(16 Fev.)
"Aquilo só incomoda porque não incomoda ninguém." (Mário Moura, no blog The Ressabiator) Como não incomoda, o tema fez silêncio e vazio à sua volta? Não - só conheço "partilhas" hostis, feitas pelos meus amigos e conhecidos. Incomodados. Transcrevo as suas próprias medidas do incómodo (teria havido também pelo meio declarações de agrado?): "Prova disso foi o aumento de tráfico aqui no blogue: mais de 5300 visitas, mais de 3000 visitantes, em apenas um dia (mais 1700 visitantes que o record anterior). (...) O texto em questão teve mais de mil shares (só durante o dia) no facebook. Esteve no primeiro lugar do WordPress português e o próprio blog chegou ao quarto lugar."
Valerá a pena notar o silêncio (comprometido, cúmplice, a assobiar para o lado?) dos agentes do meio da arte, e em especial dos que exercem tribunas de crítica na imprensa em geral sem correrem riscos críticos (4 ou 5?), e depois os outros parceiros, sempre tão apressados no abaixo-assinado quando alguma autoridade censura uma obra de arte, ou ataca o que se intitula arte contemporânea.
E valerá a pena também observar criticamente a intervenção de autores que se pronunciam sobre arte a partir de outras autoridades disciplinares, científicas essas, ou técnicas: vindos da antropologia, da sociologia e da história cultural entendida como intervenção política, ou, já agora, do design (a que chamaria aqui, esquecendo o design de produto, o marketing visual, o que projecta a "representação" de um produto ou país, terreno que lhe é próprio e não deve ser invadido por um artista, no caso a nossa Joana - desculpe é uma pequena provocação respeitosa). Aí - não se tratando de ressentimento ou inveja - haveria que apontar o que é desconhecimento da "deslocação de paradigmas..." da arte contemporânea: por exemplo, o que sejam originalidade, citação, apropriação, ready-made, crítica, enfim o basicosinho.