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Nunca divulguei este documento, de 19-01-2009, embora não tenha havido pedido de reserva.
Rui Vilar então presidente da FG, distancia-se do África.Cont, e distancia a FG, afirmando que "ficou estabelecido no contrato que assinámos com a Câmara que a não realização daquele equipamento cultural no prazo previsto (5 anos) determina a resolução do contrato e implica a restituição à Fundação das quantias entregues". Restituiram? #casoAfricaCont
Em vez de transferir o "Projecto Africa.Cont" para a EGEAC Cultura Em Lisboa, a actual CML deveria elaborar um livro branco sobre uma história que desde 2008 condicionou e fez estagnar a colaboração de Lisboa, e do governo de Portugal, com os artistas dos países africanos de expressão portuguesa, coisa que não interessava nada ao prof. J.A. Fernandes Dias e associados comparatistas (Arte África, Fac. de Letras de Lisboa e outros ditos pós-colonialistas - colonialistas de facto). Há quem goste de passear por África e se tenha perdido nas selvas (alarme na CML, diziam-me) mas opte pelo comércio com os artistas das diásporas, como provou a exp. "Looking bouth Ways" (2004, FG) preferida à oportunidade de mostrar o "Africa Remix".
O "projecto" tem uma história confusa, mas cresceu com os delírios megalómanos de Sócrates e com o desejo de Costa de encontrar solução para a Av. 24 de Julho e as Tercenas do Marquês, para onde havia uma antigo projecto utópico de abrir uma praça no lugar do edifício da DGAP - que em vez de ser demolido tem agora algum outro mafioso destino. O Sócrates mandou associar ao "projecto", além do MNE, onde nasceu com o Luís Amado (ministro ex-galerista africanista e colecionador com a Bozart), o MC e o Min. da Economia, mais as diversas fundações (Serralves, Berardo, CCB, etc) e empresas com negócios em África.
A fundação de fundações nunca avançou e não teve a concordância das diversas entidades "convidadas" a aderir, até porque não tiveram acréscimos orçamentais para cobrirem esse desígnio - por sinal, pude ler o "Projecto" fundacional no gabinete do ministro José António Pinto Ribeiro, totalmente em desacordo com a ordem recebida (estava eu a travar o projecto de fazer Museu da Língua no MAP). Todos os outros envolvidos (à força) que contactei - João Fernandes, Joe Berardo, etc, estavam igualmente contra.
É óbvio que o presidente Costa devia ter encerrado então a aventura, mas em vez disso acolheu o Fernandes Dias na roda do seu gabinete, tanto mais que perdera o lugar de consultor na FG (enquanto consultor teve a oportunidade de aconselhar o projecto que ele próprio apresentara - em guerra aberta, já, com o outro consultor de R. Vilar para estas questões, o António Pinto Ribeiro). É provável que a questão urbanística - ligar as Janelas Verdes à 24 de Julho através das galerias e telhados das Tercenas - tenha sido sempre o seu objectivo principal. Levado a ver as vistas sobre o Tejo desde o Palacete Pombal, numa madrugada de jogging, o Socrates disse: faça-se! Sem olhar a meios. Tudo isto é uma história pelo menos absurda e certamente criminosa.
04-04-2016
Ainda sobre o Africa.Cont.
Em 2004, quando o António Pinto Ribeiro organizou a presença de artistas e galerias africanas na feira Arte Lisboa (essa podia ser uma direcção com sentido estratégico), veio de Moçambique o Muvart, movimento de jovens artistas.
Em 2008 quiseram voltar e procuraram apoios. Tentei a CML, que patrocinava a feira, e dirigi-me ao Pedro Portugal, que era então assessor cultural do presidente Costa (por mais que isso nos surpreendesse - a situação durou alguns anos e até passou depois a depender administrativamente do gabinete da vereadora C.V.P.). Respondeu-me ele que eu e eles só conseguiríamos alguma coisa se conseguisse fazer aceitar a ideia pelo África.Cont do Fernando Dias.
Não valia a pena tentar porque a ideia das continuidades é recusada por quem manda e pq Pinto Ribeiro e Fernandes Dias eram reconhecidos inimigos a ocupar os mesmos terrenos. Consegui então que o Rui Vilar avançasse com alguns dinheiros da Gulbenkian (para viagens?) e eu apoiei outras despesas (mais alguém?).
O Africa.Cont era uma ideia megalómana e "elitista" (colonialista, de facto), a quem essas coisas africanas menores não interessavam. Aconteceu depois que a representação foi muito fraca e economicamente errada - em especial as fotos do Ricardo Rangel não assinadas que não podiam ter compradores.
3. Uma notícia de 28-06-2012 sobre o "Projecto Africa.Cont" que agora aparece proposto à EGEAC - ArteCapital e jornal I:
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Convém pôr a escrita em dia sobre o Africa.Cont, que é hoje só um Gabinete (?) da CML sob a tutela administrativa da Vereadora da Cultura, mas cujo projecto nasceu como uma intenção inter-ministerial e o continava a ser, como condição de possibilidade. O próximo Governo vai ter de descalçar este caso.
9 de Dezembro de 2008. Não fui mas guardei o convite (O escudo é dourado, mas não parece)
No princípio de tudo estiveram o gosto do ministro Luís Amado pela arte africana (*) e a oportunidade de se assinalar com um acto político ambicioso o 1º aniversário da cimeira UE-África em Lisboa (2007). A ideia evoluiu para o projecto da criação de um centro de arte contemporânea em Lisboa, a que se chamou Africa.Cont e que foi "conceptualizado" pelo antropólogo José António Fernandes Dias, que se interessava por outra arte de origem africana mais distante, dita diaspórica (mais cooptada pelos mercados das metrópoles imperiais do que de procedência africana), e que já era, por isso mesmo, muito diferente da que interessava a Luís Amado. Primeiro equívoco (a propósito: prefiro em geral a arte africana que interessava a Luís Amado à do consultor-comissário).
