Alexandre Pomar

Colecção Jorge de Brito em leilão

Leilão internacional, dispersão da colecção, homenagem ao coleccionador. Com Vieira da Silva, Modigliani, etc:

AMEDEO MODIGLIANI (1884 - 1920)
Cariatide
Technique mixte sur carton
Signée en bas à droite
80 x 50 cm

EXPOSITION PARTIELLE À MONTE-CARLO (de 1 a 4 de Agosto)
Lors de nos ventes de prestige à Monte-Carlo, nous aurons le plaisir de vous présenter en avant-première une sélection d'oeuvres de notre prochaine vente d'une collection privée européenne qui se tiendra le samedi 22 octobre à l'Espace Tajan.
comunicado da leiloeira TAJAN, Paris, com acesso ao catálogo de Monte Carlo

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Sobre Jorge de Brito coleccionador, por ocasião da sua morte: ver aqui

Sobre Jorge de Brito e Vieira da Silva (e o seu Museu), antes de ter sido arquivado o processo de classificação, notícia de 25 Maio 2011

A propósito de Vieira da Silva e do seu Museu

 

http://dijoon.free.fr/mba/collection.htm En France, le musée de Dijon possède la plus importante collection publique d'œuvres de Vieira da Silva... (une centaine de toiles). (O site do Museu é mau e a obra escolhida para a representar é muito pouco aliciante...)

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A história portuguesa de Vieira da Silva teve episódios meritórios: primeiro, quando Jorge de Brito defendeu a cotação (e por essa via a importância) da obra da pintora face à perda de relevância crítica dos artistas franceses da sua geração, ou seja, da chamada abstracção lírica da 2ª Escola de Paris (anos 40/60), ao trazer para Portugal um vasto conjunto das suas obras, entre meados dos anos 60 e inícios dos 70. Não terá sido só uma vez que Jorge de Brito enviou a um mesmo leilão internacional pelo menos dois agentes seus, que, sem o saberem, licitaram um contra o outro. Depois, quando Sommer Ribeiro, que então dirigia o serviço de exposições e o Centro de Arte Moderna da Gulbenkian, se dedicou, com alguns apoios de monta (Azeredo Perdigão, Mário Soares), a recuperar a ligação da artista ao seu país de nascimento. Não foram suficientes esses factos para apagar a memória traumática da recusa da nacionalidade portuguesa depois de por casamento se ter tornado apátrida, em 1939, no perigoso quadro internacional em que a 2ª Guerra Mundial se iniciava. Salazar foi responsável por essa recusa, e a artista e o marido refugiaram-se no Brasil (1940-46), passando a ter a nacionalidade francesa em 1956.

Louise Nevelson, 2000

Expresso Cartaz 08-04-2000

A reconstrução do mundo

LOUISE NEVELSON

Museu Arpad Szènes - Vieira da Silva ( Até 25 de Junho)

A UMA mini-retrospectiva de um grande artista pode certamente chamar-se uma grande exposição. É o caso da mostra com que o Museu Arpad e Vieira da Silva apresenta a escultora norte-americana Louise Nevelson (1899-1988), na sequência de outras exposições dedicadas a nomes decisivos da arte do século XX que têm passado pelas suas salas. Bastaria a vasta escultura de 1960, Sky Presence II, que viajou de Buffalo, Nova Iorque até Lisboa, para justificar a importância do acontecimento, mas estão ainda em exposição quatro outras peças negras bem características da sua produção, de entre 1950 a 1985, acompanhadas por alguns exemplos raros dos seus anos de formação, através de desenhos e cerâmicas dos anos 30 e 40.

 Esta pequena-grande mostra ocupa o espaço do Museu habitualmente dedicado à obra de Arpad Szènes (agora deslocada para outras salas) e poderá ser completada com a revisão de outra peça marcante da artista que faz parte da Colecção Berardo, exposta no Museu de Sintra. Em Royal Tide - Down, de 1960, a tinta negra que recobre regularmente as caixas de madeira construídas pela escultora dá lugar a um uniforme revestimento dourado, que faz lembrar a talha barroca.

