Via http://www.phe.es/, com Laura Terré, Ramon Masats e Cristobal Hara:
(ele mesmo, com a sua singular pronúncia de catalão a residir na Galiza)
Via http://www.phe.es/, com Laura Terré, Ramon Masats e Cristobal Hara:
(ele mesmo, com a sua singular pronúncia de catalão a residir na Galiza)
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PhotoEspaña 2008
LEONARDO CANTERO, "LA DEHESA DEL HOYO", Museu Reina Sofia
S/T (Herradero. Tres niños subiendo a un muro) / Untitled (Cattle-branding season. Three boys climbing on to a wall), ca.1959 - Gelatin silver print - 29.8 x 23.9 cm (paper support) / 21.5 x 22.7 cm (image)
MNCARS, Donation from the heirs of the Cantero family
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Para perceber a renovação da fotografia em Portugal nos anos 50, e os seus bloqueios, é conveniente conhecer a situação contemporânea espanhola.
Em 2006, o Museo Municipal de Arte Contemporáneo de Madrid, no Conde Duque, apresentou a exp. LA ESCUELA DE MADRID, FOTOGRAFIA 1950-1975, em que Leonardo Cantero foi exposto na companhia de JUAN DOLCET, FRANCISCO GÓMEZ, GERARDO VIELBA, GABRIEL CUALLADÓ E FERNANDO GORDILLO. (A mesma "Escola" fora já objecto de exp. próprias em 1985 e 1988). É identificada com a fotografia de ambição humanista, de caracter social e documental, e muitas vezes associada ao neo-realismo italiano.
Agora, é a LEONARDO CANTERO (Bilbao 1907 – Madrid 1995) que é dedicada uma mostra monográfica no Reina Sofia. (Foto acima: Um outro enquadramento realizado a partir do mesmo negativo, ao baixo, foi publicado no catálogo de 2006).
Foi membro da ilustre e conservadora Real Sociedad Fotográfica (centenária e ainda activa: http://www.rsf.es ), de Madrid, onde ingressou em 1950. Com outros amigos e associados da RSF, e em especial com Ramón Masats, participou nas reuniões do grupo informal "La Palangana" = tina, bacia (1957-59/63?) , a cujos membros se foi associando já nos anos 60 a designação Escola de Madrid. Aderiu em 1958 à AFAL (a Agrupación Fotográfica Almeriense, Almería, 1956), ano em que esta publicou o seu Anuario de Fotografía, que teve repercussão internacional.
A renovação da fotografia espanhola, a partir de 52/53 (em simultâneo com as isoladas e quase secretas actividades portuguesas), inicia-se a partir de dentro das sociedades fotográficas e no âmbito dos (e em confronto com) os seus salões, num contexto político mais repressivo. São as actuações de grupo e associativas em tensão com o gosto do salonismo contemporâneo - em Barcelona, Madrid e Almería - que sustentam as dinâmicas renovadoras.
É, por exemplo, o Trofeo Luis Navarro, do Salón de Vanguardia, atribuído pela Asociación Fotográfica de Cataluña a partir de 1952, um dos impulsos dessa renovação - Cantero ganha-o em 1960, Masats teve-o em 57, Miserachs em 53, Cualladó em 61, etc. O papão do "salonismo" (usado por cá como uma condenação liminar) tem de ser substituído por análises mais atentas.
Leonardo Cantero, Potranco negro, 1960, Trofeo Luis Navarro 1960
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ver
Afal Almeria 1956-1964:
http://alexandrepomar.typepad.com/alexandre_pomar/2008/04/afal-almeria-19.html
Francesc Català-Roca: http://alexandrepomar.typepad.com/alexandre_pomar/2008/04/catal-roca-2004.html
e
"A la innovación por la oposición: del pictorialismo a una fotografía moderna en el marco de la Real Sociedad Fotográfica"
de Ana María Martín López , Universidad SEK, Segovia : //apolo.uji.es/analisisfotografico/analisis/PDFsCongreso/Ana%20Maria%20Martin%20Lopez.pdf
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Informação do MNCARS:
"Las fotografías reflejan la vida apacible y la cotidianeidad rural desde una óptica antropológica. Los trabajos de esta muestra están tomados sobre todo en la finca familiar La Dehesa del Hoyo, en Sotillo de la Adrada (Ávila), desde los años cuarenta hasta los setenta. La propiedad, que pertenecía a la familia desde el siglo XIX, constituía un mundo contenido y autosuficiente en donde el fotógrafo retrató a toda su extensa familia, incluidos los trabajadores y sus hijos, algunos de los cuales vivían en la finca.