A CML e o seu presidente estavam desde o início associados ao projecto, cuja ambição e dimensão exigia envolver alargadas parcerias entre ministérios (MNE, Economia, Cultura) e a autarquia, e se estenderia à criação de uma fundação aberta a empresas, fundações, colecções, etc. A procura de um espaço próprio passou por diferentes possibilidades (a começar pelo Pavilhão de Portugal, caro demais e a precisar de grandes obras de adaptação e conservação). Surgiu então o lugar das Tercenas do Marquês e do Palacete Pombal (ex-Instituto Português da Conservação e Restauro, ainda sede de vários serviços do MC, Museus e Património), da Rua das Janelas Verdes à Av. 24 de Julho, cuja área é propriedade da CML e que se incluía num anterior Plano urbanístico mais ou menos utópico, prevendo-se abrir uma praça no sítio do imenso prédio da Direcção Geral da Administração e do Emprego Público (já extinta?, já esvaziado graças ao PRACE?). Segundo equívoco.
Pela Travessa José António Pereira abaixo (desde a Rua das Janelas Verdes), Dezembro de 2008
É então, numa manhã que se supõe esplendorosa, que José Socrates visita o local e se entusiasma com a paisagem e com a ideia de instalar o Africa.Cont ali (o entusiasmo e a determinação, mesmo a teimosia, foram uma marca política muitas vezes de grande eficácia - outras não). Entretanto, e de facto, pelo lado do Governo, a ambição ia ficar também exactamente aí, e nenhum dos ministros que tinham de se envolver (se lhes pagassem) se comprometeu com o projecto: alguns eram privadamente hostis, mas tê-lo-ão calado, certos de que nada iria fazer-se... Um estudo prévio ao futuro ante-projecto foi encomendado a David Adjaye, que a Fundação Gulbenkian pagou (com condições). Indicou-se em 2008 um custo estimado de 15 milhões de euros para a implantação da sede do Africa.cont e o valor provisório de 4 (a 5?) milhões de euros anuais para o funcionamento e programação. Nada disto era verosímil, nem conveniente para a criação de uma política de cooperação e diálogo inter-cultural, a qual foi ficando refém deste projecto irrealista e inapropriado ao desígnio inicial.
O presidente da CML, que via com bons olhos a re-urbanização do lugar, foi alojando de diversas maneiras o conceptor do projecto (e dinamizando algumas actividades públicas - por exemplo, a exposição fotográfica de David Adjaye que está agora no Museu da Cidade, que se recomenda). Recentemente procurou integrar o projecto Africa.cont no âmbito da Frente Tejo SA, entrando com dinheiro e bens imóveis no capital desta empresa pública, que já tinha à data destino incerto - a intenção foi suspensa após as eleições (ver Proposta). Agora, volta a haver um bom momento para põr fim (**) ao projecto (pelo menos, ao conceito e à sua sede suposta), até porque é claro para António Costa (está escrito) que o Africa.Cont não pode ir para a frente sem o explícito compromisso financeiro e político do Governo. Há algum impacto diplomático no caso, já que muitos embaixadores jantaram em 2008 sob a pala, mas a crise actual (e a troika) serve de justificação. Há acções na área da cooperação e do diálogo inter-cultural que deveriam agora ser repensadas, relançadas. Já sem o lastro do África.Cont. Perderam-se perto de quatro anos.
(*) Luís Amado, além de ser colecionador de arte africana, criara uma galeria de arte chamada Bozart, que encerrou com a chegada ao Governo. Em 2010 surgiu outra galeria com o mesmo nome e com uma origem próxima, ao Príncipe Real.
(**) Pôr fim: tornar pública a discordância, formalizar o abandono de uma intenção política que foi oficialmente anunciada (ao mundo, um ano depois da cimeira UE-África) a 9 de Dezembro de 2008, na presença do chamado corpo diplomático. Não bastará deixar esquecido o anterior compromisso do Estado português, é preciso rasgar.
Ver dossier África.Cont
Ver álbum Flickr
Site oficial: http://www.africacont.org/
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Tags: Africa.Cont, David Adjaye, Fernandes Dias, Luís Amado
Quando se inaugura mais uma exposição do programa Africa.cont,
amanhã, dia 24, às 19h no Museu da Cidade, Pavilhão Preto,
poderá percorrer-se a instalação das 2000 fotografias feitas em 52 capitais africanas pelo arquitecto David Adjaye - autor convidado da (ex?-)futura sede do que em 2008 se anunciou como "um centro de culturas contemporâneas africanas em Lisboa" -,
mas também será possível voltar a questionar a oportunidade, a viabilidade e a ambição de um tal projecto, ou melhor, o que dele sobrevive três anos depois do seu anúncio. Ou seja, fazer o ponto da situação no quadro do momento eleitoral e no contexto da crise económica actual. Seguem alguns prudentes contributos documentais.
