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Tags: Africa.cont, Alberto Manguel, Biblioteca Manguel, cidade, CML, comunicação social, Câmara de Lisboa, escândalos, Fernando Medina, Imprensa, Livros, Museu do Design, Palacete Pombal, política cultural, Tercenas do Marquês
É altura de dizer, em Lisboa:
JÁ HÁ FESTIVAIS A MAIS
Tudo pequenos festivais de miudezas, para ter algum pessoal e vários
segmentos geracionais, corporativos e locais animados, mas nada de
importante ou de destacável. Vale a pena percorrer a AGENDA de Setembro e
sumariar os eventos "imperdíveis" (como dizem as minhas amigas no fb).
Desde o "festival toca e foge" e "festival chaves na mão" ao "festival
faz de conta" e à "festa de nicho" (e estou a referir exemplos reais).
Ele é o Todos, o Lisbon Week, a Trienal de Arquitectura, a Festa do
Cinema Francês, o Festival Design & Performance, o Festival
Internacional de Cinema de Terror, o Festival Queer, Arquitecturas Film
Festival Lisboa 2013, o Festival Caixa Alfama, o Festival Cantabile, o
Bairro das Artes, as Jornadas Europeias de Património, o MOVES (?) 1ª
Mostra de Actividades Culturais e acaba a Agenda com o anúncio do São
Luíz "Vai ser uma festa em Setembro". Festa é a palavra chave, e serve
para recobrir toda esta reinação.
(Não tenha nada contra a miuda curadoira que estava na Bienal de Gwangju (Coreia do Sul) quando lhe falaram do anúncio - deve ser tão boa como outra qualquer. As palavras-chave são "tudo se equivale" e "siga a festa")
Não se passa nada, mas é um
fartar miudagem (refiro não a idade mas as miudezas, ou ambas as
coisas). Claro que tudo isto apoia uma gentrificação soft (Poço dos
Negros, Bica, Cais Sodré, Martim Moniz, Intendente, etc), certamente
desenhada, sustentada no que os franceses chamam "bo-bo", de bourgeois
bohème (já vem na Wikipedia). E com isto distribui-se uns trocos pelo
pessoal das artes, que está a aprender que tem de saber vender
espectáculos, exposições, ideias, produções, instalações e animações em
geral, naturalmente como trabalhadores precários, porque ser "criador"
não é profissão, e, como se sabe há muito, fazem-se artistas - regras da
CE - porque já há poucas actividades produtivas e os artistas são
desempregados com boa auto-consciência, boa auto-imagem, menos
reivindicativos que trabalhadores sem trabalho: sempre podem inventar a
sua actividade. São várias mutações profundas, que se vivem
discretamente, sem se anunciarem.
Claro que estamos em tempo
eleitoral e claro que há alguns interessantes "equipamentos culturais"
abertos recentemente ou ainda a abrir. Claro que há grandes equívocos
que ficaram pelo caminho graças à crise, como a megalomania do
Africa.Cont à 24 de Julho, e outros aguardam solução, como o Museu dos
Coches (Sócrates-e-Pinho) e o Pavilhão de Portugal. E não se repetiu a
já esquecida bienal de Escultura Pública que encheu de vergonha as ruas
de Lx por conta de uma negociata lá para os lados da Comporta.
Em geral, agora há só espuma, a gosto de todos os nichos, e quem quiser
escolher dois eventos culturalmente significativos, ou uma só exposição
marcante, tem muita dificuldade. Não vale distinguir o que seria a
Cultura e o entretenimento, separando o que é o espaço social do "sério"
e erudito" e o espaço da animação, de toda esta efervescência de verão e
de rua, convivial-turístico-juvenil-el eitoral-mundana,
etc. Não há campos estanques e a Grande Divisão entre cultura de massas
e de elite deve ser sempre posta em causa. Mas, entretanto, vale a pena
ler a prosa promocional da Agenda Cultural Lisboa SET 2013 (com o seu
design esforçado e de difícil leitura: o que conta é o look e a
assinatura Silva!Designers, que já fez coisas brilhantes) para saber por
onde vamos (mal):
"Mas como nem só da alma se vive, tem agora uma
vasta oferta de esplanadas e restaurantes onde retemperar energias"... e
"pode ainda ficar para a noite, pois ... oferecem agitação até altas
horas". Adiante: "Para esta nova 'caminhada' a organização promete muita
cor, muitos sons e muitos paladares." Muito, muita agitação, muita
festa.
Tudo se equivale, há muita agitação em Lisboa: copos e
convívio, noites e social. Claro que quem diz que há por aí uma CRISE e
que a cultura vive uma época de abandono e estagnação se engana
redondamente. Há um tempo de mudança e de experiências no âmbito da
engenharia social (a convergência estratégica da CML e do Governo é
outro tópico a interrogar, e não sou contra - notem-se as contas do
aeroporto, mas também os velhos hospitais destinados a condomínios...)
Declaração de interesses: tb tenho um pé num dos festivais (e seria
difícil escapar): coisa discreta, que estava programada antes do
programa e para a qual o local de produção não recebe um tusto da CML.
Tenho um pé e não uma mão, entenda-se.
Será possível acompanhar este tempos de festa com alguma reflexão em torno do tema: JÁ HÁ FESTIVAIS A MAIS ?
E pelo caminho identificar os equipamentos, as estruturas, os museus,
os lugares subvalorizados, esquecidos, ameaçados? Por exemplo o Espelho
de Água e o Museu de Arte Popular (para quando uma parceria CML/SEC para
devolver o Museu a Belém), o património e os Museus do Hospital Miguel
Bombarda (os negócios da ESTAMO/CML), o Arquivo de Fotografia (sempre
sacrificado ao apoio a eventos), o Museu da Cidade, a Hemeroteca (em
trânsito ou em redução de serviços?).
EM LISBOA JÁ HÁ FESTIVAIS A MAIS...
Transcrevo alguns diálogos públicos no facebook, agradecendo a colaboração:
Pedro dos Reis (1 / 9): Olhando em perspectiva arrisco a dizer que a Cultura sempre foi de alguma forma instrumentalizada.
Vejamos, por exemplo, o que se passa com a Lei do Mecenato e a sua implementação no "mundo real". Sim,
são privados, mas usam um recurso providenciado pela legislação para
contornar a fiscalidade da sua actividade... e que vai alimentando o que
o Alexandre descreve sobre "bienais" e outras "pontas de icebergue"
culturais.
E obrigado Manuel Falcão por recuperares a nota já no dia 4. O tema toca em muitos interesses, grandes e pequenos, em muitas corporações. Alguém dizia, que isto dos festivais e do seu excesso significa uma mudança de paradigma. Agora é assim.
