Para tentar esclarecer algumas dúvidas na ocasião inaugural da "Antes-estreia" / Antestreia do MUDE:
- o Museu existe (já existe?) com que definição institucional e legal?
(Nada consta, nada se esclarece nas notícias publicadas, segundo julgo.)
- Além de ser uma revista editada pela CML ("Revista Mude", de periodicidade anual, com 25 mil exemplares, com ISBN "anotado na Entidade Reguladora da Comunicação Social") e uma exposição intitulada "Ante-estreia" na Rua Augusta 24, o que é o MUDE?
- O chamado MUDE - Colecção Francisco Capelo está refém do dr. Francisco Capelo identificado no catálogo/revista como Presidente do Conselho de Gestão? SIM, ESTÁ. O PROTOCOLO ASSINADO EM 2002/03 PELA CML AO TEMPO DE SANTANA LOPES CONTINUA E PARECE QUE TERÁ DE CONTINUAR - PARA O MELHOR E O PIOR - EM VIGOR, IMPLICANDO O NOME E O CARGO DO COLECCIONADOR-FUNDADOR-VENDEDOR. A ACTUAL GESTÃO DEVERIA ESCLARECER TODOS ESTES PONTOS, DANDO O SEU A SEU DONO E DESCARTANDO-SE DOS ASPECTOS MENOS POSITIVOS DO PROTOCOLO DO NEGÓCIO DE 2002. SERIA A CHAMADA "TRANSPARÊNCIA" (horrível palavra em política - verdade e eficácia são preferíveis e certamente podem ir bem juntas).
- Como foi e que implicações teve e tem ainda hoje a venda da colecção de desig e moda por Francisco Capelo à CML (Pedro Santana Lopes) em Dezembro de 2002 por 6,6 milhões de euros - a pagar em quantos anos e com que juros? (aliás a, a pagar a F.C. ou a Joe Berardo que já tinha "adiantado" o dinheiro e teve logo de ir esclarecer o caso com o presidente da CML, porque ninguém lhe tinha dito nada e foi surpreendido pelo negócio)?
- Está tudo pago ou há ainda uma renda anual a saldar, e a quem - e que implicações tem essa eventual renda?
- O MUDE enquanto Museu está e estará refém da Colecção Francisco Capelo, ou poderá constituir e adquirir outras colecções e seguir outras orientações no universo do design (irá alargar o seu nome para referir outros coleccionadores)?
- Um coleccionador que vendeu uma colecção em 2002 deve ter (tem de ter?) o nome no título?
- Um coleccionador que vendeu uma colecção de design e moda em Dezembro de 20002 por 6,6 (6,666?) milhões de euros, depois de ter expressado em Outubro de 1998 "a intenção de uma futura doação ao Estado", e apesar de ter firmado um acordo (entre a Associação Design Moda-F.C. e a Fundação das
Descobertas-CCB) com validade por dez anos e automaticamente renovável, deve ter (tem de ter) o nome no título e/ou na fachada? (aliás, também o CCB foi surpreendido em 2002 por esta intempestiva compra e venda realizada sem pré-aviso ao cabo de 4 anos de vigência de um acordo firmado por dez anos.)
Nota 1 : não tenho nada de pessoal contra o dr. Francisco Capelo, que em 1997 me deu o prazer de poder revelar em primeira mão, no Expresso, a importância da sua colecção de design, tal como anos antes me apresentara as imagens então desconhecidas das obras da Colecção Berardo, num inesquecível fim de tarde na sede da Metalgest. Só gostava de perceber melhor o que se passa e como.
Nota 2 : e se nos lembrássemos da Colecção Paulo Parra? Menos elegante, é certo, mais mais "socialista"?