Las fotografías de Cantero, según la comisaria de la muestra, Catherine Coleman, “transpiran libertad de ese mundo de estructura flexible pero cerrada que parece lejos de la penuria y el aislamiento de la primera mitad de la dictadura de Franco”. El contexto político de este periodo de tiempo en la historia de España impuso unas limitaciones a los fotógrafos que no experimentaron sus colegas internacionales. Solo estaban permitidas las asociaciones de aficionados totalmente apolíticas.
Leonardo Cantero no hizo jamás fotografías para comercializarlas y el concepto de edición limitada no existía. Sólo le movía mostrarlas en las salas de exposiciones.
Fundador en Madrid en 1957 del Grupo Palangana, junto a los fotógrafos Gabriel Cualladó, Francisco Gómez, Gerardo Vielba y Paco Ontañón, es el miembro silente del grupo, nunca realizó una exposición individual de su obra. Esta asociación fotográfica abierta, utilizaba la Real Sociedad Fotográfica de Madrid como base de operaciones.
El trabajo de Cantero no se limitó al mundo de su finca, pues viajó por España y el extranjero, solo o acompañado por otros fotógrafos, y tomó múltiples imágenes que archivó y conservó convenientemente, pero nunca fueron objeto de una exposición individual. El Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía <que em 2005 recebeu o espólio do fotógrafo, doada pela família>, va a poner remedio a esta situación para que Cantero deje de ser el miembro “silencioso de Palangana”.
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Programa oficial
"El lugar y la experiencia del fotógrafo"
"Lugar será planteado desde una perspectiva abierta y transversal. Sérgio Mah ha propuesto una serie de exposiciones en las que el lugar es abordado no como un concepto espacial y físico, sino como un espacio vivido, en el que la experiencia del fotógrafo tiene una importancia fundamental."
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Tags: Augusto Alves da Silva, BES Photo, Gusmão & Paiva, Pedro Barateiro, Sergio Mah
1. O PhotoEspaña é o nosso festival de fotografia. Em Espanha há mais; por cá há menos.
2. Várias vezes olhei para o programa geral e pensei: nada de especial, já vi, adiante. Às vezes fui lá já perto do fim do programa. Pior ou melhor, com novidades ou qualidades e rotinas, valeu sempre a pena. E há tb o programa "off", pelas galerias comerciais e públicas, que invade toda a cidade - este ano podemos encontrar, por exemplo, Jorge Molder na Oliva Aruna. E este ano podemos fazer as contas e fazer um up-grade até NY (ver a seguir).
3. Na presente edição o comissário é o português Sérgio Mah, e o ministro BES patrocina umas parcerias. Podíamos ter mais sorte (quanto às exp., pq parece que a Economia é servida com êxito - em fotografia é um neófito deslumbrado com o acesso demasiado rápido às mundanidades do circuito da "arte contemporânea"). Mas é o que há...
O Sérgio - ver aqui - foi o director artístico do LisboaPhoto em 2003 e em 2005, ano em que se associaram já os dois festivais (e os dois directores, com Horacio Fernández do lado de lá) com a produção de uma exposição conjunta que aqui se viu no Palácio da Ajuda. Chamou-se "Empirismos" (e o nome em Madrid continuava e aqui não: "Novas linguagens documentais em Espanha e Portugal") e incluiu por cá Manuela Marques e Pedro Paiva & J.M. Gusmão, e lá António Júlio Duarte, Augusto Alves da Silva e João Tabarra.
Outras cumplicidades do PhotoEspaña com Portugal aconteceram com um grande prémio de carreira atribuído a Helena Almeida em 2003 e outro (o melhor livro internacional em 2007) para Daniel Blaufuks. Sem esgotar as trocas, como se poderá ver no link indicado e na "categoria" PhotoEspaña do Arquivo...
4. Vamos ao programa de 2008:
Florian Maier-Aichen, Sin título, 2007. Cortesía: Blum & Poe, Los Angeles / 303 Gallery, New York.