A questão não está na proliferação dos festivais (nos eventos, nas festas, nos convívios), mas na desmontagem do que lhes deve servir de rectaguarda, está na fragilização dos equipamentos e das suas programações (museus, teatros, bibliotecas, cinematecas, arquivos, etc), subordinadas a outros interesses imediatos: ora eleitorais, ora de redistribuição de rendimentos, apoio à requalificação de áreas urbanas e competição entre cidades, etc. (4/9)
Posted at 12:49 in Actual, cidade, politica cultural | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Ouvindo o funcionário e membro do comité central do PCP que dá pelo nome de Carlos, eleito chefe da CGTP-Intersindical, regressar à ideia de que o mundo se divide em explorados e exploradores, penso que há que tomar posições públicas imediatas antes que seja tarde demais. Trata-se de um discurso e de uma concepção do mundo e da história tão errada como arcaica, cuja aplicação por partidos e governos teve ao longo do século XX os mais dramáticos resultados (das purgas e campos de extermínio soviéticos, até às degenerescências postas em vigor por Pol Pot e o coreano de turno), mas que também foi tendo sempre gravíssimas consequências nas lutas sindicais e políticas dos países ocidentais e democráticos (desde, pelo menos, a divisão do mundo progressista e operário europeu nos anos 1920 e 30). No actual contexto político e económico essa tese e o que ela representa captura a central sindical e hipoteca as suas lutas, impõe uma lógica sectária e inviabiliza alianças.
Os trabalhadores por conta de outrem ou independentes, sindicalizados ou não, e também os sindicalistas, os empresários e patrões, os agentes políticos e, em geral, todos que não se reconhecem na doutrina dos tempos mais sectários da III Internacional, deverão tomar já - ou terão de vir a tomar mais tarde - uma posição firme contra um tal discurso que, desde a eleição do novo líder, veio marcar os novos tempos da CGTP despudoramente controlada pelo PCP, e pela sua "linha dura", desafiadoramente estalinista. Não há margem para enganos ou dúvidas sobre a ideologia, o partido, o futuro político que se envolvem nessa concepção maniqueísta do mundo e da política. Sabemos os Goulags que essa posição abre. Sabemos como os burocratas sindicais e partidários ou políticos se transformam facilmente em exploradores, actuando em nome dos explorados - não esquecemos o regime soviético nem o capitalismo de Estado chinês.
Os sindicatos terão de ser confrontados com o debate sobre a condenação ou ratificação de um tal discurso - incluindo o meu sindicato, o dos jornalistas - onde o dislate maniquísta é especialmente óvio. E confrontados igualmente sobre a permanência numa tal central sindical. No quadro político e económico, a provocação calculada do chefe da CGTP introduz um elemento de diversão, um equívoco ideológico e estratégico, que vem desviar as prioridades da acção.
Combater Arménio Carlos (ou será Sibério Carlos?) é uma das prioridades de um presente mais difícil do que pretendem os actuais dirigentes de todas as cores.
Posted at 13:00 in Actual, cidade | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
A oportunidade da notícia do Público sobre o futuro empeendimento habitacional para o lugar do Hospital Miguem Bombarda deixa muitas dúvidas por responder. (Está acessível em Público, 22 Julho)
Posted at 19:52 in cidade, Outsider, Património | Permalink | Comments (2) | TrackBack (0)
Tags: Miguel Bombarda, Pavilhão de Segurança
Um urinol público a céu aberto na passagem para a feira de alfarrabistas na Rua Anchieta, ao sábado de manhã, porque muita cerveja se mijou atrás do tapume das obras. Entre a Bertrand e a Igreja dos Mártires, a caminho da Vida Portuguesa, etc. Entre a Brasileira e o Museu do Chiado, à beira do Governo Civil e dos comandos da PSP e de S. Carlos! Não há policiamento que baste nem mangueiras camarárias. Não há Câmara, aliás - ou há uma Câmara que não tem dinheiro para cumprir os mínimos e não se explica.
Fotos de 16 de Julho, frente e verso (IPhone)
há quanto tempo duram essas obras? Tem de estar ali os tapumes? Aqueles tapumes?
Posted at 14:47 in Actual, cidade | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Tags: Rua Anchieta
Não é um livro de fotografia. Não é "sobre" fotografia, ou arte fotográfica, ou arte em geral (?). É sobre geografia humana, urbanismo, arquitectura. É um ensaio, uma obra de investigação. Mas é um livro de fotografias, um livro fotográfico, um photobook. E não é uma novidade (saiu no início de 2010, e teve lançamentos divulgados), mas só agora o vi, na inauguração da STET, livraria-galeria por enquanto aberta no BES-Arte & Finança, ao Marquês (e aquele verde tem de atravessar-se, antes de se instalar no Chiado).
Álvaro Domingues, A Rua da Estrada, col. "Equações de Arquitectura" nº 44, Dafne Editora, Porto, 2010, 260 págs.
Há algumas páginas cheias só de texto impresso, muito poucas, e uma ou outra dupla página ocupada por uma só fotografia, mas a regra é que as fotografias, duas ou três por plano, rapidamente legendadas (mas não localizadas ou identificadas), sejam acompanhadas por breves análises que as fotos documentam ou por comentários sugeridos pelas imagens. Não são ilustrações. A escrita explora a imagem, e esta interpela e regista o que foi sendo visto na Rua da Estrada.
O que se observa e interpreta é a transformação da paisagem, a mudança da estrada rural em estrada urbanizada (desurbanizada?), em rua semi-urbana, onde os mais diversos comércios disputam a atenção do automobilista ("O problema é fazê-los parar" aparece como subtítulo ou epígrafe - e terá certamente mais do que uma leitura). É a urbanização espontânea da periferia, entre as cidades do Norte litoral. O crescimento, o progresso.
As fotografias são feitas da estrada ou da beira da estrada, muitas delas presumivelmente de dentro do automóvel, de um ponto de vista sempre mais ou menos oblíquo (há algumas raras imagens frontais), incluindo um pedaço da via, ou só do passeio, se ele existe. Planos gerais, com poucos ou nenhuns transeuntes (ou populares). Pelo Minho, pela Trofa, Paços de Ferreira, Paredes, o Vale do Sousa, a N 15, em locais às vezes identificáveis pelas placas de sinalização, tabuletas e anúncios comerciais, mas também por vezes abaixo do Douro e isoladamente no Alentejo.