Hayter e o Atelier 17

EXPRESSO/Actual de 11-03-2006

Hayter e o Atelier 17 nos anos 30 parisienses

"Do sonho ao pesadelo"

"A Poética do Traço - Gravuras do Atelier 17, 1927-1940"

Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva (13 Janeiro - 9 de Abril 2006)

Arpad Szenes, «Le Dernier Combat», 1939 (buril)

 Hayter não é um artista que arraste multidões, mas é uma referência obrigatória no universo da gravura e o seu nome encontra-se a cada passo quando se percorrem as biografias dos grandes criadores do século XX. Para além das suas contribuições para a história da gravura moderna, primeiro através da divulgação das técnicas de incisão directa em cobre, depois com o aperfeiçoamento de novos processos de impressão a cores, foram inúmeros os artistas que trabalharam nos seus vários estúdios, em Paris nos anos 30, em Nova Iorque, durante e depois da II Guerra, e de novo em Paris, a partir de 1950, todos eles designados pelo mesmo nome, Atelier 17.

A exposição dedicada a Stanley William Hayter (Londres, 1901 - Paris, 1988) concentra-se sobre o primeiro período parisiense, ilustrando um tempo marcado pela afirmação do surrealismo e o acumular das nuvens negras das crises que desembocam na Guerra de Espanha e na deflagração do conflito mundial. A par da sua própria obra gravada, representam-se em particular o trabalho de Arpad Szenes no Atelier 17 e, em conjunto, outros artistas que o frequentaram, como Picasso, Max Ernst, Masson, Tanguy, Hélion, Ubac, Vieira da Silva, etc.

Fundação Vieira com António Vitorino

"Fundação Vieira - a recuperação?" (sic)

António Vitorino (ex-ministro da Defesa do primeiro Governo de António Guterres, 1995-99, e ex-comissário europeu para a Justiça e Assuntos Internos) é o novo representante do Estado no conselho de administração da Fundação Arpad Szenes – Vieira da Silva, por nomeação da ministra da Cultura. Sucede no cargo a Daniel Proença de Carvalho, que presidia ao conselho, e o qual pediu dispensa das suas funções há alguns meses.
António Vitorino é um nome "forte", o que indicia um compromisso do actual Governo com o futuro da instituição.

Os restantes membros do conselho de administração - que, segundo parece, não reunia há mais de um ano - são, em princípio, os seguintes :
Câmara Municipal de Lisboa - Vereador da Cultura,
Pedro  Támen (em representação oficiosa da Fundação C. Gulbenkian, ex-administrador),
Valente de Oliveira - Fundação Luso-Americana, 
João Correa Nunes - Fundação Cidade de Lisboa,
Jean François Jaeger - Comité Arpad-Vieira da Silva (Paris), cooptado de entre o Conselho de Patronos (presidido por Mario Soares)

Compete ao CA nomear o director do Museu AS-VS, cargo que foi exercido por José Sommer Ribeiro (até Set. de 2006).

Ver notícia anterior e, em geral, a nova "categoria" Vieira da Silva.

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Museu Vieira da Silva, 2007 - Os custos das artes

O que valem 400 mil euros , ou 1,5 milhões + 900 mil euros, ou 650 mil euros ?

No próximo ano celebra-se o centenário do nascimento de Maria Helena Vieira da Silva. A 13 de Junho, em Lisboa.
É a (o) artista português de maior notoriedade internacional no séc. XX. (De nacionalidade francesa desde 1956, depois de ter sido apátrida a partir de 1939, devido ao casamento com Arpad Szenes, pouco antes de se refugiarem no Brasil durante a II Guerra...)
Tome-se por exemplo dessa notoriedade a participação nas Documentas de Kassel de 1955, 1959 e 1964 (que então tentavam convocar os maiores artistas do pré- e do posguerra). Bem como o grande prémio internacional de pintura na 6ª Bienal de São Paulo em 1961 (em representações da França).

Espera-se que a Fundação Arpad Szenes - Vieira da Silva sobreviva às actuais dificuldade e chegue em melhores condições à data do centenário.
Não será certamente difícil. Dinheiro não falta.

