"É uma pequena parte desta colecção[ das reservas do Museu Leonel Trindade, Torres Vedras ] que aqui revelo na forma de composições vagamente narrativas e de confrontos que procuram a criação de novos sentidos: a evocação de algo para além dos objectos neles representados. Questões presentes na minha investigação como a possibilidade de uma natureza-morta ser simultaneamente um retrato ou uma paisagem, ou como diferenças de escala entre objectos podem criar uma enorme sensação de estranheza, tiveram com este projecto uma continuidade."
JOÃO FRANCISCO, no catálogo (OBJECTOS ENCONTRADOS a partir das reservas do Museu Leonel Trindade)
Sem título - objectos mágicos, 2012 - grafite sobre papel, 120x150 cm
Sem título - trazido pelo mar para Joseph Cornell, 2005 - ... / brinquedos recolhidos na praia (dim. variáveis)
2ª galeria - vistas parciais de 1 - Sem título - retratos de família, 2005-2012, 50 pinturas a óleo sobre cartão ou madeira, molduras encontradas (dimensões variáveis)
2 - Sem título - o naturalista, 2009-2012, 16 pinturas a guache sobre papel, 70x50 cm cada
3 - Sem título - o catálogo dos pássaros, 2009, 31 pinturas a acrílico sobre papel, 60x60 cm cada (EM BAIXO)
"Juntamente com o trabalho criado especificamente para esta exposição mostram-se outros três projectos anteriores onde está presente esta mesma pesquisa em torno da representação, bem como da investigação acerca do que é uma colecção, o que pretende, e o que nos diz sobre ela e sobre nós." (idem)
O João Francisco a par de nos mostrar as obras aponta-nos as pistas para seguirmos com elas.
Além dos desenhos e pinturas motivados pela colecção do Museu de Torres Vedras, e que mais obviamente se lhe referem, a exp. inclui
a instalação "Sem título - trazido pelo mar para Joseph Cornell, 2005 - ... / brinquedos recolhidos na praia (dim. variáveis)" (Gal. 1),
as séries de pequenas pinturas "Sem título - retratos de família, 2005-2012, 50 pinturas a óleo sobre cartão ou madeira, molduras encontradas (dimensões variáveis)" (Gal. 2)
e "Sem título - 14 retratos, 2012, pinturas a óleo sobre madeira, molduras encontradas, dimensões variáveis"; (Gal. 1)
a obra conjunta "Sem título - o naturalista, 2009-2012, 16 pinturas a guache sobre papel, 70x50 cm cada", já antes exposta em progresso na 111 em 2010 e na Sala do Veado ( o Naturalista ) em 2009;
e por fim "Sem título - o catálogo dos pássaros, 2009, 31 pinturas a acrílico sobre papel, 60x60 cm cada" (2009 - então com 4 pianos verticais com partituras de o melro preto, o tordo, o pisco de peito ruivo e a cotovia extraídos de Pequenos estudos de pássaros de Olivier Messiaen, 1985). (Gal. 2)
Considerando a referência que o autor faz aos "três projectos anteriores", depreende-se que estes três são os que mostram na galeria 2 e que quer a série dos 14 retratos (com data de 2012) quer a instalação dos objectos recolhidos (embora com data que vem de 2005 e continua, ou, melhor, continuará) fazem parte igualmente dos trabalhos desencadeados pelo ou no Museu. A diversidade das práticas associadas ao trabalho sobre as reservas, para lá do desenho e da pintura que mais obviamente as representam, mostra que o trabalho do J.F não se encerra num caminho apertado (a exp. actual da 111 também o mostra)...
Este é um dos mais surpreendentes trabalhos de artista pintor que se vão fazendo no presente, e é um muito jovem artista que expõe. E esta, não sendo uma exp. "antológica", é uma mostra muito importante no seu itinerário. Apresentada em Torres Vedras, a sua terra de origem, não é uma exposição "local".
(tx. alterado em 14 Nov.)