Desde Janeiro de 2011, pelo menos, o Executivo da CML tem procurado integrar o projecto Africa.cont no âmbito da Frente Tejo SA, e propõem-se para isso entrar no capital desta "empresa pública com uma estrutura de gestão sólida" (outras fontes falam em graves dificuldades financeiras), contribuindo com o valor do espaço e dos prédios urbanos envolvidos no projecto da respectiva sede e mais com a verba em dinheiro de 2,5 milhões de euros. Obtido para tanto o acordo do Governo (ou seja, do accionista Estado da empresa Frente Tejo SA), falta ainda a aprovação da Assembleia Municipal. Esta é a proposta a conhecer: http://www.cm-lisboa.pt/archive/doc/P_762.pdf
No documento da CML Grandes Opções do Plano 2010-2013, o Africa.cont aparece referido no sector "Políticas de apoio à diversidade e às minorias" - ("No que respeita às comunidades imigrantes, promoveremos o desenvolvimento social integrado e sem exclusão, e a resolução dos problemas específicos que afectam estas comunidades residentes em Lisboa, garantindo os seus direitos de cidadania, nomeadamente através das seguintes acções") - "Prosseguir com os projectos dos Museus da Comunidade Judaica, da Cidade Islâmica e do Africa.Cont, estabelecendo as parcerias necessárias à promoção das suas actividades." e também no capítulo "Objectivo C-3-Cultura" - ("Medidas e projectos a desenvolver") - "Definir os modelos institucionais e organizativos do MUDE – Museu do Design e da Moda e do Africa.Cont, bem como promover as parcerias necessárias para permitir o desenvolvimento e projecção das suas actividades". (Fica assim bem explícito que sem parcerias estabelecidas com outras entidades e sem a definição conjunta do modelo institucional a CML não pode avançar mais com o projecto.) Ver http://www.cm-lisboa.pt/archive/doc/GOP_2010_2013.pdf
A apresentação do Estudo Prévio África.Cont, a 25 de Junho de 2009, pelo Arquitecto David Adjaye, nos terraços das Tercenas do Marquês, à Avenida 24 de Julho, foi outro anterior acontecimento relevante, mas já distante: intervieram na sessão o presidente António Costa e o ex-ministro da Cultura, José António Pinto Ribeiro - ver aqui:
Esse estudo prévio foi incluído na Exposição "Lisboa, Planos e Projectos - Uma Cidade para as Pessoas", em 2009. Foi também referido na proposta de Revisão do PDM, actualmente em debate. Ver por exemplo o folheto "O novo PDM: 7 políticas urbanísticas": http://ulisses.cm-lisboa.pt/data/002/004/folheto.pdf
Segundo o "booklet" onde que se apresentou a 9 de Dezembro de 2008, sob a pala do Pavilhão de Portugal, a missão, o modelo institucional, o espaço, o programa base de arquitectura e o calendário do projecto Africa.cont, a sua primeira fase decorrera já em 2007 e 2008, e a 2ª fase iria durar de 2009 a 2012, incluindo a inauguração do Edifício Sede Africa.cont. O "booklet" está ainda acessível (hoje 23 de Maio de 2011, mas deixou depois de estar...) em: http://downloads.officeshare.pt/expressoonline/PDF/BookletFinalAfrica.cont.pdf
http://arquivoexpresso.aeiou.pt/PDF/booklet_27.11_spreads.pdf
http://www.cm-lisboa.pt/?idc=430 (na secção "Pensar a cidade para o futuro. A Lisboa que ambicionamos: 1. Cidade Intercultural: Africa.cont; Museu Comunidade Judaica; Cidade Islâmica - Porta dos 5 Continentes; Encruzilhada dos Mundos" )
O calendário da 2ª fase que aí se enunciava teve uma execução pelo menos problemática, ou uma não-execução. Em especial, não se "captaram" Mecenas/Fundadores e não houve qualquer aproximação à constituição da prevista Fundação Africa.cont que iria viabilizar e administrar o projecto. E a mais nada do que teria a ver com ante-projecto, projecto de execução, concurso de empreitada, adjudicação da obra, etc, etc, se deu efectivo seguimento.
Previa-se para a anunciada estrutura Africa.cont o formato de Fundação com composição tripartida: a participação do Estado (Ministérios dos Negócios Estrangeiros, Cultura, Economia/Comércio/Turismo...), da Câmara de Lisboa e de privados - incluindo nestes, presumivelmente, as Fundações de Serralves, do CCB, Berardo, etc, e entidades envolvidas em relações económicas com África, talvez países terceiros e instituições internacionais (a exemplo do Institut du Monde Arabe em Paris?). Nada se concretizou, nenhuns ministros se envolveram realmente no projecto ou contaram com verbas para ele (vários ministros discordaram do projecto, em privado), nenhuns possíveis parceiros aceitaram associar-se - excepto a Fundação Gulbenkian que acedeu condicionalmente a pagar, não o ante-projecto, como então se disse, mas o estudo de viabilidade da implantação do projecto (65 mil euros?). O Africa.cont (o projecto e o seu responsável, o prof. José António Fernandes Dias - antropólogo e professor na Faculdade de Belas Artes de Lisboa, onde coordena o Mestrado em Estudos Curatoriais) é, na fase actual, uma entidade informal que é acolhida pela Vereação da Cultura da CML.
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Indicou-se em 2008, na imprensa, um custo estimado de 15 milhões de euros para a implantação da sede do Africa.cont num vasto complexo urbano que partiria do Palácio Pombal na Rua das Janelas Verdes (ex-Instituto Português da Conservação e Restauro, e certamente ainda a acolher a Biblioteca do IGESPAR), que inclui três armazéns oitocentistas conhecidos como Tercenas do Marquês, que descem e se prolongam até à Av. 24 de Julho, e a que se acrescentariam duas novas construções bem como a abertura de uma praça (ou praça-auditório?) no espaço onde existe o imenso prédio da Direcção Geral da Administração e do Emprego Público (já esvaziado graças ao PRACE?). Tratar-se-ia de dar conteúdo (neo-africanista) a um antigo projecto utópico de re-urbanização e revalorização patrimonial do edificado no local - por sinal, um sítio com pesadas marcas históricas da exploração colonial e do esclavagismo (lembrança de José António Pereira, que viveu no palacete da rua das Janelas Verdes, foi um grande armador e proprietário de roças em S. Tomé, importador de café e outros géneros. Morreu em 1817, e o palacete foi comprado anos mais tarde pelos marqueses de Pombal - mas uma rua lembra aí ainda o seu nome - teria sido um verdadeiro empresário colonial, que enriqueceu tão rapidamente como empbreceu).