(© Florian Maier-Aichen)
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Tags: PhotoEspaña, Sergio Mah
El portugués Sergio Máh será el comisario de las tres próximas ediciones
PHotoEspaña presenta la programación de su próxima edición donde Portugal será protagonista con exposiciones en Madrid, Lisboa y Algarve
De 4 deJunho a 27 de Julho
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Tags: PhotoEspaña, Sérgio Mah
Extensão a Cuenca ?! - ver site
Stratos Kalafatis (Kavala, Greece, 1966) studied at the Philadelphia Art Institute, USA. This well-established photographer has held major exhibitions in museums in Greece (Thessaloniki and Athens), Japan and Finland. Also participated in group exhibitions in Valencia (1992) and the Marseilles Biennial (1990).
Photographic exhibition:"Journal 1998-2002" by Stratos Kalafatis
produced by the Thessaloniki Museum of Photography, is presented at the Centro Cultural Caja Castilla la Mancha
The 50 coloured photographs represent Skopelos island, its people, its landscapes, its subjects...
As Stratos Kalafatis refers, the coloured photographs"...recall memories of joy, fear, curiosity, optimism and intimacy to the place and the people. "Photography" was rarely the main goal itself, the only sure thing was my yearning for a new reality. Once again, it was photography that set the pace, imposing its own different perspective on the things that weigh us down."
Christian Caujolle, who prefaces the catalogue of the exhibition underlines
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Tags: Christian Caujolle, Stratos Kalafatis
Pelas galerias - o Festival Off - o programa é extenso, mas refira-se // depois da menção anterior a Daniel Blaufuks em La Caja Negra (com a edição do livro Blaufuks) // apenas Roger Ballen na Max Estrella - ver o site da galeria - com "Shadow Chamber" (Phaidon 2005) e algumas fotos já posteriores
One arm goose, gelatina de plata, 80x80 cm
The chamber of the enigma, gelatina de plata, 40x40 cm
"Nacido en 1950, Roger Ballen ha vivido y trabajado en Johannesburgo, Sudáfrica, durante casi 30 años. Hijo de un editor gráfico de la agencia Magnum, trabajó como geólogo y asesor de minas antes de empezar de forma autodidacta fotografiando pequeños pueblos y habitantes de la Sudáfrica rural.
Sus imágenes son en sí mismas declaraciones de fuerte contenido social y estudios psicológicos perturbadores. Roger Ballen desafía las formas en que percibimos la "realidad" de la fotografía. Sus retratos ambiguos y sorprendentes de personas, animales u objetos posando en habitaciones que asemejan celdas, ocupan el espacio gris entre realidad y ficción, difuminando las fronteras entre la fotografía de reportaje y las formas artísticas como la pintura y la escultura."
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Tags: Max Estrella, Roger Ballen, Shadow Chamber
O programa incluiu (ainda) exposições de Sebastião Salgado (África), Raymond Depardon (personalidades políticas), Bruce Davidson (Central Park - ed. Aperture ), Man Ray, Andres Serrano
e tb Sylvia Plachy, norte-americana nascida na Hungria (1943)
Lynn Davis (Minneapolis 1944), com os icebergs (presentes em INGenuidades) e a Pérsia Antiga, no Museu Thyssen,
o chinês e performer Zhang Huan, na Fundação Telefónica, e numa colectiva chinesa da nova Casa Asia,
a mexicana Lourdes Grobet (n. 1940), na Casa de América - vinte anos de luta livre (freestyle wrestling).
E mais algumas coisas:
como "Ordinary Citizens. Las víctimas de Stalin", produção da David King Collection com o Centro Andaluz de Fotografia, de Almeria, com imagens e documentos soviéticos - um impressionante conjunto de retratos acompanhados pelas respectivas fichas biográficas (quase sempre dirigentes e militantes comunistas condenados e assassinados);
ou, na nova sede do Instituto Cervantes (ex-Banco de Espanha), "Cinco miradas europeas. Fotografía española y hispanoamericana", cinco jovens autores presentes em festivais internacionais, com destaque absoluto para Matías Costa (Buenos Aires, 1973, residente en Madrid), que Enrica Vigaró (a comissária da Itália neo-realista) incluiu no programa do Festival Foto&Photo de Cesano Maderno - Milão ( ver site ), com a série "Quando todos seamos ricos", realizada na China.