Posted at 12:07 in 2011, Actual, cidade, Fotografia portuguesa | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
"... a maior exposição fotográfica do mundo"
Depois da "Bienal Portugal Arte 2010", a tal PORTUGALARTE de "arte pública" que se viu no Pavilhão de Portugal e pelas praças da capital..., paga nas facturas da EDP, deixei de tentar perceber o que se passa em Lisboa (o picnicão do Zé na Avenida foi só mais uma anedota).
Entretanto, estas últimas Festas da Cidade foram ocasião para um programa oportunista e apatetado de fotografia em lugares públicos organizado por uma entidade chamada "Login for love - Unipessoal, Lda - Produção de eventos", parceira da EGEAC e com um site assim: www.expolisboa2011.com. O evento é coisa do pelouro de Turismo (?), mas é a cidade que aparece sem rei nem roque.
Entre outros lugares variados, abriu-se por uns dias, ou um mês, um espaço estranho que se viu antes em obras ou entaipado ou anunciado ou entreaberto, ou fechado e semi-oculto, herança envergonhada da vereação anterior de Carmona Rodrigues e José Amaral Lopes: a Galeria da Boavista, mais uma galeria municipal?, ilustrada acima, na rua do mesmo nome.
O que se mostrava, sem qualquer interesse, tinha a ver com prémios Hasselblad de 2009, aliás Awards, já que a indigência festivaleira da CML e da "Login for Love" (que não surge identificada) publica-se num desdobrável em inglês não traduzido, tal como as legendas da fotos.
Posted at 01:24 in Actual, cidade | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
O Pavilhão de Segurança (Panóptico, Enfermaria-prisão) e também o Balneário do antigo Hospital de Rilhafoles (Balneário D. Maria II, de 1853) interessam à cidade e a CML fixou a obrigatoriedade da sua conservação.
É o que vem escrito numa carta (diz-se "ofício"?) que recebi do respectivo vice-presidente, arq. Manuel Salgado, em resposta a um abaixo-assinado que a seguir se refere (carregar com o rato para melhor leitura):
Continue reading "A insegurança do Pavilhão de Segurança, um caso clínico (ou cínico?)" »
Posted at 00:25 in cidade, Outsider, Património | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
O tempo que se perdeu, ou empatou, a discutir o regime da URSS, o partido da classe operária, a direcção revolucionária, etc!
Claude Lefort foi dando contribuições para encurtar esse tempo perdido, mas parece que é "a história" e não a reflexão política a marcar o ritmo.
Neste nº de Novembro-Dezembro de 1958 (nº 26, volume V, 10º ano)
Claude Lefort publicava o texto justificativo da sua saída do grupo que publicava S.B., encerrando uma discussão que mantivera nas suas páginas desde 1952, especialmente com Pierre Chaulieu e Paul Cardan, ou seja, com Castoriadis, com quem fundara a revista no ano anterior. "Organisation est parti", pp 120-134.
"O movimento revolucionário não abrirá uma via revolucionária se não romper com a mitologia do partido, para procurar as suas formas de acção em núcleos múltiplos de militantes que organizem livremente a sua actividade e que assegurem pelos seus contactos, as suas informações e as suas ligações não só a confrontação mas também a unidade das experiências operárias". Acabava assim o artigo (pág. 134). Tratava-se da recusa do partido e da sua direcção tida por revolucionária, não da recusa da organização. CL abandonara o troskismo e o PCI, Partido Comunista Internacionalista, em 1948, na sequência das suas análises do fenómeno burocrático, localizado nas organizações operárias em França, no regime (burocrático) russo, na concentração do capital internacional e na crescente intervenção do Estado na vida económica e social.
Pouco depois de La Brèche, sobre Maio de 68, publicado com Edgar Morin e Jean-Marc Coudray (pseudónimo de C. Castoriadis), que lhe deu mais notoriedade do que os grandes ensaios sobre Maquiavel, Soljenitsyne e Merleau-Ponty, CL publicou em tradução espanhola, mas em França, uma antologia dos seu artigos políticos nas edições Ruedo Ibérico - colecção El Viejo Topo, dirigida por Carlos Semprún (não Jorge), em 1970, com um prefácio original do autor. Trouxe-a em Abril de 1971 da Joie de Lire.
O texto mais antigo é de 1948-49, publ. em Les Temps Modernes, La contradicción de Trotski; El marxismo y Sartre (TM, 1953, em resposta a Os Comunistas e a Paz) é outra intervenção importante. A antologia não inclui o texto referido acima, mas sim o primeiro da discussão com Castoriadis, "Le prolétariat et le problème de la direction revolucionaire", SB 10, 1952.
A burocracia, o totalitarismo e a democracia foram os grandes temas de intervenção de Claude Lefort
(eu não percebia à data como se podia ser m-l e pró-chinês, ou troskista, claro - continuo a não perceber essa teimosa fatalidade ou facilidade associativa, de que se serviam/serviram os candidatos a burocratas. Coisas dessas ainda subsistem, mesmo que a classe operária e a ideia de direcção revolucionária tenham passado à história, sem sucesso)
Claude Lefort nasceu em 1926 e morreu em Paris com 86 anos. Um dos seus últimos livros, La Complication - retour sur le comunisme, Fayard, 1999 (trad. Edit. Notícias 2000), termina assim: "Nous avons fait des progrès dans la conscience de l'imprévisible".
Posted at 20:45 in Actual, cidade | Permalink | Comments (2) | TrackBack (0)
Outra fotografia roubada, esta da Rua Andrade Corvo. Para chatear o pessoal das artes manhosas vale a pena sugerir que o lenço que cobre a cara parece sugerido pelos tricots da Joana Vasconcelos. Eles ainda se confrontaram com a exposição quando fabricavam a sua, e referem-na como "incrível" junto de uma série de fotografias no respectivo blog (estamos mais habituados aos camaradas com dor de corno).
No caso da exp. deles no CCB / B de Berardo e de Belém, vale a pena reconhecer como aquele espaço enorme e vertiginoso da galeria que ocupam é por si mesmo um sentido ou estímulo para a respectiva programação, em especial no caso de Peter Kogler, em 2009, e tb de Alexandre Perigot, em 2008, que me interessou menos.
Posted at 00:09 in Actual, cidade | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
A foto é apropriada, e a pintura mural (graffiti?) é apropriada ao espaço urbano - e efémera, como convém quase sempre. Falta saber como aparece este trabalho nas paredes que conservaram por muito tempo (de propósito) um muito degradado envolvimento publicitário do candidato Santana Lopes. Ao lado de outra intervenção de Os gémeos e, parece, de Blu - a minha informação é escassa.