Os 15 milhões referidos acima não incluiriam o equipamento dos edifícios e dos espaços exteriores, e anunciou-se também em 2008 o valor estimado e provisório de 4 (a 5?) milhões de euros anuais para o funcionamento e programação.
Beco da Galheta e a Trav. José António Pereira (sob o arco), que vem da Rua das Janelas Verdes até ao nível da Av. 24 de Julho (foto de 2008)
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Sobre Urban Africa, uma exposição do Design Museum, Londres
David Adjaye on Urban Africa in Catch a Vibe - "Guide to black culture and going out in London" (the only online magazine that covers all that’s new and essential in black arts and entertainment in London )
Bloue Print Magazine, Adjaye on Urban Africa
"Divided into six topographic categories – Desert, Mountain/Highveld, the Maghreb, the Sahel, Savanna, and Grassland/Forest – the pictures show vernacular houses, government buildings, office blocks, mansions, market stalls, public squares and retail centres. Everything, in short, that makes up the major civic centres of Africa. Densely displayed and smaller than postcards, the photographs are never carefully framed, and show no concern for themes or continuity.
(...) Adjaye describes the process of taking the photographs as ‘almost like an art project’, in which the limits he set upon himself generated the pictures almost as much as his own judgment. ‘I wanted to make something which was not like a classic architecture project,’ he says. ‘I never organised any formal tours, never had it curated by any officials’. He would always navigate the cities by taxi, taking the deliberately artless images while in the car: ‘I would just say to the driver “I need a couple of days with you, and I want to see everything in the city; from the dodgiest, seediest places to the grandest mansions. I have all the time in the world. Just take me on a journey, and I’ll pay you.”’ The point, he says, was to demonstrate that anyone could engage in a similar project: ‘all of it is totally accessible. For me it’s about civil society; if it’s private it’s not relevant,’ he says." - April 22, 2010 by: Peter Kelly
Africa is a country, 2010 (notícia e fotos )
recensão da Newsweek, Raising a Continent
Posted at 12:18 in africa.cont, Exposições 2011 | Permalink | Comments (3) | TrackBack (0)
Não pensava precipitar-me a escrever sobre o África.Cont e o seu Encontro a decorrer 6ª e sáb. na Gulbenkian, num muito vago Auditório III. Um ano depois de prometido e anunciado com ilustração arquitectónica a condizer, estão ainda a perguntar o que deve ser a coisa e com a rectaguarda institucional por cumprir. Felizmente. O consórcio não tem parceiros, a fundação de fundações não tem fundadores - nem Berardo, nem Ellipse, nem Serralves, etc; a Gulbenkian amável mas sempre estatutariamente de fora; a crise económica mundial não ajuda e as empresas públicas já não se mobilizam com telefonemas imperiosos (sob escuta?). Angola ausente: se pode comprar Veneza ("Check List Luanda Pop"!!), para que há-de precisar de Lisboa? Nem Embaixadas, nem Bancos. Restam o MNE, a CML e o MC com magros orçamentos para cumprir os mínimos, e também se sabe que os titulares (os mesmos e os novos eleitos) hesitam, duvidam, adiam, consideram, reconsideram ou recusam (em voz baixa, claro). Estão aqui envolvidas questões graves, desígnios e compromissos de Estado, promessas diplomáticas feitas no Pavilhão de Portugal, um ano depois da cimeira UE-África. Mas é agora o momento definitivo de reponderar os custos de construção de um projecto urbanístico e arquitectónico de provável qualidade (embora sem o vantajoso concurso público), de reavaliar verbas de funcionamento regular futuro (disse-se 4,5/5 milhões de euros/ano?), de reexaminar o mérito conceptual de um projecto institucional solitariamente proposto. Declaração de interesses: admiro muito a firmeza política, a determinação, a obstinação mesmo, do primeiro-ministro, mas esta é uma situação em que é necessário recuar. A decisão entusiasmada que tomou um dia numa visita matutina ao cenário grandioso do Palácio Pombal e das Tercenas junto ao Tejo compreende-se, mas as razões do argumento não têm a grandeza do lugar. Bastará referir a crise, o défice...
Não era isto que eu queria dizer, por agora, evitando o papel de "crítico de estimação" que o Fernandes Dias me atribui, mas é desesperante que um ano depois se anuncie entre as mãos de quem abriu o encontro apenas um inventário de questões, mesmo se inteligentes, e não uma entidade em funcionamento no terreno: circulando entre a Cova da Moura e Dakar, entre Maputo e Bamako, entre Joanesburgo e a Baía, etc. Porque se está a perder tempo, definitivamente. Não será um museu (ao contrário do que repetem as notícias), mas também não é uma agência, nem um organismo da diplomacia e da cooperação portuguesa, embora se espere que cumpra uma agenda política - institucional mas independente... Não se dedicará só ou em especial ao espaço lusófono, nem apenas às artes visuais: a arte contemporânea como arte em geral. Teria um vasto centro simbólica e fisicamente monumental, patrimonial e contemporâneo, entre as Janelas Verdes e a 24 de Julho, mas seria também um pólo intermediático de descentralizações, trocas, redes, co-produções e itinerâncias entre o continente e a diáspora, os ex-impérios coloniais e os novos centros emergentes: o mundo todo. Tudo e nada. Aliás, de facto, não se discute aqui e agora o programa possível, mas muito em abstracto a ideia de África, que é plural, fragmentada e diaspórica, ou já uma África "posnacional" e não apenas poscolonial, procurando a próxima moda.