Obreros trabajando en la construcción del estadio olímpico de 2008.
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Tags: David King, Matadero Madrid, Matías Costa, Nophoto
Duas boas exposições do PhotoEspaña: os Prémios da Fondation HSBC pour la Photographie, edição 2007: Julia Fullerton-Batten e Matthew Pillsbury (este já se pôde ver em Lisboa na exp. INGenuidades)
ambos mostrados no novo edifício Teatro Circo Price em Madrid ver site (exposições/circo equestre/jantar/música ao vivo em mais um dos novos centros dos "Veranos de la Villa")
e também nos Rencontres de Arles, e a partir de Setembro em Paris e em Lyon.
Alice em Liliput, os retratos e/ou as ficções de adolescentes fotografadas em cenários de miniatura, com a qualidade fria e misteriosa de produções publicitárias
e os lugares fantasmáticos, interiores abertos para vistas urbanas, em que a iluminação é apenas a dos ecrãs de computadores; a noite outra vez prodigiosamente vista a preto e branco.
Dois trabalhos inteiramente contrários que exploram os caminhos entre a realidade e a ilusão, o visto e o imaginado.
O concurso é anual desde 1996, destinado apenas a fotógrafos que ainda não fizeram publicações monográficas, e a edição de 2007 teve Alain Sayag como consultor. Livros a publicar por Acte Sud
Site institucional Fondation HSBC
© Julia FULLERTON-BATTEN « Bicycle accident »
36 ans, née en Allemagne (Bremen, 1970), vit à Londres.
âElle détourne les moyens de la photo publicitaire ⦠Elle provoque le spectateur par une narrativité esquissée mais non développée. Les couleurs sont sourdes, hormis une touche colorée ici ou là , les vêtements et lumières recherchés, et les modèles, adoptent une attitude ambiguë et tendue, déterminant une atmosphère visuellement et émotionnellement bizarrement aliénée. Ses images combinent la perfection technique des photos publicitaires, leur apparente lisibilité immédiate, lâévidence de leur composition et pourtant leur message est pour le moins ambigu.â A.S.
Matthew PILLSBURY «San Francisco self portrait»
34 ans, américain né en France (Neuilly, 1973), vit à New York.
âIl enregistre ses images à la seule lueur dâun écran de télévision ou dâordinateurâ¦
Fasciné par les espaces quâoccupent aujourdâhui ses compatriotes, habités seulement par des écrans de télévisions ou dâordinateurs, petits rectangles luminescents dans un espace urbain souvent grandiose que lâon aperçoit par les fenêtres. Les musées dâhistoire naturelle ont souvent attiré le regard des photographes, ici ce sont les visiteurs qui deviennent fantomatiques alors que les animaux naturalisés prennent vie. â
« Time frame » - photographies de Matthew Pillsbury
" Ce que soulignent les témoins et qui les fascine, câest lâincroyable précision et lâirréprochable fidélité du procédé â une des qualités que lâon retrouve incontestablement dans les images de Matthew Pillsbury qui utilise une grande chambre photographique. [â¦] Le principe sur lequel repose lâoeuvre est simple : sans éclairage artificiel supplémentaire, le photographe est contraint à un long temps de pose et seuls sâinscrivent sur la pellicule les objets immobiles. Il donne ainsi du monde une image étrange. »
Texte dâAlain Sayag, responsable de 1981 à 2006 du Cabinet de la Photographie du Musée national dâart moderne Centre Pompidou.
Format 22,7 x 28,7 cm â photographies en noir et blanc â 100 pages â 17 ⬠(jusquâau 30/09/08) puis 25â¬
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Tags: Acres Sud, Alain Sayag, Fondation HSBC pour la Photographie, Julia Fullerton-Batten, Matthew Pillsbury
Na edição comemorativa dos dez anos pesavam mais os nomes individuais (grandes ou mediáticos) que as ideias de exposições. A excepção era a fotografia neo-realista italiana, Neorrealismo. La nueva imagen en Italia 1932-1960, fazendo anteceder a explosão do pós-guerra pela exploração do poder da imagem e da realidade do país já nos anos fascistas - uma pista corajosa e uma mostra importante, organizada por Enrica Viganò (- ver ).