Também tem graça que isto cresça na indiferença dos informadores artísticos (sites, fbs e etc) como a Artecapital, o L+Artes, o adormecido Infinito ao Espelho e por aí fora). O quer está perto não interessa, o que não pertence ao respectivo pequeno nicho e pelo contrário tem visibilidade no espaço público e atravessa categorias diferentes e públicos diversos ignora-se ou é deliberadamente silenciado. Tem de ser tudo previsível, pré-digerido, traduzido dos noticiários alheios.
Posted at 23:49 in Actual, cidade | Permalink | Comments (4) | TrackBack (0)
Sem certamente quererem (ou quereriam e a táctica tem de lhes ser ínvia?) os opinativos Alfredo Barroso e Vasco P.V. vieram dar uma ajuda preciosa ao Fernando Nobre. A pressa em comentarem e as razões explicitadas - a exterioridade política em relação aos partidos instalados (supondo que estes preenchem por inteiro o campo da intervenção política democrática) e a inexperiência política e partidária (fazendo supor que a má experiência acumulada por outros é argumento positivo) - são pouco convincentes. Ou então quiserem distribuir uns comentários improcedentes com a intenção de fragilizarem subrepticiamente o candidato do Bloco. É tudo sibilino, indirecto e sinuoso, mesmo que seja inteligentemente dito e escrito. É a mesma conversa de velhos colegas de bar, para quem o comentário e a crónica são uma forma distanciada de estar publicamente à mesa, de pagar as contas com os palpites, entre o futebol e os livros, e sem arriscar a pele na acção. Vícios. Fernando Nobre tem o mérito imediato de ser uma surpresa e de ser reconhecidamente competente no que tem feito - o que não se aplica a Alegre, enquanto poeta e enquanto político. Estamos cansados da voz de Alegre e do vazio a que ela se substitui.
Por inconsistência pessoal ou por erros tácticos de dirigentes partidários famosos, outras intervenções exteriores aos partidos já tiveram na história mais ou menos recente uma oportuna eficácia, em especial nos casos de Ramalho Eanes e M. Lourdes Pintasilgo - mesmo que as tentações tenham excedido as razões de partida. A incapacidade do PS dispôr ou de construir figuras presidenciáveis (mesmo num contexto em que é ganhador em matéria de governo), e o risco de se enredar nas equívocas manobras da candidatura de Alegre, tornam a determinação e a seriedade de Fernando Nobre, se outros não aparecerem com aproximado perfil, uma positiva contribuição para contrariar o regime da intriga, elegante ou grotesca, que se substituiu à política.
Posted at 21:04 in Actual, cidade | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Para retomar a ideia de uma rede Belém/Ajuda
Logo, num auditório do Museu Colecção Berardo, se discutirá o projecto "Lisbon Museums Districts" com que o galerista e comissário e gestor cultural Luís Serpa decidiu ornamentar a oportuna ideia de reanimar uma plataforma de coordenação de iniciativas entre os museus e palácios (e outros equipamentos) de Belém/Ajuda, que tinha surgido a público a 19 de Maio com uma aguerrida mobilização mas não teve depois sequência. Mas agora, início de 2010, passou-se da intenção de planear acções na área Belém/Ajuda para a intenção de intervir na cidade toda ("ALLisbon"?), sem se ter chegado a estruturar qualquer entidade ou instância mobilizadora de pequena escala, local, ou seja, em torno dos Jerónimos, do CCB, dos Coches e dos famosos pastéis do lugar. É um salto no escuro que se vestiu numa retórica própria do marketing mais ingénuo, e que não servirá para tratar de Museus nem é em geral credível. Apesar do ICOM e do MCB.
Entretanto, um ESCLARECIMENTO assinado pelos proponentes da reunião, com data de 4 de Fevereiro, veio fazer inflectir, ou vacilar, a sua agenda. (VER ADIANTE)
Posted at 01:46 in Actual, cidade, Museus | Permalink | Comments (1) | TrackBack (0)
Esta política cultural é racista:
E se tivéssemos num estaleiro do centro de Luanda, ou das Tuileries, uma "Alma Portuguesa" (ou "Alma Lusa"?) com os bonecos da Rosa Ramalho e as esculturas de Cutileiro o que pensaríamos: era ridículo e/ou racista? Aliás, o que seria a "alma europeia"?
Posted at 13:57 in Actual, Africa, cidade | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
É uma exposição extraordinária (uma exposição insólita, uma exposição única) a que a CML apresenta agora no Páteo da Galé à Praça do Comércio ou Terreiro do Paço (?) revelando outra secção das Colecções Berardo - esta dedicada a objectos artísticos (em sentido lato) de origem africana (ou de inspiração africana: já haverá fabrico chinês de "arte africana"?). Peças arqueológicas (cerâmica tumular do Niger), a "secção etnográfica" com diversíssima produção dispersa vinda do mercado da especialidade (melhor ou pior, mais ou menos antiga ou recente, "autêntica" ou produzida para o mercado "etnográfico" - não sou especialista na matéria, mas vejo umas montras e visito a FIL Artesanato, por exemplo), mais a "secção contemporânea", precedida pelo guineense Cherno T. Camará, e o maconde moçambicano Atanásio Binamu, em marfim, entre outros autores macondes de madeiras esculpidas, e preenchida de facto com a escultura em pedra "Shona" do Zimbabwe, que era a mais antiga secção africana das Colecções Berardo - o resto é de aquisição recente e por grosso.
Além da "Alma africana", vêm sempre outros restos, os ossos e sangue (embora as peças "antigas" tenham lavagens recentes). O corpo africano está ausente, pela periferia de Lisboa e nas metrópoles africanas. Continuamos a ignorá-lo.
Extraordinária, disse, não por ser uma boa exposição (segundo os meus critérios de qualidade, claro), mas por ser um detonador de questões, um concentrado densíssimo de temas, indícios, problemas. Uma exposição surpreendente - ou inclassificável - mas utilíssima por isso mesmo. Imperdível, como agora se diz, quando a oferta é tão vasta e diversificada que cada um, obviamente, a vai perder quase toda. Valeria a pena tentar desenredar o(s) novelo(s) desta exposição-evento.
Posted at 13:25 in Actual, Africa, cidade | Permalink | Comments (1) | TrackBack (0)
para a Praça do Comércio, enviadas por uma leitora e encontradas no Arquivo fotográfico da CML:
Árvores e polícias ciclistas e Joshua Benoliel (1873-1932). Forças policiais em exercícios, Ilustração Portuguesa 16 Setembro 1918
Posted at 23:27 in Actual, cidade | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
Fica melhor a Praça com árvores:
Foto Eduardo Portugal
Foto de Manoel Joaquim Florenço (1884-1962), agora em exposição na galeria P4 Photography (até 11 Nov. - ver catálogo em http://issuu.com/p4live/docs/2009_09_28_out_of_the_box
(aqui copiado numa versão demasiado contrastada...)
