marcada por exigências de activo militantismo; no entanto, torna-se difícil, à distância, distinguir o que é intervenção localmente justificada do que será apenas mimetismo em relação às práticas «conceptualizantes» e «instaladoras» tomadas como «parâmetros definidores dos critérios artísticos ocidentais» (R.R.). Ou seja, corre-se o risco de avaliar o presente formulário como um estilo colectivo equivalente, em termos de mutação táctica e prática escolar, ao que antes teria sido «o tipo de esgotamento, cinismo e 'pastiche' que caracterizou muitas obras produzidas sob o estandarte do pós-modernismo».
A procura de uma convergência de problemáticas como critério de escolha, sustentada pelo recurso legitimador a um «texto» comum, submete esta exposição à lógica normalizadora de um discurso demonstrativo, onde os objectos valem como ilustração de uma análise da conjuntura — ou onde os objectos só importam pelas questões que «abordam».
1996 (Nov.) Encontros de Coimbra, 16ª edição: LINGUA FRANCA, colectiva, c/ Sérgio Santimano; Seydou Keita, Fazal Sheikh, Shanta Rao, Pierre Verger («O Mensageiro», org. Revue Noire: The Go-Between/Le Messager, Photographs 1932-1962), Lehnert & Landrock. ( Kamel Dridi em 1987 e em 89, Touhami Ennadre em 88, fotógrafos com base parisiense). ("Vozes de África")
1997 (29 Jul. a 6 Set.) SÉRGIO SANTIMANO, Moçambique e Índia. Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa. Catálogo. ("Um olhar próximo")
1998 (13 de Jan. a 9 Março) Oladélé Ajiboyé Bamgboyé. Culturgest. (1963, Nigéria; Glasgow, Londres). "Jornal de Exposição 32" (Exp. paralela a individual de Fernando José Pereira).
1998 (Março) RICARDO RANGEL «Histórias de Moçambique», Arquivo Fotográfico Municipal, Lisboa ("Um fotógrafo de África")
1998 (31 Jul. a 17 Set.) José Henrique e Silva, "Pescadores Macua / Baía de Nacala, Moçambique 1957-1973". Arquivo Fotográfico, Lisboa. Desdobrável com design de Victor Palla. Edição do livro JOSÉ HENRIQUES E SILVA, PESCADORES MACUA. Coordenação de Joana Pereira Leite. Ed. Câmara Municipal de Lisboa e Comissão dos Descobrimentos. ("Retratos de África")
1998 (?) Artes Plásticas, Museu da Electricidade, por ocasião da Expo'98
1999 (Abril) Arte Moçambicana, SNBA. Comiss. Luís Homem de Melo. Prod. Embaixada de Moçambique, por ocasião da visita oficial do P.R. Com duas gerações de veteranos (Bertina, Chichorro, Chissano, Inácio Matsinhe, Malangatana, Mucavele, Samate e Shikani e outra já pós-independência: Cossa, Ídasse, Lívio de Morais, Naftal Langa, Naguib, Reinata e Victor Sousa), artistas mais novos (Conde, Gemuce, etc) + dois fotógrafos (Rangel e Martinho Fernando). Cat. ("Impressões de África")
1999 MALANGATANA de Matalana a Matalana. Instituto Camões / "Pontes Lusófonas". Cat.
1999 (Setembro) ARTE(S) DE MOÇAMBIQUE, José Forjaz e «Outras Plasticidades» Reinata, Ricardo Rangel, Matias Ntundo, Valingue, Ídasse, Muando, Ndlozy. Instituto Camões / "Pontes Lusófonas". Cat. ("Mensagens de longe")
Ed. José Forjaz. Entre o adobe e o aço inox. Ideias e Projectos, Caminho
2000 (Maio) RUI ASSUBUJI, “A cor dos meus olhos”/The Colour of My Eyes (bilingue), Centro de Arte de São João da Madeira. Cat. tx Fernando Manuel
2001 (16 Out. a 30 Dez.) MEDITERRÂNEO: Um novo muro? /The Mediterranean: a new wall?. Culturgest Lisboa. Comis. Fátima Ramos e António Pinto Ribeiro. Catálogo
2001 (23 Out. a 30 Dez.) Jembere Hailu: Pinturas. Arte contemporânea etíope. Culturgest Lisboa. Comis. Manuel João Ramos. Cat./Jornal nº 49; textos de M.L.R. e Ana Vasconcelos e Melo.