Outra excepção foi LOCAL. El fin de la globalización, nome improvável para a apresentação de variados autores, por iniciativa de Paul Wombell (ex-Photographers Gallery). Onze fotógrafos apresentados através de trabalhos realizados nos seus lugares, ambientes ou meios de origem. E aí há lugar para referir os retratos de Shelby Lee Adams:
"Friends & Family in the Appalachian Mountains" - aqui ;
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Tags: Hellen van Meene, Paul Wombell, Shelby Lee Adams
É uma exposição muito importante para situar a renovação da fotografia portuguesa dos anos 50 - de Victor Palla/Costa Martins, Sena da Silva, Gérard Castello-Lopes e mais alguns. Aliás, uma tentativa de renovação, em grande parte frustrada... - e trata-se também de perceber um país, o nosso, de que conhecemos poucas imagens, ou de que se fizeram poucas imagens.
Para além de ser uma exposição admirável, que explora o elo menos conhecido da fotografia do pós-guerra (em que entram a Magnum, o fotojornalismo empenhado, a fotografia humanista de tradição francesa, a "Family of Man" de Steichen, 1955, depois itinerante por todo o mundo,etc., etc, vários percursos individuais inovadores, e a vaga da fotografia subjectiva): a fotografia italiana. Como se a importância do cinema neo-realista, e também da literatura de Elio Vittorini, Pavese, Pratolini, Calvino, não tivesse extensões no campo da fotografia.
Há muita coisa que foi sendo recalcada a partir de finais dos anos 50 (com a Guerra Fria e a Hungria de 56, a cultura pop e o cisma sino-soviético, etc) e está agora a vir à superfície. Não será por acaso que a bibliografia referida no catálogo tem um imenso hiato entre 1959 e 1976...
Do catálogo já se falou um pouco antes - ver - e agora acrescenta-se que já está praticamente esgotado (haverá ainda duas dezenas de exemplares no balcão da própria mostra, no Centro Cultural da Plaza Colón). Restará entretanto a versão original italiana que a edição espanhola segue fielmente, ao que parece.
Mas a exposição apresentada por Enrica Viganó é muito mais do que o catálogo - com ainda mais fotos, com cartazes e extratos dos fimes neo-realistas, os poucos livros que então se editaram: o Occhio Quadrato de Alberto Lattuada (1941, editorial Corrente, de orientação fascista), e antes o L'Italia Fascista in Cammino, 1932; Un Paese, de Paul Strand e Cesare Zavattini, Einaudi, 1955), páginas ilustradas de jornais, a revista Cinema Nuovo, com os seus documentários fotográficos, etc.
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Tranquillo Casiraghi, Gente de la Torretta, Sesto San Giovanni, Milán, anos 50
O catálogo editado por La Fabrica (a empresa que organiza o PhotoEspanã) já chegou via Kowasa (50€ + 7 de transporte, cartonado, 356 pp.) e excede as melhores expectativas. Ainda há zonas a explorar da história e em especial da geografia da fotografia.
"Neorrealismo. La nueva Imagen en Italia 1932-1960" está no Centro Cultural de la Villa, na Plaza de Colón, só até dia 22, com cerca de 200 fotografias e documentação impressa. É até agora a mais extensa abordagem do tema e uma tentativa séria de o circunscrever, já que as fronteiras do que é o n-r são instáveis e polémicas, tal como a sua cronologia possível.
O livro é belíssimo e muito bem impresso, e as fotografias sustentam a ambição do projecto. As provas não são descritas (medidas, edição, colecções), mas o volume completa-se com um dicionário de autores, grupos, revistas, uma cronologia, etc. Os ensaios, tb sobre o cinema e a literatura, são sínteses aprofundadas e actualizadas - Giuseppe Pinna escreve "Italia. Realismo. Neorrealismo. La comunicación visual en la nueva sociedad multimedia".
Curiosamente, falta a abordagem da relação da fotografia com as artes plásticas (se ela existia), e essa ausência é por si mesmo significativa quanto ao período em questão e quanto às dificuldades da definição dos realismos.