Posted at 16:19 in Actual, cidade | Permalink | Comments (1) | TrackBack (0)
Tags: Praça do Comércio
EXPRESSO Cartaz 15 Junho, pág. 13
"Público e privado"As primeiras três obras instaladas no âmbito do programa de «Arte Pública» incluído nas Festas de Lisboa (as obras de Cerveira Pinto, Leonel Moura e Pedro Portugal) têm a caracteristica comum de associarem a intervenção artística a conteúdos ou processos próprios da acção e propaganda políticas, o que não ocorrerá com outras anunciadas intervenções na cidade (de José de Guimarães, Xana, Marta Wengorovius, Teresa Dias Coelho, Henrique Cayatte ... ).
com fotografia de Luiz Carvalho:
"Leonel Moura (e Taveira): Amoreiras"
Posted at 04:55 in 1991, cidade | Permalink | Comments (0) | TrackBack (0)
EXPRESSO Cartaz Actual de 27 Julho 1991
"Crime no Areeiro"
DAR o nome de Francisco Sá Carneiro à praça que é o emblema da cidade do Estado Novo já tinha sido a mais absurda exibição de ignorância dada pelos governantes que se enfeitam com a sua herança política. Se lessem o Professor França, mesmo em edição de bolso, eles saberiam que «depois da Praça do Comércio pombalina, da rotunda ter minal da Avenida da Liberdade fontista, esta nova praça (o Areeiro), com a monumentalidade dos seus edifícios habitacionais de grande 'standing', em parte sobre arcadas e com um torreão ao topo, ía ser a praça ordenativa e distributiva da nova ci dade salazarísta».
com a fotografia da Clara Azevedo
Posted at 04:32 in 1991, cidade | Permalink | Comments (1) | TrackBack (0)
( Depois de votar é que vi o programa. Questão de passados e proximidades. Até não tinha nada de pessoal contra o S.L., pelo contrário (um ou outro amigo e/ou conhecido comum, e alguma atenção a uma diligência cultural privada): ofereceu-nos uns "anos de ouro" na SEC (ver índice de 1990) que deram pano para grandes animações jornalísticas e políticas, quando havia debates publicados, e nunca tentou, pelo que sei, ao contrário do outro (assessorado por "amigos" comuns), impor o silêncio e impedir-me de trabalhar, a mim e colaboradores próximos.
Era preciso, para votar, passar adiante, semi-cerrar os olhos a várias coisas desagradáveis ou chocantes, recentes e em curso ou só anunciadas, ignorar as pessoas envolvidas (porquê?), e do mal o menos. O marketing funcionou, ainda bem. Esmiuçar o programa não serviria para nada, depois de uma primeira visita desagradada às chamadas "Estratégias para a cultura", trocando-se a política pela sociologia das marcas e a gestão empresarial (Dinâmia/ISCTE).
Fica aqui o programa para memória futura, com o capítulo específico e aparições sectoriais. As generalidades são constantes, quando o que importava era construir desde logo um inventário de existências e urgências (equipamentos e carências básicas de meios) e abrir linhas de revisão de políticas. ) Mas há alguns tópicos a reter:
Museus e equiparáveis são referidos seis, cinco deles novos:
O da Cidade, para reequacionar e renovar -
O MUDE
(design e moda comprados ao Francisco Capelo)- O Africa.Cont, que não é um museu, mas quer ser um pólo “pós-colonial” perto das Docas
- Outro com a temática da República e da Resistência, no Aljube
- Mais o da da Comunidade Judaica, e o da Cidade Islâmica... Um fartote de promessas vaguíssimas, mas
não há uma palavra sobre o Museu/Fundação Arpad Szenes - Vieira da Silva, que teve inicial apoio da CML (desde o Abecasis) e está agora ameaçado de fechar... (António Vitorino preside à administração, mas tem mais em que pensar).
e, já agora, a CML "detém" uma das mais importantes casas da fotografia do país (o Arquivo Fotográfico do Arquivo Municipal de Lisboa...) que depois de servir de base ao Mês da Fotografia de 2003 e 2005 (gestão Santana Lopes, Maria Manuel Pinto Barbosa, J. Monterroso Teixeira) foi deixado sem meios de subsistência. (Pior ou melhor programado, o Mês até exportou o director Sérgio Mah para Madrid...)
Mas dias antes dos votos, a CML anunciou com pompa e ridículo uma "Bienal Portugal Arte 2010"
#
PS, Lisboa Programa de Governo (da cidade)
(…) Uma oportunidade para a cultura
A política cultural do Município deve ter como objectivo principal a viabilização das condições para que a criação e a fruição cultural possam acontecer em toda a sua diversidade. Implica, por isso, uma intervenção de natureza sectorial relacionada com a criação, produção, difusão, valorização dos bens e serviços culturais propriamente ditos nos domínios do património e das artes; e, por outro lado, por uma intervenção de natureza transversal, que exige uma articulação estreita, quer com os domínios da educação, da economia, do urbanismo, do turismo, da acção social, da juventude e demais sectores objecto de intervenção local, quer com as estratégias globais de desenvolvimento do concelho e da cidade e da respectiva inserção em contextos territoriais mais alargados de âmbito regional, nacional e internacional.
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Enquanto se espera pelos resultados, por cá <e foram muito razoáveis...> e na Alemanha, vale a pela ler a entrevista do ex-vice chanceler vice-chancelier e ministro Verde des assuntos estrangeires du governo Schröder, de 1998 à 2005 (hoje conselheiro de empresas e instituições)
Joschka Fischer : "L'Allemagne est en transition"
LE MONDE | 26.09.09 : link
"La crise a-t-elle montré, en Allemagne comme en Europe, la faiblesse non seulement des partis sociaux-démocrates, mais d'une pensée social-démocrate ?
Vous avez les socialistes, les gaullistes, mais sur les questions fondamentales, tous ont un programme social-démocrate, tous sont pour l'Etat providence. Sarkozy, Merkel, Steinmeier sont sociaux-démocrates. A l'exception peut-être du Royaume-Uni, tous les pays le sont en Europe.
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Tags: Joschka Fischer
Qualquer vestígio de responsabilidade política esvai-se no vale tudo final. O suposto historiador mostra que não aprendeu nada com a história do século XX e o professor de economia "atira" à figura. Não existe um só objectivo de política, como se vê, ainda com escândalo; o que conta é ajudar a derrotar a esquerda e procurar, depois, apanhar alguma coisa entre os cacos, ou no lixo. Não resta qualquer intenção estratégica, mas sobra eleitoralismo. Com uma táctica desesperada, despudorada, e obviamente errada face às promessas antes esboçadas.