O Zulu do título é bem real. Veio do Brasil e trocou as voltas ao Encontro. Primeiro com um gesto radical e simples: o representante do movimento negro brasileiro e da instituição do Ministério da Cultura para a valorização da cidadania afro-brasileira, Zulu Araújo, presidente da Fundação Cultural Palmares, negou-se a usar o inglês e quebrou por isso o protocolo: falou em português, que o Brasil defende como língua de trabalho nas organizações internacionais. Um gesto coerente e também exemplo de independência face a uma hegemonia anglo-saxónica que perpetua como língua de produção e domínio do conhecimento o poder autoritário de um centro já só imaginário. Depois, situou o papel de liderança que o Brasil tem vindo a construir em África no quadro diplomático da CPLP, como veículo determinante de novos relacionamentos intercontinentais, e já de um novo intercâmbio afrolatino. Trata-se de dar um sentido político à diplomacia, apoderando-se dos seus instrumentos e usando a sua hierarquia institucional, construindo projectos que não são apenas pontuais e ostentatórios. Trata-se igualmente de pôr em prática um entendimento aberto de cultura, onde à dimensão simbólica que se expressa na linguagem artística se associa o direito à cidadania (as políticas públicas de acesso à produção cultural) e a dimensão económica, considerando a importância do mercado dos produtos culturais. Zulu Araújo trouxe o vigor de um movimento social (afro-brasileiro) em que a cultura desempenha um papel de resistência e de afirmação, no contexto progressista do Brasil de Lula, a um programa marcado pela incerteza ou o epigonismo dos objectivos.
adenda (05/12): por coincidência, www.cenalusofona.pt/ Em Coimbra, de 3 a 6 de Dez.:
Encontro Internacional sobre Políticas de Intercâmbio
ENCONTRO
"Coimbra é uma lição de cultura no intercâmbio da lusofonia"
por PAULA CARMO - Hoje - http://dn.sapo.pt
Políticos e agentes culturais da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) discutem relançamento do projecto Cena Lusófona
Posted at 01:45 in 2009, africa.cont, lusofonia, Polemica, politica cultural | Permalink | Comments (0)
Houve por três anos o África Festival, em 2005, 2006 e 2007; em 2008 desapareceu, porque o vereador José Amaral Lopes (PSD) assim o quis e depois por falta de meios e/ou de vontade da CML-PS. Em 2009 veio a surgir num buraco do Terreiro do Paço, entre tapumes de obras, o programa das três exposições três de apresentação de colecções de arte africana de Eduardo Nery, José de Guimarães e Joe Berardo, cujo capítulo final (?) ainda decorre, sob o inspirador título "Alma Africana". Não é exactamente um buraco mas uma galeria precariamente instalada pelas arcadas interiores dos ministérios, penso que descoberta em 2006 para a 3ª edição do Anteciparte e reaberta em 2008 para rever-se o Terramoto e reprojectar a Baixa Pombalina. Num espaço alugado pela autarquia ao Estado central e dotado este ano de uns 200 mil euros para a climatização (num orçamento de 500 mil) que deram bastante que falar à custa dos chamados Cidadãos por Lisboa (Cidadãs, aliás) - ver adiante.
O África Festival decorreu em Monsanto (05 e 06) e em Belém junto à Torre com extensão ao São Jorge (07), alargando-se da música e da dança ao cinema. Organizado pela EGEAC e integrado nas Festas da Cidade, foi um êxito crescente e palco vivo do encontro real de culturas de que se passaram a ocupar teoricamente os discursos políticos. Passando, curiosamente, das artes performativas e do encontro bem físico das artes e dos públicos para o culto reverencial (fetichista) das relíquias africanas, as máscaras, ídolos e manipanços da mais mítica "arte negra". Do carácter popular ao cunho elitista. O recuo (civilizacional e político) é patente, apesar da mudança partidária.
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Tinha-me esquecido por que nunca acompanhara o programa. Se o pretexto ou tema era o África.Cont, foi chocante a falta de preparação e a displicência, talvez tb a falta de meios. Zero de informação, nem a oficial, nem oficiosa, nenhum trabalho de casa, nem mesmo uma visita filmada ou só uma fotografia do local anunciado, as Tercenas do Marquês, nem o acesso às imagens do booklet que o Expresso divulgara uma semana antes.
Raquel Henriques da Silva está "contentíssima" com mais um centro de arte contemporânea e com o lugar, referindo a magnífica sala com abóbadas das Tercenas do Marquês (a que a ZDB usou em 2001? - ver: http://alexandrepomar....aqui ). Não percebi a posição que tomou, o Pais de Brito do Museu de Etnologia também não, e com tal leviandade de opinião não deu para perceber se conhecia o assunto ou se falava de cor. Mas pareceu-me querer distanciar-se do IPM (IMC) e dos seus problemas. Por altura da abertura do Museu Berardo no CCB fomos os dois ao Expresso da Meia Noite e nessa altura era veementemente contra: a defesa dos museus estatais era então a priorididade - agora já não é.
Uma boa notícia: o Museu de Etnologia vai ter uma exposição permanente (ou de longa duração), com uma sintese ds suas colecções. Até que enfim. Faltarão 4 meses?