Entre o fotojornalismo, a documentação sociológica, a tradição da fotografia humanista (pela via do realismo poético francês ou do idealismo americano tipificado por The Family of Man)), a militância comunista do 2º pós-guerra e o experimentalismo as passagens são constantes. Se faltam os autores de grande projecção individual (apesar de Mario Giacomelli), é notável a produção colectiva ou conjunta, e alguns nomes se irão individualizando. Ligados ao cinema como Alberto Lattuada e Arturo Zavattini; ou fotógrafos e fotojornalistas como Giuseppe Cavalli, Carlo Bavagnoli, Piergiorgio Branzi, Calogero Cascio, Franco Pinna, etc.
Enrica Viganò (Milão, 1961), comissária e responsável pelo volume, fundou a agência Admira (exposições e eventos) em 1997 e as Admira Edizioni em 2003.
Mostrou no PhotoEspaña de 1999 El Neorrealismo en la fotografia italiana e Photo League. Foi comissária em 2003.
Os paralelismos ou diferenças com o neo-realismo português (mais precoce no início do seu período marcante) e o começo da moderna fotografia em Portugal (mais discreto e efémero) são questões que ganham instrumentos de análise com a presente contribuição italiana.
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Tags: Enrica Viganò, Giuseppe Pinna
Sérgio Mah, que dirigiu as duas edições do LisboaPhoto, em 2003 e 2005, vai ser o próximo comissário do PhotoEspaña, o festival internacional de fotografia e artes visuais que se realiza anualmente em Madrid.
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Tags: LisboaPhoto, PhotoEspaña, Sérgio Mah
Chegaram ao fim os três anos de Horacio Fernández à frente do PhotoEspaña e para resolver esse vazio adoptou-se um perfil comemorativo: o festival de fotografia de Madrid faz dez anos. Esse é o (não) tema que sucede às edições que tiveram por título "Historias", "Ciudad" e "Naturaleza".
Alguns grandes nomes no programa, ou nomes mais mediatizados, podem captar as atenções: é o caso de Sebastião Salgado com "África", uma selecção de mais de 50 imagens de largo formato feitas ao longo de 30 anos (1 de Junho na sala do BBVA); e de Andres Serrano, com uma retrospectiva no Círculo de Belas Artes ("O dedo na ferida"...) - e aí estará também a obra menos conhecida da também norte-americana de origem húngara Sylvia Plachy (Budapeste, 1943).
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Tags: PHE07, PhotoEspaña 2007
"Paisagens habitadas"
Cristóbal Hara, um grande fotógrafo descoberto no programa do último PhotoEspaña, com quem a tradição documental é mais uma vez posta à prova"
in EXPRESSO/ACTUAL de 19 de Agosto de 2006, pág. 22-23.
Num programa de muitas exposições à volta do tema Natureza, a grande descoberta do último PhotoEspaña foi o espanhol Cristóbal Hara. Não é um novo fotógrafo, pelo contrário: nasceu em 1946; foi fotojornalista desde os anos 70 e publicou um primeiro livro em 1990, 4 Cosas de España, escolhendo o trabalho a preto e branco depois de fazer uma radical passagem à cor; ganhou o prémio para o melhor livro do PhotoEspaña 1999 com Vanitas e publicou na editora alemã Steidl, em 2004, An Imaginary Spaniard, primeiro volume de uma anunciada trilogia. A descoberta tardia na exposição «Contranatura» (Canal Isabel II, Madrid, até 3 de Setembro) assenta já num extenso corpo de trabalho, tão individual como alheio às modas que fazem as notoriedades mediáticas. Não se lhe conhece uma entrevista e faz constar que as fotos falam por si mesmas.
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Tags: Cristóbal Hara, Madrid, PhotoEspaña
Programa geral do PhotoEspaña 2006 - in Expresso/Actual 20-05-2006
A terceira e última edição dirigida por Horacio Fernández. Historias PHE04; Ciudad PHE05; Naturaleza PHE06
"A Natureza em Madrid"
A próxima edição (PHE06 - 2006) do PhotoEspaña, o festival de fotografia e artes visuais de Madrid, com início a 1 de Junho, vai ser dedicada ao tema «Natureza», a seguir aos programas «Histórias» e «Cidade» dos últimos dois anos. De novo sob a direcção de Horácio Fernández, no seu último mandato, o tema é genericamente abordado com duas orientações principais: a relação entre natureza e cultura, e as novas interpretações do conceito de paisagem.