2001 Maninguemente Ser (11 artistas moçambicanos). Galeria Perve
2002 (16 Abr. a 30 Jun.) Arte Contemporânea. Colecção CGD - Novas aquisições. Culturgest, Lisboa. Coord. Fátima Ramos e António Pinto Ribeiro. Jornal 52, capa com obra de Shikhani. (A colecção passou em 2000 a incluir obras de artistas brasileiros e africanos lusófonos)
2002 (Nov - 5 Jan.) DAVID GOLDBLATT, FIFTY-ONE YEAR, Centro Cultural de Belém. Prod. Museu d’Art Contemporani de Barcelona, MACBA, 2001. comissários Corinne Diserens e Okwui Enwezor. Cat. ("Documentário crítico")
2004 (17 Jan. a 30 Março) MAIS A SUL. Artistas de África na Colecção da Caixa Geral de Depósitos. Culturgest Porto. Jornal com breve apresentação dos artistas.
"NOVAS PEREGRINAÇÕES", Expresso/Actual 14 Fevereiro: As colecções públicas e privadas têm-se mostrado de uma flagrante monotonia; com escassas diferenças entre si, adoptam o programa sumário de seguir a actualidade nacional, ou a sua espuma, comprando jovem e barato e, em geral, o mesmo. A colecção da Caixa Geral de Depósitos, que é uma pequena colecção apesar do gigantismo da instituição, saiu da rotina quando em 1999, já sob a orientação da Culturgest, passou a ter como horizonte alargado a arte dos países de língua portuguesa. É uma opção coerente com uma programação que tem dedicado atenção à produção cultural de origens não europeias (incluindo, já em 1995, a exposição francesa "Encontros Africanos"). Por outro lado, à falta de políticas oficiais de cooperação cultural, para além de um frágil esforço de sobrevivência do espaço linguístico, é uma direcção com sentido estratégico num país que parece não resolver os complexos do seu passado colonial e que raramente pensa a cultura ou a arte como algo mais do que ostentação e desperdício.
O domínio brasileiro teve já razoável relevo na apresentação da colecção que se fez em 2002, e a vertente africana, então reduzida a dois nomes (Mucavale e Shikhani), alargou-se o bastante para se apresentar agora numa exposição própria. São 13 os artistas reunidos sob o título «Mais a Sul», seis de Moçambique, outros tantos de Angola e um de Cabo Verde, alguns com anteriores presenças entre nós e outros desconhecidos, com formação e carreiras europeias ou com circulação restrita aos países de origem, por vezes com raízes em tradições populares. Esta diversidade assegura-lhe a qualidade imediata de ser uma mostra imprevisível, onde se atravessam fronteiras que não são só geográficas e se fazem vacilar os critérios habituais de validação das obras, convidando o visitante a descobrir e interrogar o que se expõe e não a seguir um guião preestabelecido. Por sinal, é também uma mostra que suscita uma significativa afluência de público. ( continua )
Culturgest Lisboa (16 Maio a 19 Set.). Catálogo com texto de António Pinto Ribeiro ("Mais a Sul...)
2004 (Fev.) Malangatana Valente Ngwenya: Pintura, desenho, gravura, cerâmica. Instituto Superior de Psicologia Aplicada.
2004 (3 Abril a 30 Jun.) VITEIX, Obras de 1958 a 1993. Culturgest Porto. Coordenação Vitor Teixeira e outros. Catálogo com texto de Mafalda Serrano. (Viteix/Vitor Teixeira - n. Luanda, 1940)
2004 (Outubro) Pintura Urbana do Congo (colecção de Bogumil Jewsiewicki), Livraria Mabooki, Lisboa
Expresso, nota: 16 Outubro: Chéri Samba, que se impôs como uma vedeta do circuito internacional, não está representado, mas a mostra permite situá-lo no contexto de uma moderna tradição congolesa de pintura popular sobre tela (ou sacos de farinha), onde se comentam, com maior ou menor conteúdo imaginário ou moralizador, o quotidiano e as realidades políticas e sociais de hoje. Parte da mostra é dedicada a pinturas que evocam a memória de Lumumba. É uma produção que conta com um mercado próprio, local e internacional, da autoria de artistas de rua ou com aprendizagem académica, em trânsito da pintura de tabuletas e outros painéis comerciais. As obras pertencem à colecção de Bogumil Jewsiewicki, professor de história comparada da memória no Québec, autor de Mami Waata, La Peinture Urbaine au Congo, ed. Gallimard, 2003, uma muito interessante abordagem a esta área original da arte africana. É também a ocasião de conhecer uma nova livraria dedicada a temas africanos, na R. João Pereira Rosa, 8, ao Conservatório.