Um erro, dois erros: o Museu Abade de Baçal, dito um dos melhores museus regionais, faz parte da lista de 29 museus sob a tutela do IPM-IMC. E quanto a Mértola não se fique com a ideia que são os poderes locais o sustentáculo do projecto - é por via da Universidade, e da cooperação entre Universidades de países próximos, do Ministério da Ciência e também da UE, que tem sido possível crescer.
Já o Museu de Ílhavo é um caso muito interessante, na cidade do autarca modelo do PSD (Ribau Esteves, secretário-geral de Menezes).
"Os prazeres das artes e das ideais" é o slogan do programa, maws neste caso soou a oco
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A LUSA FOI FAZER PERGUNTAS EM ÁFRICA
Lisboa, 13 Dez (Lusa) - A arte africana contemporânea já "merecia" um centro de divulgação como o "África.cont",a inaugurar em Lisboa em 2012, para apoiar a projecção da produção artística do continente, disseram à Lusa pintores e escultores lusófonos.
Para o artista plástico moçambicano Malangatana, a iniciativa é bem-vinda, mas o lugar da arte africana contemporânea deve ser ao lado da produzida na Europa ou Ásia.
"Aquilo que é de África deve ter lugar também na Gulbenkian ou outros centros de Arte Moderna (...) Muitas vezes tenho sentido que nós não cabemos numa galeria normal, por exemplo na Gulbenkian e outros centros de Arte Moderna, e não acho justo", disse à Lusa Malangatana, que apenas tinha ouvido ecos da criação do "Africa.cont".
O novo centro, defendeu, é "uma coisa de grande consciência", enquanto "lugar onde Moçambique, Angola ou Cabo Verde possam ver as suas obras expostas", mas também para a "tertúlia e o encontro, as discussões culturais"
"Não existe mais nada assim, actualmente, só o [Museu] de etnologia. Nada onde se pudesse contemplar não só o que é a arte ritual, mitológica, também a parte das artes actuais, a contemporaneidade", afirmou.
António Ole, artista plástico angolano, sublinhou as novas possibilidades para a divulgação das artes africanas, mas não a única.
"É uma como há muitas outras possibilidades e outras vias. Nos Estados Unidos, por exemplo, a maior curiosidade é saber o que se está a passar na arte contemporânea, não só de Angola, como de outros países do continente. Pode ser um contributo muito grande, só isso", disse à Lusa.
O artista angolano defendeu também que os próprios africanos apostem na criação dos seus próprios centros de divulgação, "porque as mega-exposições não deviam só passar-se no continente americano ou europeu". (...)
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10.12.2008 PÚBLICO - pág 6
África.cont / Uma "extraordinária praça" para a arte africana vai nascer em Lisboa
As notícias são escassas e não é por aqui que se jogam as prioridades nacionais. As agendas foram orientadas nesse dia 9 para um prolongamento de auto-estrada a Norte, e algumas pessoas terão entretanto confirmado que os terrenos da cultura, caseira ou intercontinental, são excessivamente pantanosos, perigosos mesmo. Ter-se-ão deixado enganar, a partir de uma indubitável boa vontade. Agora é preciso ser prudente para não acirrar os ânimos e ir vendo se alguma adaptação da coisa ainda é possível, já sem a "extraordinária praça" do tal arquitecto a quem a Gulbenkian terá pago um anteprojecto feito no joelho e entre aviões. Um dos problemas principais reside na fragilidade pessoal e ética, além de cultural, dos assessores.
No Público veio isto, mas nos outros não vi nada
a foto (de quem?) até é boa
10.12.2008 PÚBLICO - pág 6
África.cont / Uma "extraordinária praça" para a arte africana vai nascer em Lisboa
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Índice de um caso obscuro, o África.Cont, que nunca quis acreditar que viesse à luz do dia. Julgo que em mais de 25 anos de atenção a, ou intervenção em políticas culturais nunca vi uma história mais errada de todos os pontos de vistas:
- a segregação dos artistas africanos, das diásporas e das imigrações num elegante ghetto lisboeta;
- a substituição de uma agência capaz de actuar no terreno (em Bamako, Dakar, Luanda, Maputo, etc, numa dinâmica de intermediação e de trocas) por uma obra patrimonial de fachada, absorvendo e concentrando num espaço único a disponibilidade e os meios de múltiplos agentes públicos e privados descentralizados;
- a imediata dependência de intervenções urgentes e de resposta a necessidades locais, em África e nos bairros portugueses, em relação a um projecto de uma estrutura oficializada e central, cara e pesada;
- a inadequação do local apontado, de adaptação improvável (e caríssima) à instalação de um qualquer espaço público com ambições de dinamismo cultural;
- um provável entendimento restritivo da arte africana contemporânea a partir de uma lógica de cooptação pelos mercados dos países dominantes, ou de "um stablishment artístico etiquetado como poscolonial, composto por funcionários étnicos ou multiculturais" (como diz Jean-Loup Amselle em "L'Occident Décroché, Enquête sur les postcolonialismes", Stock, 2008;
- a sobreposição deste novo projecto faraónico - que excede tudo o que sonhou ser o voluntarismo carrilhista - a uma rede de museus muitíssimo carenciada, a outros organismos com interesses de programação na área da arte africana contemporânea e também ao Instituto Camões, que foi conseguindo, com poucos meios, estruturar políticas de trocas culturais.
(À hora do jantar oficial de lançamento da coisa, aonde não quis ir)
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Capa do catálogo da exp. "Réplica e Rebeldia: artistas de Angola, Brasil, Cabo Verde e Moçambique", 2006, sobre foto de Tomás Cumbana (n. Maputo, 1972)
Está-se sempre, em Portugal, a querer começar do princípio e é costume desbaratar-se antes o pouco que já se iniciara.