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Tags: Madrid, Naturaleza, PhotoEspaña
PHOTOESPAÑA 2005
"As cidades de Madrid"
O PhotoEspaña e a actualidade da fotografia documental
Expresso/Actual de 09 Julho 2005
Além de terem coincidido com os calores do Verão (bem mais rigoroso em Madrid), os festivais de fotografia das capitais ibéricas - se esquecermos a mais antiga Primavera de Barcelona - produziram uma exposição conjunta, mas as semelhanças são escassas. No LisboaPhoto o programa ensimesmou-se na especulação sobre a ontologia da fotografia (a «Imagem-Cesura») e usou o discurso da hibridização das práticas para, afinal, a confiscar como um mero sector da arte contemporânea, numa lógica de auto-suficiente rejeição dos trânsitos entre informação e criação, entre arquivo e museu, que fazem a história das imagens fotográficas, uma história sempre dual e contraditória, marcada pela dialéctica arte-documento.
O PhotoEspaña foi dedicado ao tema «Cidades» e, em vez de propor apenas arte-sobre-a-arte, apresentou trabalhos (também de vídeo e cinema) que, para além de serem arte fotográfica, e arte em geral, são também ensaios de observação da vida urbana, das suas transformações e crises actuais. Como referia a apresentação da mostra de Stan Douglas, famoso artista canadiano que fotografou a decadência de Detroit, «os espectadores participam numa experiência que não se refere só ao mundo da arte, mas sobretudo à política, à técnica, ao urbanismo moderno e às utopias.» Tal como na edição de 2004, intitulada «Histórias» (a história colectiva e as práticas narrativas), o PhotoEspaña explora a renovação das linguagens documentais que tem dominado os últimos festivais internacionais e constitui uma das direcções centrais da reflexão actual sobre a fotografia.
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Tags: ciudad, David Spero, Guy Tillim, Horácio Fernández, Humphrey Spender, LisboaPhoto, Martin Parr, Mass Observation, PhotoEspaña
Fotografias em Madrid
EXPRESSO/ Actual de 10-06-2000
A TERCEIRA edição do PhotoEspaña, o festival internacional de fotografia de Madrid, decorre a partir do próximo dia 14 e até 16 de Julho, com um extenso programa que inclui mais de 70 exposições e volta a ocupar grande parte das instituições culturais e das galerias que se distribuem ao longo do eixo urbano de La Castellana, entre a estação de Atocha e a Plaza de Castilla. Três presenças históricas, Alvin Langdon Coburn, Harry Callahan e Otto Steinert, encabeçam o roteiro, do qual os organizadores destacam também as mostras de James Natchwey, foto-repórter da Magnum, de Paulo Nozolino, do italiano Luigi Ghirri e algumas representações antigas ou contemporâneas vindas do Extremo Oriente, nomeadamente da China e do Japão.
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Tags: Alberto Carneiro, Paaulo Nozolino, PhotoEspaña, Tuga
"Sangue quente em Madrid"
EXPRESSO/Actual de 26-06-1999
Fotos: Peter Beard, «Khadija com o meu jornal» (polaroid a cores de grande formato)
Weegee, «Billie Dausha e Mabel Sidney», Nova Iorque 1944
André Kertész, «Hotel des Terrasses», Paris 1926
LISBOA já teve o seu Mês da Fotografia, em 1993, mas a experiência, em
geral bem sucedida, ficou sem continuidade. Madrid começou em 1998 e já
vai na segunda edição. Por cá, a iniciativa pertenceu à Câmara. Em
Espanha, trata-se de um projecto particular, dinamizado por uma empresa
cultural, La Fabrica, que conseguiu associar aos patrocínios do
Ministério de Educação e Cultura e do Ayuntamento de Madrid a
colaboração de museus, fundações, centros de arte e de mais 46 galerias
e dez outros espaços. No total, «PHotoEspaña 99», com cem milhões de
pesetas de orçamento, apresenta 93 exposições que se distribuem pela
secção oficial, nas instituições estatais ou mecenáticas distribuídas
ao longo do Eixo da Castellana, do Centro Rainha Sofia à torre Caja
Madrid; por «salas convidadas», mais afastadas dessa via central; e
pelo «festival off», incluindo as galerias. É um longo itinerário a
atravessar a cidade e a diversidade da fotografia que se prolonga até
18 de Julho. Na Internet conta com um site muito eficaz:
www.photoes.com.
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