Com estes dirigentes vindos do pré-25 de Abril e da antiga guerra de trincheiras entre grupúsculos universitários, agora reunidos, o BE é incapaz de qualquer frescura política, de qualquer compreensão das mudanças globais do presente, e repete os piores jogos da política pelo poder. Felizmente não haverá tentações por parte do PS (nem necessidade, nem possibilidade - e aqui acertei, 28 Set) de qualquer coligação.
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Tags: BE, Bloco de Esquerda
É quase uma boa entrevista a que o Diário de Notícias publica hoje (13, domingo/ regravado com data de 24) com Francisco Louçã. Refiro-me à pertinência do questionário, não à agilidade das respostas. Seria preciso ir mais longe e mais atrás.
O fim das ideologias começou por ser um tema de direita (Daniel Bell, 1959, reanimado mais tarde por Fukuyama e outros), hoje é um alibi da esquerda, aliás, um alibi da extrema-esquerda e uma dificuldade incómoda para a esquerda socialista.
Nunca me interessou a temática dos fins: da arte, da história, do homem, do corpo (!), da fotografia, etc - foram modas intelectuais para conversas de salões universitários. O fim das ideologias é hoje outra coisa, mais séria, mais preocupante, porque tem por origem, bem concreta, mudanças essenciais naquilo que dava substância anímica e força material à oposição entre ideologias - é um fim de conveniência e engodo, que resulta directamente da desaparição das rectaguardas onde as ideologias se solidificaram como regimes políticos (e policiais). Tornou-se uma arma na mão daqueles que por um tempo recusaram o fim das ideologias, até perceberam como podiam ser os beneficiários da amnésia. Os regimes (míticos ou infamantes) caíram, mas os seus agentes sobreviveram. Houve uns que viraram a casaca, a outros é agora possível esconderam a farda.
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Tags: Bloco de esquerda
Anunciar uma bienal de arte - "Bienal Portugal Arte 2010" - nas vésperas das eleições não tem sentido político nenhum, e fora da campanha também não. Mesmo que sejam a EDP e as nossas facturas a pagar parte da conta. Nisso se juntam as Câmaras de Lisboa e Grândola (!) e uma entidade fantasma, a Associação Portugal Arte, que parece querer ser uma empresa de branding (?) incrustada num nicho de elegantes negócios fantasmáticos à Mouraria ("presidente": Miguel Carvalho; "Website Coming Soon"). A falta de jeito da coisa agrava-se com o anúncio de que a apresentação da alegada
bienal é precedida (em tempo: OU É A TAL BIENAL QUE SERÁ ANTECEDIDA? TANTO FAZ, A PROMOÇÃO É INEPTA) por um colóquio intitulado "Os Museus e a Cidade Contemporânea" para cujo programa se indicam dez nomes, oito de chamados curadores e dois de arquitectos, quatro portugueses e seis estrangeiros. As figuras nacionais, por ordem de importância, são Alexandre Melo (por sinal, o conhecido assessor cultural do primeiro ministro e também cúmplice do incerto João Rendeiro no fundo/colecção Elipse - mas vem só
referido como curador); João Fernandes - "curador (Fundação Serralves)", sic, que não precisava de se envolver nestas coisas (tem o museu para dirigir e já não ficava bem no Allgarve); mais o curador Delfim Sardo que está em todas, e o arquitecto Nuno Grande - esqueceram-se do engraçado assessor cultural do presidente da CML o pintor professor Pedro Portugal, Homeostético. De fora passeia gente do Palais de Tokyo, do MUSAC, da Kunstahle Zurich, etc. Discutir a relação entre bienais e cidades seria mais oportuno, porque é tudo questão de marketing (eleitoral neste caso); museus e cidades ficariam para ocasião mais séria. Mas vão fartar-se de coloquiar muito depressa a partir das 10h (!) e depois almoçarão bem.
Nós qualquer dia chateamo-nos com tanta displicência.
Aqui o muito convincente logo do evento, inventado certamente com a ajuda dos conhecidos curadores seguindo as regras do "cadáver esquisito"
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Tags: Bienal de Lisboa
Dia 21, 5ª inaugura-se o MUDE, o que, embora não pareça, quer dizer Museu do Design e da Moda (devia ser MUDEM, ou MuDeM, mas não é), e o título ainda continua com "Colecção Francisco Capelo", que é o nome de quem comprou, prometeu que doava, hipotecou e depois vendeu a colecção à CML. Foi ele o iniciador das colecções (Design e Moda), mas não será certamente o único coleccionado no futuro (e já não o será mesmo no presente, porque outras compras se fizeram).
Não, não se inaugura o MUDE(M) mas uma "Antevisão" do mesmo, ou melhor, uma ante-estreia: "Ante-Estreia – Flashes do MUDE"
(Mais adiante fala-se de episódios algo obscuros)
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Ou Botelho e Almada, a mesma luta:
Azulejos de Almada Negreiros na Casa da Rua da Alcolena (foto da época da construção, autor não identificado)
Estudo de Carlos Botelho para painel mural do Museu de Arte Popular (revista Panorama, SNI, 1948, nº 35)
Quero eu dizer: não se preserva um sem conservar o outro. Não se condiciona o particular sem o público dar o exemplo. Sou contra o conservacionismo sistemático e o culto da traça primitiva, mas nestes casos há razões patrimoniais a respeitar.
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Tags: Almada, Almada Negreiros, Carlos Botelho, Museu de Arte Popular
Dia dos Museus no Museu de Arte Popular
"Sábado comemora-se o Dia dos Museus. Por isso, resolvemos festejar o Museu de Arte Popular, um museu fechado que queremos ver vivo, reaberto, renovado.
Após a aprovação na semana passada, em Conselho de Ministros, da instalação do Museu da Língua no edifício do MAP, esta é a nossa última hipótese de protestar contra uma decisão arbitrária, leviana e culturalmente injustificável.
Assim, a partir das 12h00 de sábado, diante do Museu de Arte Popular, voluntários e voluntárias bordarão colectivamente um Lenço de Namorados gigante, declarando a sua estima ao Museu de Arte Popular. Quando a noite cair, suspenderemos o resultado na fachada do Museu.
Junte-se a nós. Fornecemos os materiais mas precisamos de mãos. Se não sabe bordar, não faz mal: esta é a ocasião de experimentar. Traga os amigos, a mãe, a tia, as crianças – o importante é mostrar que há quem não se conforme com o fim anunciado do Museu de Arte Popular.