2004 (9 Out.-12 Dez.) ILUMINANDO VIDAS. Ricardo Rangel e a Fotografia Moçambicana. Culturgest Porto. Comis. Bruno Z'Graggen ("Na rota de África")
2004 (13 Out. - 23 Dez.) ANTÓNIO OLE. Marcas de um percurso (1970/2004) / Milestones on a Journay. Culturgest Lisboa. Catálogo com textos de J. A. Fernandes Dias (entrev.), Ruy Duarte de Carvalho, João Fernandes, Alfons Hug.
2004 (18-22 Nov.) Arte Lisboa. Feira Internacional de Lisboa. António Pinto Ribeiro foi curador para as galerias e artistas de África e Brasil (Associação Moçambicana de Fotografia e Muvart). Cat.
2004 Malick Sibidé, Centro de Artes Visuais, Coimbra. (E tb em 2010, Palácio Galveias, no quadro do DocLisboa)
2005 (29 Out. - 31 Dez.) JORGE DIAS (com Nelson Leirner), Zoologia dos Trópicos. Centro Cultural de Lagos. Cat. c/ tx A. Pinto Ribeiro.
2005 «Looking Both Ways» (Fernando Alvim, N'Dilo Mutima, e artistas das diásporas). Fundação Gulbenkian. Org. Museum for African Art, NY, 2003 em 2005)
2006 (22 Jul. - 24 Set.) "África pelos africanos. Colectiva Fotógrafos 1900-2000", Centro Português de Fotografia, Porto. (org. Revue Noir e Mus´é Royal de l'Afrique Centrale de Tervuren, Belgique, 2003
2006 (4-20 Out.) Exposição de Artes Plásticas, Dia Nacional da Paz. Embaixada de Moçambique. C/ artistas residentes em Portugal e em Moçambique (Malangatana, Naguib, Noel Langa e Shikhani). Cat.
# 2006 / 2007 Réplica e Rebeldia: Artistas de Angola, Brasil, Cabo Verde e Moçambique. Comis. António Pinto Ribeiro com Antônio Sérgio Moreira e Gemuce. Org. Instituto Camões. Inaugurada em Maputo; itinerância em Luanda e Brasil, e anunciada em Lisboa e noutros locais (esta não concretizada).
2007 (15 Mar. a 24 Abr. ) Lisboa - Luanda - Maputo. Cordoaria Nacional. Comis. Vitor Pinto da Fonseca. Cat.
2007 (Junho) Artistas de Moçambique. Percursos recentes. Sede da CGD (Átrio) Curadoria de Jorge Dias. Cat. c/ tx oficiais e de António Pinto Ribeiro, Nelson Saúte e Alda Costa ("De 1999 a 2007: Quantos passos à frente?" - uma cronologia analítica das representações da arte moçambicana em Portugal)
2008 (26 Jul. - 12 Out.) DAVID GOLDBLATT: Intersecções Intersectadas, Museu de Serralves, Porto. Comissario Ulrich Look. Cat.
2008 (Nov.) Arte Lisboa, FIL. Participação do (movimento) Muvart como galeria (Mudaulane, Jorge Dias, Gemuce, Ricardo Rangel, Luís Abelard.
2009 (Maio) JOSÉ CABRAL, Urban Angels, P4 Photography, Lisboa. Cat. (1999 "Velhas urbes, novos tempos", Palácio D. Manuel, Évora)
2010 (30 Jan. - 27 Mar.) ÁFRICA 2.0 > existe uma ‘arte africana contemporânea'?", Influx Contemporary Art, colectiva. No 1º aniversário do projecto que veio substituir-se a uma anterior galeria que existiu desde 2005 na Rua da Rosa com o nome African Contemporary Gallery - e que aliás continua na net: http://www.africancontemporary.com/. ( "Africa 2.0")
2010 (20 Maio - 2 Jun.) Artistas de Moçambique em Portugal. 35º aniversário da Independência. Galeria de Arte do Casino Estoril. Cat.
2010 (24 Jun. - 25 Set.) Ídasse + Pinho. Espaço Fundação PLMJ, Lisboa. Comis. Miguel Amado. Cat.
2011 (13 Jan. - 26 Mar.) Idioma Comum. Artistas da CMLP na Colecção da Fundação PLMJ. Espaço Fundação PLMJ, Lisboa. Comis. Miguel Amado. Cat.
2011 (2 Maio-5 Junho) III Bienal de Culturas Lusófonas. Exp. colectiva de artes plásticas das culturas lusófonas. & "Sonhar Malangatana" (Coord. Fundação Malangatana - Filomena André). Centro de Exposições de Odivelas. 2 Catálogos.
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* Ruth Rosengarten, "Out of Africa. Um olhar sobre as relações entre a arte contemporânea em Portugal e em África". In Belém, revista cultural, Nº 3, Outono / Inverno 1998, p. 218