Em matéria de apresentação da arte africana contemporânea - que é agora a ambição do projecto África.Cont e onde se incluiria a generalidade das expressões culturais e todo o continente -, as etapas anteriores, mais ou menos perdidas, incluem – 1, o cancelamento em 2007 da itinerância por Lisboa e em outros países do Norte da exposição “Réplica e Rebeldia”, inaugurada em Maputo, 2006, e produzida pelo Instituto Camões; 2, a transferência do programa temporário (2001-2004) Artafrica criado pela Fundação Gulbenkian para a Faculdade de Letras de Lisboa, em 2006; 3, a não continuidade da afirmação de alguma identidade africana e brasileira da feira de arte de Lisboa, depois duma experiência em 2004; 4, o reforço do apoio do Instituto Camões ao Photofesta de Maputo, em 2004, que não teve sequência no local nem se projectou para Lisboa; 5, a interrupção em 2004 de uma vertente africana e brasileira assumida estrategicamente pela colecção de arte da CGD, desde 1999, e enquadrada numa lógica mais ampla de programação da Culturgest, que se interessara desde 1995, pelo menos, pelos diálogos interculturais.
Na área do espectáculo recorde-se o África Festival, promovido pela CML durante as Festas da Cidade, que não passou da 3ª edição em 2007, apesar de 2008 ter sido o Ano Internacional do Diálogo Intercultural, a decorrer com muito escassa visibilidade.
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ÁFRICA.CONT XI
Se eu fosse jornalista visitava o local e dedicava duas páginas a mostrar do que se fala quando se diz Palacete Pombal e Tercenas* de Santos ou do Marquês.
Viagem de ida e volta com uma Sony cyber-shot(?) num fim de tarde nebuloso:
No Palacete do nº 37 da Rua das Janelas Verdes fica o ex-Instituto Português da Conservação e Restauro, património municipal, e ao lado estão,à dir., a embaixada do Grão-Ducado do Luxemburgo, nº 43, e o Hotel de charme As Janelas Verdes (****), nº 47, e um terreno vago à esq. À frente ficam já as galerias Arte Valor e Leonel Mourarte. Na segunda foto começa a descer-se pela Travessa José António Pereira em direcção à 24 de Julho; Vêem-se os muros do hotel e da embaixada e lá em cima à dir. ficam as traseiras do Palácio Pombal.
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Chegando ao nível da 24 de Julho, descendo sempre pela Travessa de José António Pereira, chegamos ao que terá sido certamente a margem do Tejo antes dos aterros. Olhamos primeiro à esquerda e depois à direita:
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Já existe uma Fundação Portugal África (FPA) - http://www.fportugalafrica.pt/ - com que a fundação de fundações que pretende ser o África.Cont vai concorrer.
Criada em 1995, desenvolve algum trabalho meritório e discreto - com um boletim - Observatório de África - e um site actualizado.
Bastaria fazer um segundo upgrade (o 1º foi em 1999) e renovar a casa para desenvolver uma agência dotada de nova dinâmica. O nome até é melhor e já lá estão muitos que agora serão pressionados para aderir à coisa nova.
De passagem poder-se-ia espreitar o que se faz lá fora, por exemplo em França, sem projectos de palácios neo-africanistas mas com experiência no ramo.
http://www.culturesfrance.com/afrique-caraibes-en-creations
(Le nouveau DEPARTEMENT DES ECHANGES ET COOPERATIONS ARTISTIQUES créé en septembre 2008 regroupe l’ensemble de l’offre culturelle dans les secteurs du spectacle vivant, des arts visuels, de l’architecture tant pour des artistes vivant et travaillant en France que sur le continent africain et dans la région caribéenne.
L’intégration de l’action menée par Afrique et Caraïbes en créations au cœur du département artistique de CULTURESFRANCE réaffirme que la promotion de la diversité est au coeur de notre action.)
http://www.africultures.com/index.asp
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O África.Cont é agora é centro de expressões culturais africanas, numa notícia do Expresso datada de 5 Dez. com booklet inacabado:
"Cultura como instrumento político / Estratégia diplomática portuguesa privilegia África" (...)
"Consulte o PDF com dados e desenhos do projecto africa.cont": já desapareceu...
http://clix.expresso.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/471046
As "autoridades" responderam à parede de críticas que acolheu o anúncio do África.Cont através de uma benévola notícia do Expresso online e com o inédito acesso oferecido em pdf a um "booklet" de apresentação onde diversas páginas estão ocultadas ou ainda por preencher. E aparece uma nova fundamentação para a ideia: "O projecto, a apresentar na próxima terça-feira, será uma forma de encetar ligações económicas mais fortes com grandes países africanos."
Ao nível e atrás da 24 de Julho, com um dos edifícios das Tercenas ao centro
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África.Cont VIII
1 - Reunião de Câmara de 3 de Dezembro http://www.cm-lisboa.pt
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Tags: Áfgrica.Cont
Alguns equívocos do África.cont - parte VII
Lamento considerar necessário colocar reservas de ordem política à acção na área cultural
de um governo e de um câmara com que me identifico e, nesta oportunidade, porque nem tudo corre mal, quero expressar a solidariedade e admiração que me merece
a intervenção governativa da ministra da educação
I - "Africa Cont" - 29 Nov.
II - "Ruinas" - 30 Nov.
III - "A África pode esperar" - 30
IV - "Quais Áfricas?" - 30
V - "A agenda África.Cont" - 1 Dez.
VI - "Back to Africa" - 3 Dez.