A Língua de fora, já! Pelo Museu de Arte Popular, bordar bordar!
Para mais informações: museuartepopular@gmail.com
Organizadoras:
Catarina Portas, empresária A Vida Portuguesa / Quiosque de Refresco
Rosa Pomar, designer A Ervilha Cor de Rosa
Joana Vasconcelos, Artista Plástica
Raquel Henriques da Silva, Professora de História de Arte, FCSH Universidade Nova de Lisboa
copiado de
http://museuartepopular.blogspot.com
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Tags: Museu de Arte Popular
Da política ao "branding", com alguns ornamentos da Situação (prontos a usar), as próximas duas semanas vão "investir" na cultura, ou numa certa cultura: a da moda, do design, das "indústrias criativas", do papel de embrulho e dos "happy few". Carta estratégica, ou táctica eleitoral ou manobra de diversão? Para já, um voto de desconfiança no marketing.
http://cartaestrategica.cm-lisboa.pt
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e para memória futura:
"Numa altura em que por todo o lado se ouve falar em cidades criativas, Lisboa quer, naturalmente, fazer parte disso - estão, aliás, a decorrer dois processos paralelos que envolvem essa ideia, os debates em torno das Estratégias para a Cultura em Lisboa (resultados prometidos para final de Julho), promovidos pela vereadora Rosalia Vargas, da Cultura, e os da nova Carta Estratégica de Lisboa, de âmbito mais alargado."
"Uma cidade milagreira e multicultural - A Lisboa de António Costa"
09.05.2009 - Alexandra Prado Coelho
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Tags: Carta Estratégica de Lisboa
A mais sofisticada esquerda da Europa, a italiana, deu o exemplo: de derrota em derrota, até à desorientação completa. Não parece que tenham parado para pensar.
Noutros lados tem-se tratado de pôr as conveniências dos aparelhos (e mesmo só dos seus caciques) à frente dos interesses colectivos. Cada um dos pequenos joga apenas no campeonato dos últimos para assegurar a quota de mercado. O espectáculo suicidário é degradante.
Façam, por hipótese, listas conjuntas e campanhas separadas.
Nem unicidade nem a derrota oferecida, perante a incompreensão dos eleitores e o gozo da direita.
Há uma petição a propósito: "Apelo à Convergência de Esquerda nas eleições para Lisboa" http://www.petitiononline.com/porlx/petition.html
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Tags: convergência de esquerda, Lisboa, petição
Nunca se percebeu por que foi para a Unesco, até porque não se tratava de premiar serviços prestados nem de afastar uma figura incómoda (aquela ausência de senso político não tem emenda, e a derrota em Lisboa, a vaia do congresso são inesquecíveis). A falta de fundamento da nomeação só poderia comprovar o alegado desinteresse do primeiro ministro pela cultura - e ofereceu-se de mão beijada a oportunidade de explorar um tal equívoco. A carreira escolar e política foi feita mordendo a mão que a cada momento lhe estendiam, e tirando partido de tais piruetas junto de uma íntima clientela. Convém ver quem faz figuração no coro dos queixosos e de que cultura se fala.
Como pode pedir-se uma tutela sábia e diligente se este deixou de ser um campo de produção de saberes e de gostos? Falhadas sem apelo as ideias da democratização cultural, baralharam-se as antigas diferenças entre consumo de massas e a exigência de elites: ocupam-se os lazeres e, se possível, pagam-se ainda alguns vícios. Não há menos festivais, não há menos artistas nem menos obras - há, em geral, uma oferta banalizada, uma recepção menos qualificada, uma cultura menos crítica. E existem uns especialistas em administração de nichos.
Aceitou-se que o conhecimento e a inovação habitam outros terrenos - o que resta é de facto desinteressante.
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Índice de um caso obscuro, o África.Cont, que nunca quis acreditar que viesse à luz do dia. Julgo que em mais de 25 anos de atenção a, ou intervenção em políticas culturais nunca vi uma história mais errada de todos os pontos de vistas:
- a segregação dos artistas africanos, das diásporas e das imigrações num elegante ghetto lisboeta;
- a substituição de uma agência capaz de actuar no terreno (em Bamako, Dakar, Luanda, Maputo, etc, numa dinâmica de intermediação e de trocas) por uma obra patrimonial de fachada, absorvendo e concentrando num espaço único a disponibilidade e os meios de múltiplos agentes públicos e privados descentralizados;
- a imediata dependência de intervenções urgentes e de resposta a necessidades locais, em África e nos bairros portugueses, em relação a um projecto de uma estrutura oficializada e central, cara e pesada;
- a inadequação do local apontado, de adaptação improvável (e caríssima) à instalação de um qualquer espaço público com ambições de dinamismo cultural;
- um provável entendimento restritivo da arte africana contemporânea a partir de uma lógica de cooptação pelos mercados dos países dominantes, ou de "um stablishment artístico etiquetado como poscolonial, composto por funcionários étnicos ou multiculturais" (como diz Jean-Loup Amselle em "L'Occident Décroché, Enquête sur les postcolonialismes", Stock, 2008;
- a sobreposição deste novo projecto faraónico - que excede tudo o que sonhou ser o voluntarismo carrilhista - a uma rede de museus muitíssimo carenciada, a outros organismos com interesses de programação na área da arte africana contemporânea e também ao Instituto Camões, que foi conseguindo, com poucos meios, estruturar políticas de trocas culturais.
(À hora do jantar oficial de lançamento da coisa, aonde não quis ir)
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ÁFRICA.CONT XI
Se eu fosse jornalista visitava o local e dedicava duas páginas a mostrar do que se fala quando se diz Palacete Pombal e Tercenas* de Santos ou do Marquês.
Viagem de ida e volta com uma Sony cyber-shot(?) num fim de tarde nebuloso:
No Palacete do nº 37 da Rua das Janelas Verdes fica o ex-Instituto Português da Conservação e Restauro, património municipal, e ao lado estão,à dir., a embaixada do Grão-Ducado do Luxemburgo, nº 43, e o Hotel de charme As Janelas Verdes (****), nº 47, e um terreno vago à esq. À frente ficam já as galerias Arte Valor e Leonel Mourarte. Na segunda foto começa a descer-se pela Travessa José António Pereira em direcção à 24 de Julho; Vêem-se os muros do hotel e da embaixada e lá em cima à dir. ficam as traseiras do Palácio Pombal.