 

Exp. de obras do CAM - FG e da FASVS - dia 24, 4ª feira, às 18h30

Museu Vieira da Silva, 1994 - inauguração

EXPRESSO/ Revista de 05 - 11 - 1994, pp. 96-99
Na inauguração do Museu Arpad Szenes e Vieira da Silva

«De volta a casa»

Vieira da Silva e Arpad Szenes já têm o seu museu em Lisboa. Reunida uma vasta colecção num espaço digno, espera-se que não lhe faltem os meios

No início, tratava-se apenas do projecto de um centro de estudos onde se reuniria a documentação dos dois pintores, utilizando a sua antiga residência e atelier do número 3 da Rua Alto de Santa Catarina, ao Jardim das Amoreiras. Arpad Szenes já tinha morrido, em 1985, e Maria Helena Vieira da Silva preocupava-se com o destino de um espólio considerável de memórias e trabalhos das duas longas carreiras, constituido por centenas de desenhos ou pinturas sobre papel e também por arquivos de correspondência, catálogos e livros, que, segundo a vontade da pintora e o parecer dos seus amigos, não deveria dispersar-se ou entrar no comércio.

Vieira da Silva, 1994 - Museu adiado

Museu Vieira da Silva 1994 - Dação - doação

Expresso Cartaz 9 Agosto 1994

E uma ADENDA sobre o papel do Comité Arpad Szenes - Vieira da Silva, adiante

As Vieiras de Jorge de Brito

As dificuldades por que passa há muito tempo o museu Arpad Szenes - Vieira da Silva (apenas mais visíveis depois da morte de Sommer Ribeiro) e em particular o caso das obras deixadas em depósito por Jorge de Brito (cuja morte veio precipitar os acontecimentos) ainda vão dar muito que falar. Mas não se nota o interesse ou mesmo o empenhamento do meio artístico que seria legítimo esperar.

Vários dos quadros de Vieira da Silva da colecção de Jorge de Brito têm uma importância decisiva para a viabilidade do Museu. Poucos meses antes da sua morte, diversas obras chegaram a sair (discretamente) das galerias onde estavam expostas e foi considerada a sua venda, mas (todas elas?) regressaram pouco depois. Decorreram negociações com Joe Berardo para a venda de um conjunto de telas e, durante esse processo, os dois coleccionadores chegaram a visitar juntos o museu, segundo informações que julgo seguras. A compra, que em princípio deveria assegurar a permanência das obras na instituição, não chegou a concretizar-se por discordâncias quanto aos valores envolvidos.

A possibilidade de o Ministério da Cultura vir a comprar as obras de Vieira da Silva (e de Arpad igualmente?) aos herdeiros de Jorge de Brito foi afirmada logo após a respectiva morte. Veremos o que se vai passar.

( Sobre a antiga colecção Jorge de Brito, que constituiu a base da colecção do Centro de Arte Moderna da FCG, ver aí artigos de 2003 e 2006)

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O DN fazia há dias (a 13 de Outubro) o ponto da situação - ver transcrição.   

+ ACTUALIZAÇÃO: Um quadro a leilão dia 11 de Out. Por coincidência, foi mais um record. Ver abaixo

Museu Vieira: ponto da situação em 2006/07

(Após as mortes de Sommer Ribeiro e de Jorge de Brito em 2006, e a demissão de Proença de Carvalho em 2007,  a situação era a seguinte, segundo o inquérito e a síntese de Paula Lobo, no Diário de Notícias)

Estado já recebeu proposta para comprar 22 obras de Vieira da Silva

por PAULA LOBO13 Outubro 2007

Proença de Carvalho demitiu-se há dois meses da presidência do museu

Daniel Proença de Carvalho demitiu--se da presidência da Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva (FASVS) . Mas há dois meses que aguarda que o Ministério da Cultura o substitua. Isabel Pires de Lima também ainda não respondeu à proposta feita, "há meses", pelos herdeiros do empresário Jorge de Brito, para negociar o futuro das 22 obras-primas de Vieira da Silva ali depositadas - e consideradas, pelos especialistas, como as melhores pinturas do museu lisboeta.

João Miguel de Brito, um dos seis filhos do coleccionador, revelou ontem ao DN que o documento foi "entregue há alguns meses à FASVS", tendo depois sido apresentado "por Proença de Carvalho à ministra da Cultura". No entanto - e escusando--se a comentar o seu teor antes das negociações -, a família não obteve "nenhum feedback do ministério".