© 2008 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.
"Artes: Governo vai criar centro de arte africana contemporânea em Lisboa que deverá abrir em 2012
Lisboa, 03 Dez (Lusa) - O Centro de Arte Africana Contemporânea África.cont, considerado um projecto de prioridade nacional pelo Governo, deverá abrir em 2012, em Lisboa, como um espaço multidisciplinar onde serão apresentadas várias formas de expressão cultural africana.
De acordo com José António Fernandes Dias, especialista em arte africana contemporânea convidado a criar o África.cont, o projecto deverá ser apresentado terça-feira, dia 09 de Dezembro, num jantar organizado pelo Governo, no Pavilhão de Portugal do Parque das Nações.
O primeiro-ministro, José Sócrates, "definiu este projecto como prioridade nacional por estar ligado a uma vontade política de deslocar as relações de diplomacia a outros países africanos que não apenas os PALOP" (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa), explicou o responsável à Agência Lusa.
Nesse jantar estará não só o primeiro-ministro, mas também os ministros que tutelam as pastas envolvidas, nomeadamente os Negócios Estrangeiros, Cultura e Economia, além do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa, embaixadores africanos e empresários, tendo ainda sido convidado o ex-secretário-geral das Nações Unidas Kofi Annan.
Ainda segundo Fernandes Dias, professor da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa e consultor da Fundação Calouste Gulbenkian, "este centro será um dos instrumentos do alargamento das relações de Portugal com os países africanos".
Como o África.Cont não tem sede oficial prevista para antes de 2012, a coisa não tem importância e morrerá pelo caminho, e depressa (lembremo-nos do Museu Mar da Língua e do Hermitage, exemplos mais recentes - o que pensa disto o actual ministro da Cultura?).
Existe no entanto o risco bem real (e que já se pôde comprovar antes dos respectivos anúncios públicos - "Como te disse o Africa.Cont vai engolir tudo", escrevia-me a 12 de Junho um assessor) de que um tal projecto de centralização em Lisboa de uma representação artística africana contemporânea de elegante fachada pós-colonial absorva recursos substanciais que deveriam estar disponíveis, mais eficazmente, para acções concretas de cooperação, apoios a projectos em curso e respostas a necessidades localizadas, especialmente em direcção aos países lusófonos de África e à projecção internacional conjunta dessa possível dinâmica bilateral, bem como, associadamente, às comunidades estrangeiras residentes em Portugal.
Para entender o que está em jogo no projecto África.cont há que seguir várias pistas de diferente natureza. Através da tremida maioria lisboeta, da desorientação interna da Gulbenkian, dos interesses de e em Angola, do peso da construção civil, etc.
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Falou-se na "consolidação de Lisboa como espaço euro-africano" - João Gomes Cravinho, segundo o Público (29 Nov.) - e de "perpetuar esta realidade de Lisboa ser a ponte entre a Europa e África" - António Costa, tb no Público. Se as palavras foram bem transcritas e se elas não se referem apenas à cimeira UE-África de há um ano e visam de facto justificar o África.Cont, não são mais do que um logro - um engano ou uma mistificação. Custa ver políticos sérios envolvidos em tais passes.
Lisboa não é e nunca foi um espaço euro-africano (talvez o fosse quando ainda havia escravos). É agora um território plural e móvel, onde brasileiros e gente do Leste, chineses e outros imigrantes mais ou menos recentes acompanham e concorrem com a presença africana também recente - o excelente documentário do Sérgio Tréfaut Lisboetas tinha mostrado essa nova dimensão da cidade-metrópole. Para além do formulário político, a realidade dos ghettos é muito mais poderosa do que o contacto mediado por qualquer hífen abstracto.
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"REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA" - www.cm-lisboa.pt (com data de 28 Nov.)
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As duas imagens usadas nos jornais para ilustrar as notícias sobre a criação do África.Cont, 1º no Público de dia 29 (uma "caixa" jornalística...) e depois no Diário de Notícias de dia 30 (tomando apenas o Público como fonte) podem ser objecto de reflexão.
1 - Still da Instalação de ISAAC JULIEN, no Público
"WESTERN UNION: Small Boats" | 5 projecções vídeo | Filme 35mm, cor, som surround, 18'| 2007
em exibição no Museu do Chiado até 1 de Fev.
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A propósito do África.Cont
Recuperação do Conjunto Edificado das Tercenas do Marquês
ver local indicado no limite à direita do mapa (carregar na imagem para ampliar), com a demolição do edifício virado à Av. 24 de Julho, a reabilitação do conjunto dos antigos 3 edifícios das Tercenas e a abertura de uma pequena praça. O combóio circulará em túnel, à esquerda vê-se o elevador (uma seta) que liga o Museu de Arte Antiga à marginal (?), em frente a ampliação do terminal de contentores (à partida, nada contra - que regressem as novas naus aos portos de Lisboa, porque isto não se sustenta só com bares), mais à direita a nova grande praça da Nova Alcântara, etc.
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O chamado África.Cont já é notícia - duas páginas no Público de hoje. Irá ser oficializado no dia 9 por Sócrates e Costa. Para quem é indefectível votante em ambos (e mesmo apoiante indefectível de ambos, já agora e com gosto de o dizer), esta é uma desgraçada notícia. O tema já aqui tinha sido aflorado, e no passado sábado tive ocasião de o analisar resumidamente em dois acontecimentos públicos: o colóquio dito pós-colonial na Arte Lisboa (e aí foi o director Geral das Artes que começou por lhe fazer breve referência) e um forum sobre "Estratégias para a Cultura em Lisboa", no Palácio da Mitra, iniciativa da CML.
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