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Chegando ao nível da 24 de Julho, descendo sempre pela Travessa de José António Pereira, chegamos ao que terá sido certamente a margem do Tejo antes dos aterros. Olhamos primeiro à esquerda e depois à direita:
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África.Cont VIII
1 - Reunião de Câmara de 3 de Dezembro http://www.cm-lisboa.pt
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Não sei bem se ainda há jornais e noticiários, ou se só importam os não-assuntos, mas ainda há acontecimentos. Por exemplo o restauro da pintura mural de Estrela Faria, instalada em 1953 numa parede do átrio do Cinema Alvalade. No lugar existiu depois uma igreja(?) da Iurd (ou seria Maná?) e está a nascer agora um prédio de habitação, comércio e nova sala de cinema, onde vai ser reposto o antigo painel:
É uma operação de restauro de grande vulto, que talvez seja até inédita entre nós, realizada pela empresa K4 de Sofia Trindade (o nome K4 aparece num quadro de Eduardo Viana e foi título de uma novela de Almada...)
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notícia:
NOVO CENTRO DE ARTE CONTEMPORÂNEA, EM LISBOA
ABERTURA NO VERÃO DE 2008
2.800 M2 PARA NOVOS PROJECTOS, EXPOSIÇÕES E PUBLICAÇÕES
É um projecto inesperado, com uma escala e uma dinânica que revelam novas atitudes - e em especial as eventuais energias ou as ambições dum novo trânsito NY-Lx.
"TEST, on art é uma associação sem fins lucrativos para a arte contemporânea e encontra-se integrada no pólo criativo LX Factory, localizado na antiga zona industrial de Alcântara. Com o objectivo de dinamizar espaços urbanos desactivados na cidade de Lisboa, mantendo as suas especificidades arquitectónicas e urbanísticas, a LX Factory reúne neste novo pólo criativo ateliers de artistas, estúdios de produção, cinema, fotografia, design industrial, moda, arquitectura, artes performativas, espaços para eventos e TEST, on art, um novo centro de 3.000 m2 para a arte contemporânea."
Pelo menos, mudou a estatégia dos "empreendedores" imobiliários: em vez de espaços murados à espera da aprovação dos planos aparecem projectos temporários que animam e por isso vão tendo rentabilidade e valorizando os locais. É o caso da Fábrica do Braço de Prata, do prédio do BES na Avenida e agora da LX Factory, a Alcântara.
A foto apropriada (ou desviada):
o link
http://www.test---on-art.org/
ou Test, on art
Na equipa fundadora está a Ana Cardoso, pintora com uma carreira enérgica, de que se foi conhecendo o trabalho, e a direcção e produção-comunicação são de João Simões e Sofia Nunes
(Já há anos o local ou suas imediações foi sede de um projecto com algumas semelhanças, e as torres do Siza estiveram previstas para aí, ou perto. O recente 3º Prémio de pintura Ariane de Rothschild já tinha permitido uma primeira visita ao "bairro")
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Tags: Ana Cardoso, João Simões, Test on art
Andava à espera de um pretexto para reeditar a história de Nemo, então uma surpresa. A lembrança de um comentador foi oportuna.
Expresso Revista de 2 Setembro 1995 (pp. 75-79)
EM AGOSTO, AS PAREDES DE LIOSBOA FORAM SENDO INVADIDAS POR NEMO, PERSONAGEM E AUTOR. FOI O TRABALHO DE FÉRIAS DE UM ENGENHEIRO FRANCÊS
Foi a primeira vez que Nemo trocou o seu «quartier» de Paris — Belleville-Ménilmontant — por outra cidade. Pensou primeiro em Bogotá ou Bucareste, e mesmo nas ruínas de Beirute, mas escolheu Lisboa, pela leitura de um artigo do «Le Monde» onde se falava de colinas, bairros antigos e ainda do incêndio do Chiado. De férias, veio directo ao Bairro Alto, para uma pensão da Rua da Atalaia, até se mudar para casa de amigos. Trouxe no carro um escadote, no banco do lado, as grandes pastas com os «pochoirs» (escantilhões ou moldes de cartão) no banco de trás e 60 «sprays» (bombas, em francês) no porta-bagagem — com receio de uma explosão se a temperatura passasse dos 50 graus, ao atravessar a Espanha.
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Tags: graffiti, Nemo, Serge Faurie, street art
Já subimos ao segundo lugar no site do New York Times, secção "Travel":
o link
Com tantos profetas da desgraça por aí, nem sempre se percebe que já estamos no mapa - pelo menos no do exotismo.
(Obrigado PR)
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Robert Indiana e Vik Muniz, a mesma gente
Começamos a ser, em Lisboa, como Nova Iorque, Valência, Madrid, Bilbau e outras capitais (já sei que não...). Apareceram-nos umas toneladas de bronze pelas ruas ("Love & Numbers"). Não é da melhor arte, nem sequer da média, mas por que haveria de ser?
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A propósito de milhos, vale a pena saber que a 2ª trienal de fotografia e vídeo, organizada em 2006 pelo ICP, International Center of Photography, de Nova Iorque, se intitulou "Ecotopia" - site .
Não foi a primeira vez que se utilizou o termo, como se pode ver na en.Wikipedia . São razões para o referir com menos ignorância e sobranceria.
A exposição Ecotopia foi objecto de um artigo de Jorge Calado no Expresso/Actual de 15-XII-2006 e um dos trabalhos presentes na trienal do ICP, Harri Kallio e os seus dodós, em fotografia e escultura, participou na exposição "INGenuidades", na Gulbenkian.
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Tags: Ecotopia, ICP
Já havia a peregrina ideia do pólo do Hermitage em Lisboa e o anúncio do “Museu do Mar e da Língua Portuguesa”, para o qual se previu desfazer o Museu de Arte Popular, em Belém. Agora fala-se de um novo museu na Estação do Rossio, consagrado ao multiculturalismo, segundo o “Público” de hoje - aliás, se já temos um espaço multicultural bem vivo no Centro Comercial da Mouraria, porquê meter o multiculturalismo no museu?
Os museus têm estado em foco pelas piores razões – ainda não está encerrado o episódio MNAA. E as promessas sobre a ampliação do Chiado e a transferência dos Coches têm sido temas recorrentes, enquanto a falta de vigilantes, a ruína dos telhados ou a falta de meios para aquisições e programação são questões de todos os dias. A excepção é o Museu Berardo, claro, mas a solução CCB, melhor ou pior negociada, já estava à vista em 1997 e esteve perto de concretizar-se em 2000.
Valia a pena que a Imprensa aprofundasse um pouco o tema do novo museu (?) do Rossio, e temas anexos, mesmo que só com a ajuda do Google.
1º - Noticia hoje o Público (20-08-2007): “Estação do Rossio reabre no final do ano com museu dedicado ao multiculturalismo”
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