Capelo e a Misericórdia, A "Casa Ásia":
Na Rádio Observador, "Contra-Corrente", dia 30, o JMF e a HM discutiram a situação da "Santa Casa": o título foi "Quem deu cabo da Santa Casa da Misericórdia?"
Ora aconteceu que se esqueceram, ignoraram ou silenciaram um dos assuntos graves da dispersão da Misericórdia por casos sumptuários e descentrados das suas responsabilidades. 3 milhões para o "mecenas" + os custos do museu, que pretenderá concorrer com o Museu do Oriente
Palácio Portugal da Gama/São Roque, prometido ao Francisco Capelo
Diz o Santo Site oficial:
"Em 2017, a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa recebeu, por doação, aquisição e depósito, a coleção de arte asiática do colecionador Francisco Capelo, a instalar futuramente no Palácio Portugal da Gama/São Roque, localizado no Bairro Alto, com a designação de Casa Ásia – Coleção Francisco Capelo.
Situado no polo cultural de São Roque, este edifício foi recuperado e musealizado para exibir publicamente o acervo de arte asiática que Francisco Capelo reuniu ao longo de mais de 20 anos, com o objetivo de o disponibilizar ao público, obedecendo a critérios de seleção rigorosos, como a raridade, a integridade e o bom estado de conservação, não descurando o valor estético de cada objeto. Constituído por cerca de 1300 objetos, abrange uma grande diversidade de obras de arte de várias regiões da Ásia, do século III a.C. aos inícios do século XX, com peças provenientes de catorze países da Ásia: Índia, Nepal, Sri Lanka, Tailândia, Myanmar, Laos, Vietname, Camboja, China, Coreia, Japão, Indonésia, Timor-Leste e Filipinas. A incorporação desta coleção na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa irá permitir fazer a ponte com a presença portuguesa na Ásia, expressa na igreja e no Museu de São Roque, em especial no ciclo pictórico da sacristia e no núcleo de arte asiática."
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Capelo e Manguel, os dois piratas de Lisboa.
Capelo subjugou o Museu da Marioneta (e controlava-o,...mas já não), com os seus dourados e máscaras orientais. E colocou o Museu do Design - MUDE à beira da ilegalidade: a CML não sabe como se livrar do Protocolo firmado pelo Santana Lopes presidente, para poder ser um esquipamento municipal e entrar na EGEAC, ou por hipótese uma fundação, como também já se tentou, e o caso está emperrado há anos - voltará a abrir? A Manguel a CML de Medina e Catarina Vaz Pinto deram o ordenado e a categoria de director de Museu, no quadro da EGEAC, e por ai anda sem nada para fazer, anos a fio, com oi seu chapeuzinho pateta (...um figurão). O Palacete Pombal que lhe foi atribuído, às Janelas Verdes, chegará a abrir lá para 2025? - a remodelação necessária é felizmente + complicada do que se supunha... Falta Imprensa para tratar dos escândalos e falta firmeza dos poderes públicos actuais para contar os enredos em que meteram a CML.
Palacete Pombal prometido ao Manguel
Porque alguém se preocupou com as minhas objeções à invasão da Colecção Capelo pelos museus de Lisboa, acrescento agora mais elementos de informação (já estou autorizado a dizer que foi a prof. Raquel Henriques da Silva)
1. Aponto o critério muito discutível e redutor do foco no design de protótipos (prejudicial ao entendimento do que é o design) e os impasses do Museu do Design - MUDE, em lutas jurídicas obscuras de parte a parte com a directora Bárbara Coutinho, que têm sido silenciadas pela CML.
O MUDE - Museu do Design e da Moda foi criado sobre a base de um Protocolo do tempo de Santana Lopes que impede a sua legalização como equipamento camarário e a sua gestão pela EGEAC, como já chegou a ser tentado e até anunciado. Cito: "Desde 2014, está em conflito aberto com a direção do MUDE – Museu do Design e da Moda, criado a partir da venda que fez à Câmara de Lisboa, em 2002, por 6,6 milhões de euros, de 1 362 peças, todas modelos únicos. “Estão a assassinar uma coleção”, disse na entrevista à Máxima" - Ver VISÃO, 2017-09-13 em https://visao.pt/.../2017-09-13-francisco-capelo-o-exilio..., acesso disponível. Foi uma verba paga a 1 milhão por ano e respectivos juros. (Consta-me que já retirou os processos contra directora, ou talvez não e o impasse continua)
2. A invasão do Museu das Marionetas por máscaras e dourados orientais (também com algumas marionetas relevantes), cujas condições de montagem invertem a história e a razão de ser do Museu da Marioneta.
3. A presença excessiva da col. Capelo numa montagem muito problemática da Colecção (demasiado) Permanente do Museu de Etnologia, desde o tempo do Pais de Brito, que obriga a remeter para as reservas os grandes trunfos da colecção própria. Foram cumplicidades estranhas e é uma inércia inaceitável.
4. A insólita ideia da "Casa Ásia – Coleção Francisco Capelo", na linha dos gastos sumptuários da chamada Santa Casa., que certamente serão revertidos.. "Santana Lopes resgatou-o..., para a Casa da Ásia, projeto em que a Misericórdia lhe paga três milhões de euros." (VISÃO, mesma data - e aí se fala também do antigo sócio do corretor Pedro Caldeira e das suas tropelias financeiras e fiscais... a o tempo da "lavagem do cupão" ) Capelo tem-se especializado nos últimos tempos em atacar Joe Berardo, de quem foi colaborador muito próximo e para quem iniciou a respectiva colecção, num comportamento psicótico que tem tido insólitas cumplicidades. (Também fez um ataque soez aos herdeiros da Paula Rego, e levou uma resposta de Nick Willing que o devia ter feito desaparecer).
O MUDE (...mudo...) fechado para obras há 7 anos! - dizem que reabre no final de 2023. Quem disse foi a directora Bárbara Coutinho, que desde o princípio se encontra na condição de assessora do presidente da CML, porque o MUDE não tem (não pode tere) quadro de pessoal - informação anterior a confirmar